‘Caminho da Lavra’
Entre a capela Ivérskaia de Moscou, onde esta rota começa, e a Lavra da Santíssima Trindade de São Sérgio (Mosteiro da Trindade-São Sérgio) são 120 quilômetros. Antigamente, havia uma estrada para o mosteiro aberta pelo próprio São Sérgio de Rádonej (também grafado em português como Sérjilo de Radonege, ou Sêrgui Rádonezhski, ou Sergio de Rádonej). Pessoas simples, tsares e príncipes iam ao mosteiro fundado por ele na esperança de um milagre e apoio espiritual. Antes da batalha de Kulikovo, Dmítri Donskói (também conhecido como Demétrio de Moscou, em português) esteve ali em busca de uma bênção. Muito mais tarde, Catarina, a Grande, teve a ideia de realizar a rota por partes. A imperatriz seguia até determinado trecho da rota, após o qual a carruagem a levava de volta a Moscou. De manhã, ela chegava ao local onde havia interrompido a sua viagem e voltava a caminhar.
Atualmente, muitas pessoas fazem o “caminho da Lavra” desse modo: andam 20-25 quilômetros por dia e voltam para casa à noite. Também é possível percorrer alguns trechos nos fins de semana. Os mais inveterados nem sequer se hospedam em hotéis, preferindo passar a noite ao relento. Os peregrinos são orientados por placas especiais e carimbam seu roteiro em igrejas e museus, bem como em locais de acomodação, localizados ao longo da rota.
Procissão da Cruz do Tsar
Todos os anos, em julho, a cidade de Iekaterimburgo (também grafada como Ekaterimburgo, ou Yekaterinburg) recebe a procissão da Cruz do Tsar. A jornada está relacionada aos últimos dias da vida e à trágica morte da família de Nicolau 2º. Começa na Igreja do Sangue, construída no local da execução dos Romanov, e termina no Mosteiro dos Sagrados Portadores da Paixão Real, em Gánina Iama (onde ficava a mina na qual os corpos de sete membros da família real e quatro de seus servos foram jogados). O comprimento total dessa rota é de 20 quilômetros.
Caminho ‘Nos vestígios de Pável de Taganrog’
Segundo a hagiografia, aos 25 anos, Pável renunciou à sua parte da propriedade, deu liberdade aos camponeses e partiu em uma jornada aos lugares sagrados. Depois de dez anos, ele se estabeleceu em Taganrog: ali vivia em um barraco, trabalhava no porto e passava o tempo rezando. Todos os dias, ao primeiro toque do sino da igreja, ele ia para o culto no templo. As pessoas o homenageavam como um curador e visionário. No ano passado, uma rota de peregrinação a lugares associados ao santo surgiu em Taganrog. É possível visitar a Igreja de São Nicolau, onde se encontram suas relíquias, a Igreja de Todos os Santos (onde o ancião foi enterrado e está localizado seu primeiro ícone), a capela sobre o túmulo do santo e a cela onde ele viveu.
Caminho do Dalmat de Iset
Dalmat de Iset é considerado o patrono celestial da Sibéria. Ele viveu no século 17: foi administrador municipal em Tobolsk e, após a morte de sua esposa, decidiu tornar-se monge e tomou a tonsura no Mosteiro de Neviansk. Do mosteiro, mudou-se para a margem do rio Iset, onde vivia em uma caverna. Dalmat fundou o Mosteiro da Dormição, ajudou os camponeses fugitivos e acolheu os velhos crentes. A rota de peregrinação pelo caminho do Dalmat de Iset vai da aldeia de Monastírskoie, onde se encontrava o Mosteiro de Neviansk, até o Mosteiro da Assunção de Dalmat. O comprimento total da rota é de 400 quilômetros, mas pode-se optar por um caminho mais curto — a partir do Mosteiro dos Portadores Tsaristas da Santa Paixão. A mesma rota também é utilizada para procissões rumo ao Mosteiro da Dormição.
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