Contos do escritor russo Andrei Platônov ganham tradução inédita para o português

Ars et Vita, 2024
Primeiro volume de coletânea, em três partes, chama-se “Iúchka e outras histórias”, e traz escritos entre a década de 1930 e os anos pós-Guerra de 1940.

Depois de publicar a primeira tradução para o português do romance “Tchevengur”, a editora Ars et Vita apresenta aos leitores brasileiros uma seleção de contos do escritor russo Andrei Platônov.

A coletânea de textos, organizados e traduzidos por Maria Vragova, será publicada em três volumes, contemplando 24 contos do autor russo, e conta com ilustrações de artistas visuais brasileiros renomados. 

O primeiro volume lançado, “Iúchka e outras histórias”, é composto por oito contos, escritos entre a década de 1930 e os anos pós-Guerra de 1940.

A borboleta colorida.

“Abordando temas essenciais da humanidade e, em particular, uma percepção filosófica do destino humano em meio ao percurso histórico, a presente edição tece ainda um diálogo entre os textos de um dos nomes incontornáveis da literatura do século 20 e a obra visual do artista capixaba Rick Rodrigues, convidado a criar uma série de trabalhos inéditos inspirados nos contos de Andrei Platônov”, descreve a editora Ars et Vita.

O dom da vida.

O lançamento oficial do livro ocorrerá nesta sexta-feira (22) em São Paulo (Livaria da Vila da Al.Lorena), seguido por Rio de Janeiro (27/03, na Livraria Travessa Botafogo) e Belo Horizonte (30/03, na Livraria Jenipapo).

Quem foi Andrei Platônov?

“Um escritor notável de nosso tempo” e uma das principais figuras da literatura do século 20, ao lado de Marcel Proust, Franz Kafka, Robert Musil, William Faulkner e Samuel Beckett — era assim que o poeta ganhador do Prêmio Nobel Joseph Brodsky descrevia Andrêi Platônov (1919-1951).

O detalhe é que Platônov, ao mesmo tempo em que apoiava a Revolução e se uniu ao Partido Comunista, escrevia livros muito complexos e impiedosos quanto ao sistema vigente, expondo uma sociedade totalitária.

Filho de um ferroviário, ele nasceu na cidade de Vorônej, em 1899. Seguindo os passos do pai, o adolescente trabalhou como assistente de engenheiro na Ferrovia Sudeste, sinônimo do poder industrial soviético na época. Uma das imagens mais recorrentes usadas por Platônov era a do trem ou locomotiva, que se referia metaforicamente ao tema da revolução e da utopia.

Como muitos outros jovens de sua geração, Platônov recebeu de braços abertos a Revolução de outubro de 1917. Quando a Guerra Civil estourou, ele era assistente de maquinista, e entregava munições ao Exército Vermelho.

Três décadas depois, porém, o mais soviético de todos os escritores acabaria considerado um pária, perseguido pelo regime soviético. Mais sobre Platônov

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