Pão de mel de Tula pode ser incluído na lista de patrimônio imaterial da Unesco

Rússia entrou com petição para que o famoso “priânik” ganhe novo status internacional. Confira abaixo cinco motivos pelos quais doce russo tem chances.

Receita hereditária

A história do pão de mel de Tula remonta ao século 17, mas não existia uma receita única para prepará-lo. Havia muitos confeiteiros em Tula, e cada um delas o preparava à sua maneira, mantendo um segredo bem guardado que era passado para seus filhos e herdeiros. Também não usavam balança para pesar a farinha e o mel, preferindo pedrinhas ou metal mantidos em um lugar isolado e a sete chaves.

Fonte de conhecimento

Esse pão de mel e gengibre era consumido não só para matar a fome, mas também como fonte de conhecimento. Os bolinhos eram decorados com letras, sílabas e palavras, portanto, ajudavam as crianças a memorizar o alfabeto. Antes de comê-los, era comum fazer as criança aprenderem as letras, para só depois receberem um pedaço ou o pão inteiro como recompensa. Às vezes eram colocados também nomes.

Termômetro do amor

Na antiga Rus, existia a tradição de combinar antes dos casamentos. Se o rapaz não tinha certeza de que a garota que gostava aceitaria seu pedido, ele enviava um desses pãezinhos à pretendente; se a garota aceitasse o presente, presumia-se que ela responderia positivamente. Durante o casamento, os noivos ganhavam “priânik” em forma de coração, e, no dia seguintes, o casal levava os pães à casa dos pais da noiva.

Sobremesa para “gigantes”

Em 1778, no dia em que a cidade São Petersburgo celebrava seu aniversário, a imperatriz Catarina, a Grande recebeu um pão de gengibre e mel de Tula que pesava mais de 30 quilos e ultrapassava nove metros de diâmetro. Além das proporções, a guloseima exibia um panorama da cidade, o que deixou a imperatriz impressionada.

Hoje, um pão de Tula gigante pode ser visto no museu local dedicado ao doce. Além disso, em 2014, a cidade também ganhou um monumento ao famoso pão, no qual é possível ler a seguinte inscrição: “O pão de gengibre Tula é famoso desde 1685”. Segundo fontes locais, esse seria o ano em que o símbolo da cidade nasceu. 

Marca impressa

O pão de mel de Tula é um produto “impresso”. Isso significa que, em primeiro lugar, os produtores faziam um molde com madeira de árvore de bétula ou pera, que era então envelhecida por 5 a 20 anos. Após a secagem, o artista-escultor fazia um desenho usando um espelho e raios de sol; a forma para o pão podia durar até 70 anos. Para remover os restos de massa, o molde era fervido em óleo.

Para jogos e esportes

Além do pão de gengibre comum, no início do século 20 e até antes disso, as pessoas também preparam bolos sem recheio para serem usados em jogos e entretenimento durante as feiras. Uma das brincadeira era jogá-los como discos; aquele cujo pãozinho voasse o mais longe ganhava. Mas era importante que o bolo não se despedaçasse.

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