8 mulheres que foram pioneiras em sua área na URSS

Da esq. para dir.: Kollontai, Terechkova e Furtseva.

Da esq. para dir.: Kollontai, Terechkova e Furtseva.

Domínio público; Sputnik; Valentin Tcheredintsev/TASS
Políticas, cientistas e escultoras de sucesso: sem estas mulheres, a história do novo país que nascia seria impensável!

1. Nadejda Krupskaia, a primeira "Primeira Dama" soviética

Nadejda Krupskaia.

Ela foi a esposa do líder da Revolução, Vladimir Lênin, mas seria injusto descrevê-la apenas como "Primeira Dama". Antes de tudo, ela era uma comunista e camarada na luta revolucionária.

Mas a parte mais importante de sua biografia é sua contribuição para a criação do sistema educacional soviético. Krupskaia ocupou altos cargos no Comissariado do Povo para Educação (equivalente a Ministério da Educação) e desenvolveu todo um sistema de políticas para a educação e bem-estar infantil, abrangendo desde a educação pré-escolar e a criação de jardins de infância e parquinhos, até a educação da juventude comunista.

Ela foi uma das fundadoras da organização dos “pioneiros”, um equivalente soviético aos “escoteiros” na forma — mas comunista no conteúdo —, assim como o Komsomol, ou seja, a liga da juventude comunistas.

2. Inessa Armand, a primeira feminista soviética

Inessa Armand.

Outra revolucionária e admiradora de Lênin e de suas ideias, Inessa Armand ingressou no partido ainda jovem e, após a Revolução, tornou-se uma ativa propagandista pela igualdade de direitos para as mulheres.

Ela foi a primeira chefe do Jenotdel, o Departamento de Mulheres do partido. Ela também organizou a Primeira Conferência Internacional de Mulheres Comunistas.

Mas, claro, o tema mais explorado sobre Armand na atualidade era seu suposto envolvimento com Lenin e triângulo amoroso com Krupskaia. Certo é que os três mantinham grande respeito mútuo e relações calorosas. Quando Armand morreu repentinamente, Krupskaia ficou muito preocupada com o fato de seu marido não lidar com a dor dessa perda.

3. Aleksandra Kollontai, primeira-ministra e embaixadora

Alexandra Kollontai, 1910.

A ativista revolucionária Alexandra Kollontai foi a primeira premiê do sexo feminino não apenas na história soviética, mas também mundial. No primeiro governo soviético, ela chefiou o Comissariado do Povo para o Bem-Estar Estatal, ou seja, era responsável por projetos sociais.

Aleksandra recebeu uma excelente educação na Universidade de Zurique e era levada em alta conta por seus companheiros de partido: mesmo antes da Revolução, ela era enviada pessoalmente por Lênin a missões na Europa, fazia campanha e estabelecia contatos com grupos de esquerda.

Além de estar ativamente envolvida no trabalho do governo soviético, por muitos anos Kollontai foi chefe do Departamento da Mulher (depois de Inessa Armand). A partir de 1922, ela passou a trabalhar como diplomata na Noruega e, de 1930 a 1945, chefiou a embaixada soviética na Suécia (ela foi uma das primeiras embaixadoras do mundo).

Sua colaboração foi enorme na melhoria das relações entre os dois países e em impedir que a Suécia se juntasse à guerra soviético-finlandesa de 1939.

4. Lina Chtern, a primeira acadêmica soviética

Lina Chtern.

Chtern era proveniente de família judia em um território do Império Russo que hoje faz parte da Lituânia. Ela se formou na Universidade de Genebra e se tornou sua primeira professora soviética.

Em 1925, Chtern retornou à Rússia Soviética. Seu trabalho científico abrangia o campo da bioquímica e fisiologia e, em 1939, ela se tornou a primeira membra do sexo feminino na Academia de Ciências da URSS, onde passou a dirigir o Instituto de Fisiologia.

Chtern desenvolveu um método para lidar com o choque pós-traumático que consistia em injeções de sais de potássio para manter a pressão arterial, a atividade muscular e a respiração. O "método Chtern" foi amplamente utilizado durante a guerra.

5. Vera Mukhina, a primeira escultora de monumentos soviética

Vera Mukhina.

Mukhina não foi apenas a primeira escultora de monumentos do sexo feminino na URSS: ela foi a única. Ela fez vários monumentos sobre temas revolucionários como parte do plano de Lênin para propaganda monumental.

Mas, sem dúvida, sua obra mais famosa é a escultura de 24 metros de altura "Trabalhador e Mulher do Kolkhoz", que se tornaria um símbolo da URSS. O movimento ascendente das figuras simbolizava o futuro radiante do país. O monumento foi exibido na Feira Mundial de 1937, em Paris, onde cativou o público.

6. Ekaterina Furtseva, a primeira mulher no comando da Moscou soviética e primeira ministra da Cultura da URSS

Furtseva.

Para o mundo da cultura soviética na época do degelo de Nikita Khruschov, Furtseva era simplesmente uma figura lendária. Ela começou a carreira na política de grande porte como primeira-secretária do Comitê da Cidade de Moscou pelo PCUS - em outras palavras, ela chefiava a organização do partido de Moscou (e era, na verdade, a pessoa mais importante da cidade).

Durante seu mandato, uma estátua de Iúri Dolgoruki, o fundador de Moscou, foi erguida em frente ao prédio da prefeitura, foi construído o famoso estádio Lujniki, assim como a loja de artigos infantis Detski Mir, na Praça Lubianka — o local hoje abriga um teatro e uma livraria muito populares.

Vários eventos internacionais de alto nível também foram organizados sob sua batuta, entre eles, o Festival Internacional de Cinema de Moscou, com a participação de estrelas de Hollywood e do cinema mundial.

Furtseva foi nomeada Ministra da Cultura da URSS em 1960 e permaneceu no cargo sem interrupção até 1974. Também houve aspectos negativos em sua carreira política - por exemplo, a perseguição de Boris Pasternak, em 1958.

Furtseva, o poeta Evguêni Evtuchenkoe o escultor Ernst Neizvestni.

Mas foi graças a Furtseva que a vida cultural começou a fervilhar novamente na URSS, e projetos incríveis ​​foram implementados: por exemplo, uma exposição de arte apreendida na guerra em Dresden, exposições de Marc Chagall e Fernand Léger, e a única viagem que a "Monalisa", de Leonardo da Vinci, já fez a Moscou.

7. Valentina Terechkova, a primeira mulher no espaço

Valentina Terechkova com seu escafandro.

Essa história de sucesso só foi possível na URSS. Filha de um tratorista e de uma operária têxtil, Valentina Terechkova se tornou uma heroína nacional ao ser a primeira mulher a fazer um voo solo ao espaço, em 16 de junho de 1963.

Ela era membra de um aeroclube regional quando foi selecionada para a prestigiosa missão. Após o voo, Terechkova se tornou uma lenda e símbolo da igualdade feminina na URSS.

Ela continuou com a visibilidade de figura pública como deputada da Duma de Estado, cargo que ocupa até hoje. Leia mais sobre ela aqui.

8. Olga Preobrajenskaia, a primeira diretora de cinema

Olga Preobrajenskaia.

Preobrajenskaia começou a aparecer em filmes enquanto o cinema russo ainda engatinhava, antes da Revolução. Em 1916, ela assumiu a direção de filmes pela primeira vez - e, embora, como a própria Preobrajenskaia lembrou, o filme tenha sido elogiado, houve ceticismo sobre o filme ter sido dirigido por uma mulher, por isso seu nome foi adaptado para parecer que um homem era o diretor nos cartazes.

Mas esse tipo de questões de gênero não era mais um problema no período soviético. Preobrajenskaia, então uma mestre reconhecida, foi a primeira professora de direção cinematográfica na primeira escola estatal de cinema (hoje, conhecida como Instituto Estatal de Cinematografia da Rússia, ou VGIK), e também montou seu próprio estúdio de atores.

Preobrajenskaia fez muitos filmes com o diretor Ivan Pravov - no início dos anos 1930, eles eram considerados os diretores da Mosfilm de maior sucesso. Seu "O Don Silencioso" chegou a competir no primeiro Festival Internacional de Cinema de Veneza, em 1932.

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