Bandeira e hino nacional
Após uma proibição da Agência Mundial Antidoping (WADA, na sigla em inglês), os atletas russos foram proibidos de competir nas Olimpíadas sob sua própria bandeira e hino nacional até 16 de dezembro de 2022. Assim, como nos Jogos Olímpicos de Verão de 2020 de Tóquio, a equipe russa competirá nos jogos deste ano sob a bandeira do Comitê Olímpico Russo (ROC, na sigla em inglês).
Como o hino nacional russo também está proibido na competição, as medalhas de ouro que os atletas russos conquistarem serão entregues ao som do Concerto para Piano nº 1, de Piotr Tchaikovsky.
Nas redes sociais, foi lançada uma ação em apoio aos esportistas olímpicos sob a hashtag #wewillROCyou, e o DJ Smash, da Rússia, lançou um mashup de “We Will Rock You” do Queen com a primeira sinfonia de Tchaikovsky.
Já o campeão olímpico de patinação artística Aleksêi Iagudin iniciou uma petição para suspender a proibição do uso de símbolos russos. Ela foi assinada por mais de 35.000 pessoas.
Além disso, os torcedores da Rússia esperam bons resultados nas Olimpíadas deste mês. “Gostaria muito que os esportistas de inverno tivessem a possibilidade de ouvir mais Tchaikovsky”, disse, sugestivamente, o chefe do ROC, Stanislav Pozdniakov.
Tsunami de COVID na equipe
Vários atletas russos que eram esperados nas Olimpíadas de Pequim recentemente receberam resultados positivos em testes de Covid-19.
O primeiro infectado, em 25 de janeiro, foi o patinador artístico Mikhail Koliada, de 26 anos, que conquistou a prata nas Olimpíadas de 2018 na competição por equipes e o bronze no Mundial. Ele foi substituído pelo menos experiente Evguêni Semenenko, de 18 anos, que “apenas” conquistou o bronze no Skate Canada International e o ouro no World Team Trophy e no Russian Junior Championship, todos em 2021.
Outra perda notável é a do medalhista de prata nos Jogos de 2018 no skeleton, Nikita Tregubov, e seu companheiro de equipe Vladislav Semionov. Eles serão substituídos por Evguêni Rukosuev e Daníl Romanov — o último nunca competiu em um nível tão alto, mas a equipe ainda está confiante em seu potencial!
O biatleta Eduard Latipov também foi infectado, mas, felizmente, se recuperou a tempo de tomar o voo para Pequim. Antes da quarentena, ele era o primeiro geral na classificação da Copa do Mundo de Biatlo. Posteriormente, ele caiu para o 13º lugar, mas o técnico da seleção masculina russa, Iúri Kaminski, garante que Latipov está em plena forma para as Olimpíadas.
A última infectada foi a biatleta Valéria Vasnetsova, vencedora da World Universiade e duas vezes campeã mundial júnior. Ela foi transferida para um hotel especial de quarentena e poderá ser substituída pela bicampeã europeia e da Universiade de Inverno de 2015, Evguênia Burtassova.
Vasnetsova ficou devastada: “Infelizmente, meu sonho olímpico pode continuar a ser só um sonho... Talvez um dia eu encontre forças para me reerguer, mas será uma história completamente diferente”, escreveu no Instagram.
Principais favoritos
A Rússia está de olho em pelo menos 30 medalhas e terceiro lugar na classificação por equipes, diz Pozdniakov. Essas são também as previsões da agência norte-americana Gracenote.
A Rússia tem grandes chances de ganhar medalhas em patinação artística, principalmente no individual feminino, onde Kamila Valieva, Aleksandra Trussova e Anna Scherbakova se enfrentarão.
A dupla mista de patinação artística Anastassía Michina e Aleksandr Galliamov, campeões mundiais de 2021, também têm grandes chances de conseguir a medalha de ouro.
Bons resultados também são esperados da equipe de hóquei russa. O presidente da Federação Internacional de Hóquei no Gelo (IIHF), Luc Tardif, afirmou que, se os jogadores conseguirem se safar de contrair o coronavírus, a Rússia começará como uma das favoritas.
Há grandes esperanças para o esquiador Aleksandr Bolchunov, campeão mundial de esquiatlo de 2021 e quatro vezes medalhista nos Jogos Olímpicos de 2018 – de quem se esperam muitas medalhas também nestas Olimpíadas.
No esqui estilo livre masculino, todo o foco está no líder da temporada, o tricampeão mundial Maksim Burov.
E no slalom de snowboard feminino, Sofia Nadirchina, a mais jovem vencedora de uma Copa do Mundo da categoria (aos 17 anos), deverá levar para casa medalhas.
Ela ganhou seis medalhas (de um total de seis) no Campeonato Mundial Júnior e venceu o Campeonato Mundial de 2021, desta vez na categoria adulta. A imprensa russa diz que ela é a “grande esperança do snowboard” nas próximas Olimpíadas.
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