Em fevereiro de 1922, Vladímir Lênin teve uma conversa com Anatóli Lunatcharski, comissário do povo (equivalente a ministro) para a Educação e principal ideólogo soviético (atrás, claro, de Lênin).
Assim como Lunatcharski relembrou em suas cartas, Lênin lhe falou sobre o cinema comunista. O líder do proletariado lhe disse que os filmes tinham que ser de entretenimento e científicos, ao mesmo tempo que se deviam proibir os filmes contrarrevolucionários e sensuais.
“Você tem reputação como patrono das artes, então deve lembrar firmemente que o cinema é para nós a arte mais importante” (“Вы у нас слывёте покровителем искусства, так вы должны твёрдо помнить, что из всех искусств для нас важнейшим является кино”), disse Lênin.
Lunatcharski mencionou pela primeira vez esta frase de Lênin em 1925, e ela teve grande ressonância não só no setor cinematográfico soviético, mas, ironicamente, também entre outros intelectuais, que parodiavam a frase para zombar da ideologia soviética.
Uma das maneiras de fazê-lo era afirmando: “O cinema, o vinho e o dominó são as artes mais importantes para nós”. Trata-se de um jogo de palavras, já que os três passatempos mais populares entre os trabalhadores soviéticos rimavam entre si em russo (“кино, вино и домино”).