1. Cannes, César, Oscar e etc.
Além da indicação como melhor filme em língua estrangeira no Oscar deste ano, “Sem Amor” ganhou o prestigioso prêmio francês César pela primeira vez na história do cinema russo, batendo concorrentes como ‘Dunkirk’, de Christopher Nolan, ‘La La Land’, de Damien Chazelle, ‘O Quadrado’, de Ruben Ostlund.
O novo longa de Zvyagintsev também venceu o Prêmio do Júri no Festival de Cinema de Cannes 2017, encabeçado pelo cineasta espanhol Pedro Almodóvar.
A verdade é que cada filme de Zvyagintsev é um grande evento no mundo cinematográfico. Sua obra anterior, “Leviatã”, obteve o prêmio de melhor roteiro no 67º Festival de Cannes e também foi indicado para o Oscar de melhor filme estrangeiro em 2014 e levou o Globo de Ouro na mesma categoria. Já o seu primeiro filme, “O Retorno”, ganhou o Leão de Ouro no Festival de Veneza em 2003.
2. Thriller psicológico profundo
À primeira vista, “Sem Amor” pode parecer um drama familiar comum, mas sob a superfície esconde algo muito mais monumental. Um jovem casal está à beira do divórcio e decide mandar o filho para um orfanato; porém, no dia seguinte, ambos estão muito ocupados com suas vidas e se esquecem da decisão – e o menino desaparece. Desse ponto em diante, pode parecer mais um filme de busca (semelhante a ‘Garota Exemplar’ ou ‘Rastros de Ódio’), mas em um nível filosófico, como o crítico de cinema Anton Dolin já apontou, eles não estão apenas procurando o garoto por aí, mas para algo dentro de si mesmos. Dolin também destaca que o elenco e os diálogos soam completamente naturais, mesmo durante as cenas eróticas.
3. Telonas ao redor do mundo
Muito antes do filme estrear no Festival de Cannes, diversos países europeus mostraram interesse na compra dos direitos do longa. Pouco tempo depois, o produtor Aleksandr Rodnianski anunciou negociações com asiáticos e latino-americanos.
O filme estreou nas salas brasileiras no último dia 1º de fevereiro.
4. Contexto político, mas além
Em “Leviatã”, Zvyagintsev expôs a corrupção e a crescente influência da Igreja Ortodoxa na sociedade ao retratar os problemas de regiões remotas do país.
Desta vez, muitos críticos sugeriram que “Sem Amor” faz alusão à situação política atual e aos problemas russo-ucranianos.
“Essa metáfora [paralelos com a situação na Ucrânia] age como pano de fundo. Mas essa história em particular é sobre humanos, falta de empatia, egoísmo constante (...) então, não queríamos politizar a história”, disse o diretor a jornalistas em Cannes.
Segundo Zvyagintsev, o principal interesse era mostrar como um ser humano pode viver com outro. “Os personagens principais vivem quase em um campo de batalha: depois de 12, 13 anos juntos, não sobrou nada.”
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