Por que os soviéticos usavam tanques para apagar incêndios? Veja fotos

Academia do Serviço de Bombeiros do Ministério de Situacões de Emergência da Rússia, 2011
Veículos blindados sobre lagartas provaram ser mais eficazes no combate a incêndios no maior país do mundo.

No final da década de 1970, os engenheiros soviéticos sugeriram modificar tanques e outros veículos blindados sobre lagartas para combater incêndios. Segundo eles, os tanques poderiam, em teoria, transportar água e misturas extintoras diretamente para o epicentro do incêndio, porque não tinham pneus de borracha e suas lagartas podiam suportar altas temperaturas.

Além disso, os tanques podiam quebrar os detritos e passar pelas chamas, que podiam ser extintas mais facilmente.

Finalmente, a blindagem de tanques podia proteger os bombeiros de estilhaços e fragmentos de projéteis lançados pelo fogo representando um problema para os bombeiros que trabalham em armazéns militares e de artilharia.

GPM-54

O GPM-54 foi o primeiro carro de bombeiros blindado sobre lagartas. Desenvolvido no final da década de 1970 na 17° Fábrica de Reparos de Veículos Blindados do Ministério da Defesa da URSS, em Lviv (atualmente, Ucrânia), o veículo foi criado com base em um dos melhores tanques soviéticos, o T-54.

Ele foi equipado com um reservatório de água de 9 mil litros instalado no local da torre do tanque, caçamba de escavadeira, canhão de água e reservatório de espuma de 1.100 litros.

Em 1978, os primeiros veículos GPM-54 foram colocados em uso no Cosmódromo de Baikonur.

Após a explosão do reator nuclear na usina nuclear de Tchernobil, em 26 de abril de 1986, diversos GPM-54 ajudaram a combater incêndios no local.

No início da década de 1990, os GPM-54 foram atribuídos a corpos de bombeiros especializados para combate a incêndios naturais e grandes incêndios industriais.

A principal desvantagem do veículo é a inabilidade para se mover e usar o canhão de água simultaneamente. Além disso, às vezes seus motores a diesel não suportavam o calor e paravam no meio da missão devido ao superaquecimento e falta de oxigênio no local do incêndio. Para os membros da tripulação, essa falha no motor poderia significar morte, porque é quase impossível escapar do veículo blindado no local de incêndio.

SLS-100

Os engenheiros conseguiram resolver esses problemas no início dos anos 1990, quando foi criado um protótipo de tanque de combate a incêndio, o SLS-100.

O veículo recebeu um sistema de controle remoto, que permitia trabalhar perto de fontes de contaminação radioativa e química, bem como em outras áreas perigosas, sem colocar a tripulação em risco.

O alcance do canhão de água e espuma também aumentou significativamente, alcançando 100 e 70 metros, respectivamente.

Impulso-2M

O terceiro veículo de combate a incêndios do gênero foi o Impulse-2M, baseado no tanque T-62, e surgiu em 1988. Ele recebeu 50 canos para lançar cápsulas com água, areia ou pólvora. Esse veículo sobre lagartas é capaz de atingir até 50 km/h de velocidade, e pesa cerca de 35 toneladas.

Ele pode suportar o recuo de cinco tiros de dez canhões consecutivos. Ao contrário dos outros veículos do gênero, o Impulse-2M recebeu um sistema de irrigação que protege o tanque dos incêndios e do superaquecimento.

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