Por que os soviéticos usavam tanques para apagar incêndios? Veja fotos

Ciência e Tecnologia
NIKOLAI CHEVTCHENKO
Veículos blindados sobre lagartas provaram ser mais eficazes no combate a incêndios no maior país do mundo.

No final da década de 1970, os engenheiros soviéticos sugeriram modificar tanques e outros veículos blindados sobre lagartas para combater incêndios. Segundo eles, os tanques poderiam, em teoria, transportar água e misturas extintoras diretamente para o epicentro do incêndio, porque não tinham pneus de borracha e suas lagartas podiam suportar altas temperaturas.

Além disso, os tanques podiam quebrar os detritos e passar pelas chamas, que podiam ser extintas mais facilmente.

Finalmente, a blindagem de tanques podia proteger os bombeiros de estilhaços e fragmentos de projéteis lançados pelo fogo representando um problema para os bombeiros que trabalham em armazéns militares e de artilharia.

GPM-54

O GPM-54 foi o primeiro carro de bombeiros blindado sobre lagartas. Desenvolvido no final da década de 1970 na 17° Fábrica de Reparos de Veículos Blindados do Ministério da Defesa da URSS, em Lviv (atualmente, Ucrânia), o veículo foi criado com base em um dos melhores tanques soviéticos, o T-54.

Ele foi equipado com um reservatório de água de 9 mil litros instalado no local da torre do tanque, caçamba de escavadeira, canhão de água e reservatório de espuma de 1.100 litros.

Em 1978, os primeiros veículos GPM-54 foram colocados em uso no Cosmódromo de Baikonur.

Após a explosão do reator nuclear na usina nuclear de Tchernobil, em 26 de abril de 1986, diversos GPM-54 ajudaram a combater incêndios no local.

No início da década de 1990, os GPM-54 foram atribuídos a corpos de bombeiros especializados para combate a incêndios naturais e grandes incêndios industriais.

A principal desvantagem do veículo é a inabilidade para se mover e usar o canhão de água simultaneamente. Além disso, às vezes seus motores a diesel não suportavam o calor e paravam no meio da missão devido ao superaquecimento e falta de oxigênio no local do incêndio. Para os membros da tripulação, essa falha no motor poderia significar morte, porque é quase impossível escapar do veículo blindado no local de incêndio.

SLS-100

Os engenheiros conseguiram resolver esses problemas no início dos anos 1990, quando foi criado um protótipo de tanque de combate a incêndio, o SLS-100.

O veículo recebeu um sistema de controle remoto, que permitia trabalhar perto de fontes de contaminação radioativa e química, bem como em outras áreas perigosas, sem colocar a tripulação em risco.

O alcance do canhão de água e espuma também aumentou significativamente, alcançando 100 e 70 metros, respectivamente.

Impulso-2M

O terceiro veículo de combate a incêndios do gênero foi o Impulse-2M, baseado no tanque T-62, e surgiu em 1988. Ele recebeu 50 canos para lançar cápsulas com água, areia ou pólvora. Esse veículo sobre lagartas é capaz de atingir até 50 km/h de velocidade, e pesa cerca de 35 toneladas.

Ele pode suportar o recuo de cinco tiros de dez canhões consecutivos. Ao contrário dos outros veículos do gênero, o Impulse-2M recebeu um sistema de irrigação que protege o tanque dos incêndios e do superaquecimento.

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