Os 3 filmes históricos da Rússia mais bem classificados por usuários do IMDB

Sputnik, Sergei Bodrov/CTB Film Company, 2007
Obras figuram entre os 250 melhores filmes históricos de todos os tempos, selecionados pelos usuários da mais famosa base de dados on-line de filmes, séries e celebridades.

Andrei Rublev(1966)

Este drama histórico, dirigido por Andrêi Tarkóvski, retrata em oito pequenos episódios a vida na Rússia do século 15, dilacerada por ataques e invasões mongóis e conflitos entre os príncipes. A figura central do filme é Andrei Rublev, um dos maiores pintores de ícones russos. Como sua verdadeira biografia permanece quase desconhecida, seu personagem foi completamente imaginado. 

O longa tem como cenário monumentos arquitetônicos dos séculos 14 e 15 em cidades antigas, como Nôvgorod, Pskov e Izborsk. Algumas cenas foram rodadas no mosteiro de Andronikov, em Moscou, onde Rublev passou seus últimos dias.

A ideia do roteiro partiu do ator Vassíli Livanov (que mais tarde criou uma das melhores versões de Sherlock Holmes no cinema soviético, de acordo com cinéfilos). Livanov queria estrelar como o próprio Rublev, mas Tarkóvski não concordou. Isso levou a uma luta feroz entre o diretor e o ator ofendido em um restaurante de Moscou.

Após a conclusão de “Paixão Segundo Andrei” (o nome original do filme), a censura soviética proibiu a obra, referindo-se a ela como “antipovo” e “antipatriótica”, já que retratava o povo russo como uma horda de bárbaros. Os direitos autorais do filme foram comprados por um empresário francês de origem russa; apesar dos protestos soviéticos, o longa foi exibido – e calorosamente recebido – no Festival de Cannes em 1969. Na União Soviética, o filme – já com o nome alterado para “Andrei Rublev” – teve lançamento limitado em 1971, e só chegou às telonas de todo o país em 1987.

O Encouraçado Potemkin(1925)

Considerado um dos maiores filmes da história cinematográfica, “O Encouraçado Potemkin”, de Serguêi Eisenstein, apresenta a história do motim de 1905 dos marinheiros do famoso encouraçado contra seus oficiais. Feito inicialmente como um filme mudo, acabou sendo dublado em 1930, e depois remasterizado em 1950.

“O Encouraçado Potemkin” foi inteiramente filmado em preto e branco; porém, há também uma passagem colorida. O diretor Serguêi Eisenstein pintou ele próprio, com um pincel, a bandeira vermelha erguida por marinheiros revolucionários.

O filme foi elogiado até mesmo pelos inimigos ideológicos da URSS. O ministro de propaganda nazista Joseph Goebbels disse certa vez sobre o “O Encouraçado Potemkin”: “Um filme maravilhoso sem igual no cinema... qualquer pessoa que não tenha convicção política firme pode se tornar bolchevique após assistir ao filme”.

“O Encouraçado Potemkin” se tornou um filme cult, citado inúmeras vezes no cinema mundial. Uma das cenas mais clássicas do cinema é a do massacre na escadaria de Odessa, em que a mãe assassinada e o carrinho de bebê cai degraus abaixo. Vários filmes, como “O Poderoso Chefão”, de Francis Ford Coppola, e “Os Intocáveis”, de Brian De Palma, entre muitos outros, fazem referência a essa passagem histórica.

O Guerreiro Genghis Khan (2007)

Produção conjunta russo-cazaque-alemã, “O Guerreiro Genghis Khan” retrata a história dos primeiros anos de vida de Temudjin, antes de se tornar Genghis Khan e iniciar suas conquistas. Em 2007, foi indicado ao Oscar na categoria de Melhor Filme em Língua Estrangeira pelo Cazaquistão, pela primeira vez na história do país.

O longa foi todo rodado no Cazaquistão e na região chinesa da Mongólia Interior. Algumas locações eram tão distantes e selvagens que foi necessário construir estradas para levar os equipamentos de produção.

Antes do lançamento do projeto, o diretor Serguêi Bodrov chegou a visitar o principal xamã da Mongólia em Ulan-Bator para pedir permissão para fazer um filme sobre Genghis Khan. O xamã, surpreso, disse que era a primeira vez na vida que alguém o procurava com um pedido assim.

Pessoas de diferentes nacionalidades estiveram envolvidas no processo: chineses, russos, alemães, cazaques, ucranianos, mongóis, japoneses etc. Por esse motivo, havia permanentemente 30 tradutores no set de filmagem.

Inicialmente, Bodrov planejou fazer uma trilogia, com a segunda parte chamada “O Grande Khan”. No entanto, o projeto acabou sendo congelado por mais de dez anos, e foi somente em 2019 que foram anunciados planos para retomá-lo.

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