‘Ded Moroz’ existe! Visitamos Velíki Ustiug às vésperas de Ano Novo (FOTOS)

Viagem
ANNA SORÔKINA
A casa principal do “Papai Noel” na Rússia recebe visitantes durante todo o ano, mas, nesta época, fica especialmente parecida com um conto de fadas. E, se você se comportou bem ao longo do ano, poderá conhecer ‘Ded Moroz’, ou ‘Vovô Gelo’.

Onde mora Ded Moroz? No Norte, é claro. Mais precisamente, na cidade de Velíki Ustiug, na região de Vologda. Lá, o bom velhinho tem não uma, mas duas casas – uma residência urbana, que fica em uma das ruas centrais da cidade, e uma casa de campo perto da vila de Morozovitsi.

A atmosfera de Ano Novo reina ali o ano todo, mas a diversão começa mesmo depois de 18 de novembro, dia em que ‘Ded Moroz’ comemora seu aniversário. É quando se acredita que o inverno começa no norte da Rússia.

Na residência de conto de fadas

“Minha hora de brilhar chegou” diz Ded Moroz ao entrarmos em sua casa. Todos os dias, ele recebe uma enxurrada de visitantes.

E tem muita diversão na propriedade: uma cidade infantil, um parquinho de diversões, casas de hóspedes. Ele mesmo supervisiona tudo.

“Gosto muito de todos os esportes de inverno, mas, acima de tudo, gosto de descer os escorregadores mágicos com as crianças”, diz.

Parece que tudo na propriedade é mágico: enquanto estávamos perto do casarão tipo ‘terem’, o fogão incandescente de Emelia passou zunindo.

Em um caminho de conto de fadas na floresta, encontramos Baba Iagá, que tentava carregar seu telefone após uma ligação com Koschei, o Imortal.

Este caminho é cheio de enigmas. Nas profundezas da floresta, deparamo-nos com um incêndio, onde, como no conto de fadas sobre “Os Doze Meses”, os ajudantes de Ded Moroz — Petruchka, o Corvo e a Lebre — estão se aquecendo. Faz frio na floresta, mas deve ser assim para evitar que Ded Moroz derreta.

O Vovô Gelo vive permanentemente em um ‘terem’, uma casa russa de conto de fadas. “Acordo cedo, lavo o rosto com água fria e faço exercícios. Toda manhã”, diz. “Gosto de mingau no café da manhã. Depois, sento-me no meu escritório, separo cartas, recebo visitantes, organizo festivais e festas!”

Em seu interior há 12 salas; entre elas, uma biblioteca, um observatório, uma sala onde ficam os contos de fadas infantis e outra para guardar presentes. 

“Venham até mim com mais frequência! Espero que nossa amizade convosco também continue se fortalecendo”, diz Ded Moroz ao se despedir.

Na residência urbana

Ded Moroz também visita a sua casa na cidade – que é considerada a sua primeira residência. Situa-se em uma antiga casa de comércio do final do século 19.

Nela, pode-se ver o seu primeiro trono, muitos de seus artifícios de contos de fadas e também o ‘Livro das Boas Ações’.

“Ded Moroz nos observa pelos padrões do gelo e escreve uma lista de boas ações”, dizem os assistentes. “A balança das boas ações o ajuda a determinar quão boa uma ação é”, acrescentam.

Ele também tem uma sacola sem fundo com presentes para todos. Os presentes “ficam leves em sua bolsa”, por isso Ded Moroz não tem dificuldade em carregá-los.

O que as pessoas pedem a Ded Moroz?

Ded Moroz também possui uma agência de correios localizada ao lado de sua residência urbana. O número de cartas que recebeu aproxima-se dos 5 milhões este ano. Todas ficam guardadas em sua casa de campo, enquanto as novas mensagens são separadas na prefeitura.

“No início de outubro eram 20 cartas por dia e houve até dias em que nada chegou. Mas agora já recebemos milhares por dia”, dizem-nos os assistentes de Ded Moroz nos correios. “Ontem separamos 2.633 cartas, hoje 1.083!”

As cartas são ordenadas por região, país e por diferentes categorias: gentis, criativas (desenhos, poemas, músicas), sociais etc. Ded Moroz tenta responder a todos e até enviar um presente junto.

“Não se preocupem, meus amigos, nem uma única mensagem permanecerá sem ser lida”, garante Ded Moroz.

“Para mim, um velho, todos são iguais – adultos, crianças, todos são iguais”, diz. “As crianças, claro, pedem brinquedos modernos, telefones, computadores, mas gosto mais quando escrevem: ‘Certifique-se de que meus avós nunca fiquem doentes, que o meu pai sempre tenha um bom emprego e que minha mãe esteja em casa conosco com mais frequência’.”

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