10 curiosidades sobre o Górki, o parque mais famoso de Moscou

Viagem
ALEKSANDRA GÚZEVA
Este lugar é adorado por amantes de caminhadas e esportes, e fica incrivelmente lotado tanto nos dias úteis, quanto nos fins de semana. Ali é cheio de cafés, praças de alimentação, museus e jovens moscovitas.

1. Estende-se por quase 220 hectares às margens do rio Moskva

Parque Central Górki de Cultura e Lazer: é assim que este espaço público é oficialmente chamado, mas as pessoas simplesmente o chamam de “Parque Górki”.

Ele fica a sudoeste do centro moscovita, estendendo-se ao longo da curva do rio Moskva.

O moderno Parque Górki se estende por quase 220 hectares de terra e tem vastos espaços verdes, como o Neskútchni Sad (Jardim Divertido) e o Vorobiôvi Góri (Montes dos Pardais), bem como o Parque Muzeon.

2. Sua história começou antes da Revolução

A história do Parque Górki começou com o Neskútchni Sad. No século 18, as propriedades rurais de famílias nobres russas — como a Golítsin, a Orlov e a Trubetskoi — ficavam ali, ao longo da margem direita do rio Moskva. Era a propriedade da família Trubetskoi que se chamava “Neskútchnoie” e rendeu nome aos jardins.

O local tinha grandes jardins, onde a nobreza da capital adorava passear, e vários espaços de entretenimento foram feitos para eles lá. Essas propriedades foram compradas, uma após a outra, por Nicolau 1° e, nas décadas de 1820 a 1830, ele criou o Neskútchni Sad e construiu ali um teatro de verão.

3. Uma ‘vitrine’ para as autoridades soviéticas

Após a Revolução, o Neskútchni Sad foi nacionalizado e aberto a visitas. Em 1923, ele abrigou a primeira grande exposição de agricultura e artesanato, muito antes de um parque inteiro ser construído para essas exibições — atualmente, este outro parque é conhecido como VDNKh.

O pavilhão de “Máquinas e ferramentas”, erguido para a exposição, existe até hoje: é um edifício no estilo do construtivismo, em forma de hexágono. Atualmente, quem realiza uma reforma ali é o Museu Garagem de Arte Contemporânea.

O planejamento do futuro parque foi liderado pelo arquiteto de vanguarda Konstantin Mélnikov; outros proeminentes arquitetos inovadores – El Lissitzky, Aleksêi Schusev e Aleksandr Vlassov – também participaram da construção.

Além disso, o famoso arco da entrada principal foi projetado por Gueórgui Schiuko, na década de 1950.

4. Não só lazer, mas também cultura

Em 12 de agosto de 1928, um dos primeiros parques soviéticos de cultura e lazer foi inaugurado aqui. Cafés, áreas de dança e ginástica, redes de dormir... todo o necessário para o melhor lazer foi instalado ali para as massas trabalhadoras. Além disso, elas tinham a oportunidade de adquirir cultura ali.

Além disso, jornais “falados” com as últimas notícias eram lidos para o proletariado ali e brigadas de propaganda faziam discursos.

Em 1934, foi inaugurado o Teatro Verde, a céu aberto, com capacidade para 20.000 pessoas. Ali eram realizadas apresentações musicais, teatrais e circenses.

5. Batizado em homenagem ao principal escritor soviético

Em 1932, o parque foi renomeado em homenagem ao principal autor soviético: Maksim Górki (que aliás, ainda estava vivo).

Mas o escritor já não havia gostado da renomeação de sua cidade natal, Níjni Novgorod, para Górki. Durante aqueles anos, as autoridades soviéticas criavam todo um culto à personalidade em torno de Górki. Assim, em outras cidades da URSS, ruas, parques e praças também receberam seu nome.

6. Estreou a primeira torre de paraquedas

Na década de 1930, a URSS viveu um boom de paraquedismo. Assim, um edifício exclusivo surgiu no Parque Górki: uma torre de paraquedas. Era uma atração bastante popular, e qualquer um que quisesse podia descer dela de paraquedas ou em uma rampa em espiral, sentado em um tapete especial.

Na década de 1950, a torre foi desmontada, porque foi considerada demasiado perigosa. Mas, antes disso, atrações assim se espalharam por toda a URSS e países vizinhos.

7. Na década de 1990, ganhou parque de diversões

Para a primeira geração de crianças nascidas após a queda da União Soviética, o Parque Górki estava associado a algodão doce, rosquinhas e, o mais importante, a um parque de diversões.

Na era soviética, havia apenas carrosséis simples, mas, a partir da década de 1990 e até o início da década de 2010, dezenas de brinquedos funcionaram no parque, como uma espécie de “Disneylândia” local.

Montanha-russa, mansão mal-assombrada, o toboágua “Niagara”, carros voadores, trampolins, torres assustadoras com gôndolas giratórias, bungee jump sobre um lago: lá havia tudo isso e muito mais. Havia também duas rodas-gigantes no Parque Górki, de dimensões diferentes.

8. Reformado na década de 2010

No início dos anos 2000, a maioria dos brinquedos foi retirada do Parque Górki, os pavilhões soviéticos estavam uma bagunça e o parque estava em estado lamentável. A partir de maio de 2011, porém, iniciou-se uma grande reforma ali, transformando o parque em um dos lugares mais badalados e modernos da capital.

Surgiram ali espaços com paisagismo bem-cuidado, ciclovias, quadras esportivas, novos cafés, os primeiros espaços de coworking e uma das primeiras zonas Wi-Fi públicas gratuitas.

9. Abriga a principal pista de patinação de Moscou

Durante o inverno, os caminhos do parque também eram recobertos de gelo para patinação nos tempos soviéticos. Mas, em 2011, foi construída ali a maior pista de patinação da Europa com gelo artificial (na época).

Pela primeira vez, as pessoas podiam patinar no gelo sem ter que esperar por temperaturas negativas. Portanto, a temporada de patinação no gelo durava até meados de março.

A área total de pistas e superfície de gelo totalizava 15.000 metros quadrados. Música, tendas com chá e vinho quente, vestiários aquecidos e aluguel de patins complementavam o rinque.

10. Abriga o Museu Garagem de Arte Contemporânea

Em 2012, uma das instituições culturais mais badaladas da Russia mudou-se para o Parque Górki: o Museu Garagem de Arte Contemporânea, fundado por Daria Jukova e Roman Abramovitch, em 2008.

De muitas maneiras, este é o museu responsável pelo “lazer cultural” que os moscovitas consomem hoje no parque, com muitas exposições e palestras.

O museu fica no antigo prédio do restaurante “Vremena goda” (Estações do Ano), construído em 1968. Ele foi reformado para o Garagem pelo famoso arquiteto holandês Rem Koolhaas e seu escritório OMA.

Koolhaas transformou o prédio soviético, que estava praticamente caindo aos pedaços, em um museu moderno, levando em consideração os detalhes restantes e incorporando-os ao novo projeto. Foi assim que um antigo mural de mosaico soviético tornou-se uma das principais características do novo museu.

LEIA TAMBÉM: 7 museus imperdíveis em Moscou

O Russia Beyond está também no Telegram! Para conferir todas as novidades, siga-nos em https://t.me/russiabeyond_br