Governo de SP prevê compra de 20 milhões de doses da vacina russa Sputnik V

Governador de SP, João Doria, no drive-thru de vacinação contra covid-19 montado no Estádio do Morumbi

Governador de SP, João Doria, no drive-thru de vacinação contra covid-19 montado no Estádio do Morumbi

xLecoxVianax/Global Look Press
Objetivo do estado é imunizar toda sua a população até o final de 2021. Representantes de São Paulo e de outras regiões brasileiras estiveram nas instalações da fábrica em Brasília.

Em reunião com prefeitos nesta terça-feira (2), o governador de São Paulo, João Doria, anunciou a intenção de comprar mais de 60 milhões de doses de vacinas contra covid-19, incluindo 20 milhões de doses da russa Sputnik V. A meta definida pelas autoridades paulistas é vacinar todos os brasileiros que vivem no estado até o fim de 2021.

De acordo com o governador, a compra do novo rol de vacinas ocorrerá somente após a entrega do último lote de 46 milhões de doses de Coronavac, do Butantan, para o governo federal. As entregas estão previstas até abril.

Também nesta terça, o secretário estadual da Saúde de SP, Jean, Gorinchteyn, esteve na fábrica da União Química, em Brasília, que tem um acordo com o Fundo Russo de Investimento Direto (RDIF) para produção local do imunizante. Após o encontro, ele reiterou a proposta de adquirir 20 milhões de doses da Sputnik V para São Paulo. “Precisamos muitas e todas as vacinas para a nossa população”, lê-se em uma mensagem do secretário.

Além de Gorinchteyn, representantes de outros 17 estados e do Distrito Federal também estiveram nas instalações da União Química e reafirmaram a necessidade de liberação urgente da vacina russa, cujo produção em larga escala poderia começar de imediato. Atualmente, a fábrica está produzindo o ingrediente farmacêutico ativo (IFA) da Sputnik V.

De acordo com a Agência Brasil, os técnicos do Ministério da Saúde que acompanharam a visita já estariam “com o contrato da Sputnik V em mãos”.

O governador do Piauí, Wellington Dias, que estava no encontro, declarou mais tarde que a fabricante brasileira irá apresentar, até a próxima semana, um cronograma para a produção própria da Sputnik V. “Isso se soma à estratégia de garantir a vacinação do grupo de maior risco até o mês de abril, início de maio”, disse Dias, citado pela Agência Brasil.

O Fundo Russo de Investimento Direto (RDIF), que financiou o desenvolvimento da Sputnik V, já havia adiantado a possibilidade de disponibilizar, ainda em março, até 10 milhões de doses do imunizante russo ao Brasil. Porém, a vacina seria destinada ao Programa Nacional de Imunização, coordenado pelo Ministério da Saúde brasileiro.

Por outro lado, com o crescente número de países que já aprovaram o uso emergencial da vacina russa (39, até o fechamento desta matéria), há o risco de escassez no mercado.

Cabe lembrar que, no início de fevereiro passado, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) anunciou a derrubada da exigência de conduzir no Brasil os ensaios clínicos de Fase Três para vacinas contra o coronavírus, o que agilizaria a aprovação do uso da vacina russa.

As tratativas, contudo, não seguiram adiante pela impossibilidade de os estados adquirirem o imunizante diretamente. A situação mudou apenas no final do mês, quando o Supremo Tribunal Federal decidiu, por unanimidade, permitir que os estados e os municípios realizem a compra de vacinas contra covid-19 diretamente dos laboratórios.

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