Fazer um passeio pelo Lago Baikal é um prazer imperdível. A ferrovia Circum-Baikal foi construída em 1904 para conectar as partes oeste e leste da Ferrovia Transiberiana. Hoje, ela se tornou uma das rotas turísticas mais populares da Sibéria.
Em construção, 1902-1904.
Domínio públicoEm 1891, iniciou-se a construção da ferrovia mais longa do mundo, a Transiberiana. Antes disso, uma viagem de um extremo ao outro do país levava um ano inteiro!
Claro, a Rússia precisava desta ferrovia e as melhores e mais brilhantes mentes da época foram mobilizadas para sua construção. A ferrovia Transiberiana foi construída em seções separadas que foram posteriormente conectadas.
Mas havia um obstáculo natural no caminho da construção: o Lago Baikal.
1901-1903.
Domínio públicoNo início, os trens eram transferidos por uma balsa quebra-gelo. O caminho só poderia ser encurtado com a construção de uma estrada ao redor. Assim, a costa sul do Baikal foi escolhida para abrigar a estrada.
Construção de ponte, 1902-1904.
Domínio públicoO relevo ao redor do lago é muito complexo e escarpado. Os trabalhos levaram mais de 10 anos. Para construir os trilhos, foi preciso abrir caminho nas rochas e usar explosivos.
Em alguns locais, é possível ver as marcas dos buracos onde foram colocadas as dinamites. Ao final, foram construídos quarenta túneis, 16 galerias de pedra, 470 pontes e viadutos.
A extensão total da ferrovia ao redor do Baikal, naquele momento, era de 260 quilômetros. A Circum-Baikal é frequentemente chamada de “cinturão de ouro do cinturão de aço da Rússia”, já que conectava as partes oeste e leste da Ferrovia Transiberiana. E, até a década de 1950, seu nome era mais que justificado!
Mas, devido às constantes avalanches, os engenheiros soviéticos tiveram que mover os trilhos para mais longe da costa do lago. No final das contas, uma parte da ferrovia Circum-Baikal foi fechada, enquanto outra foi inundada durante a construção da Usina Hidrelétrica de Irkutsk.
Os trens da ferrovia Transiberiana agora circulam em uma linha diferente, longe dessas áreas perigosas.
Na década de 1980, a parte fechada da ferrovia passou a ficar sob proteção do Estado, com seu valor arquitetônico para a história mundial reconhecido.
Assim, os turistas começaram a peregrinar a ferrovia para testemunhar esta maravilha da engenharia feita há 100 anos.
No entanto, só na década de 2000 os trilhos ferroviários puderam ser restaurados e os túneis, reforçados. Hoje, essa seção de 89 quilômetros é chamada de ferrovia Circum-Baikal.
O primeiro trem a vapor turístico foi lançado nesta rota histórica em 2005. Hoje, além dele, é possível embarcar em um trem elétrico regular que conecta aldeias remotas do Baikal com o centro da região.
A viagem começa na estação Slyudyanka I e termina na estação principal de Baikal. A maneira mais simples de chegar a Slyudyanka é de trem elétrico, a partir de Irkutsk, a cidade grande mais próxima do lago Baikal.
Aliás, o prédio da estação ferroviária de Sliudianka é o único no mundo construído inteiramente em mármore branco.
Ao longo do caminho, há muitas construções inacreditáveis. Um dos primeiros grandes viadutos em arco fica perto da vila de Staraia Angasolka (a parada do “km 149”).
O túnel mais longo atravessa a capa Polovinni. É possível vê-lo na parada “km 110”. O túnel tem 778 metros de extensão, mas, como é reto, com certeza você verá a luz no final dele!
Parada do "km 154".
Kirill Chpitsin/SputnikUma das paradas mais pitorescas é a chamada "Parede Italiana". Ali há uma parede de contenção de pedra em forma de arcos que lembra as pontes dos Alpes. Essa estrutura protege a ferrovia de quedas de rochas. Especialistas italianos e prussianos trabalharam em sua construção.
A viagem termina na estação do Porto Baikal. Ali fica o museu da ferrovia Circum-Baikal e um antigo farol.
Muitos turistas se transferem do Porto Baikal para Listvianka por água, uma viagem que dura meia hora, de onde passam a um ônibus e, dentro de uma hora, chegam a Irkutsk.
Se quiser ver mais de perto a paisagem local, é possível desembarcar do trem e pernoitar em uma aldeia (as estações “km 137”, “km 98” e “km 79” todas têm centros turísticos).
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