- Revolta de Stenka Razin (1667-1671)
Um dos maiores levantes da história russa, a “guerra camponesa” de Stenka Razin foi causada pela consolidação da servidão no Estado russo, assim como pelo esgotamento em que o país se encontrava com as longas guerras contra Polônia e Suécia.
Um cossaco do Don, Stepan (apelidado de "Stenka") Razin conseguiu reunir sob sua bandeira milhares de cossacos e camponeses revoltados por ter seus direitos ignorados pelos nobres – os quais foram seu principal alvo. Todas as cidades que as tropas de Stenka tomaram viram um verdadeiro banho de sangue aristocrático.
Razin rumava em direção a Moscou, saído do sul da Rússia, tomando uma cidade após a outra, e aumentou seu exército oferecendo a liberdade a cada camponês que a ele se juntasse.
Mas o exército de revoltosos foi derrotado na Batalha de Simbirsk, em 1670, e seu líder caiu nas mãos das forças do governo logo em seguida.
Razin foi esquartejado e milhares de seguidores dele foram executados tão brutalmente que quem viu aquilo nunca mais pôde esquecer.
- Rebelião de Pugatchov (1773-1775)
A guerra camponesa liderada por Emelian Pugatchov (também grafado como “Pugachev”) teve muita coisa em comum com a revolta de Razin. Como seus antecessores de um século antes, os cossacos e camponeses de Pugatchov não ficaram nada contentes com a supressão de seus direitos e benefícios pelo Estado e pela nobreza.
O cossaco Emelian Pugatchov se autoproclamou "imperador miraculosamente salvo" Pedro 3° (o qual, na realidade, tinha sido derrubado e morto por sua mulher Catarina, a Grande). O impostor reuniu um enorme exército, de quase 70.000 homens, prometendo-lhes liberdade, bem-estar e prosperidade caso assumisse o trono.
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As tropas rebeldes tomaram muitas fortalezas e cidadezinhas na região sul dos Urais e do Volga, derrotaram todas as forças enviadas pelo governo para combatê-las, ocuparam um enorme território e, assim, aterrorizaram as classes dominantes da Rússia.
Mas, em 1775, a rebelião perdeu seu impulso inicial e foi contida. Emelian Pugatchov e outros líderes foram levados para Moscou e ali executados.
- Revolta Dezembrista (1825)
Quando o exército russo entrou na Europa, em 1813, e marchou para Paris para derrotar Napoleão, pôde ver a vida europeia bem de perto. Muitos oficiais foram forçados a admitir que a Rússia estava bem atrás da Europa, e era preciso mudar a situação.
Eles formaram várias sociedades secretas destinadas a abolir a servidão, limitando o poder do soberano ou abolindo totalmente a monarquia, além de fazer profundas reformas na Rússia.
Em 14 de dezembro de 1825 (26 de dezembro, no calendário atual), durante a cerimônia de posse do novo monarca, Nikolai 1°, em São Petersburgo, eles deram o primeiro passo. Mas, como resultado de sua desorganização e hesitação, os dezembristas (como eles se tornaram conhecidos mais tarde) falharam na tentativa de assassinar o imperador ou cooptar tropas do governo.
A revolta foi suprimida, os líderes dezembristas foram executados e outros membros do movimento foram exilados na Sibéria e no Extremo Oriente russo.
- Levante de Novembro (1830-1831)
Em 1795, a Polônia desapareceu do mapa da Europa depois de ser desmembrada por Rússia, Prússia e Áustria. Os poloneses, no entanto, não perderam as esperanças de restaurar sua independência e, em 1830, organizaram uma grande revolta.
O objetivo da Levante de Novembro, também conhecido como Revolução dos Cadetes, era restaurar o país como ele era antes da divisão - um enorme território que se estendia do Báltico ao Mar Negro.
Apesar de a rebelião ter atingido os vastos territórios da Polônia, Ucrânia e Lituânia, e mais de 150.000 homens integrarem o exército polonês, sem mencionar as unidades partidárias em diferentes regiões, o levante foi reprimido pelas tropas russas.
Como resultado, a Polônia perdeu o status especial e os direitos exclusivos de que gozava no Império Russo, assim como a própria Constituição e o exército. O processo de transformar a Polônia em uma província russa comum tinha sido iniciado.
- Primeira Revolução Russa (1905-1907)
A Revolução Russa de 1905 foi, em essência, um ensaio geral para a de 1917, que acabou com a Rússia Imperial.
Os baixos padrões de vida, a falta de liberdade de expressão e os desastres militares na guerra russo-japonesa foram apenas algumas das razões que levaram às manifestações e tumultos.
Depois de centenas de pessoas serem mortas por soldados durante uma manifestação pacífica em São Petersburgo em 9 de janeiro de 1905 (no calendário atual, 22 de janeiro; o evento ficou conhecido como Domingo Sangrento), o distúrbio se estendeu por todo o imenso país.
A Revolução de 1905 fracassou apenas quando Nikolai 2° deu concessões limitando o poder soberano, estabelecendo um parlamento (a Duma de Estado) e melhorando as condições de trabalho. Isto deu ao país uma pequena pausa de dez anos antes da revolução seguinte, muito mais aterrorizante.