8 principais conquistas dos atletas russos nos Jogos Olímpicos de Tóquio (FOTOS)

Vitalina Batsarashkina/Evgeny Rylov/Svetlana Romashina

Vitalina Batsarashkina/Evgeny Rylov/Svetlana Romashina

Vladímir Pesnia, Grigóri Sisoev/Sputnik; Serguêi Bobilev/TASS
Medalha de ouro três meses após uma lesão grave, a primeira medalha de ouro feminina por equipes da Rússia e vários novos recordes mundiais.

1. A primeira heptacampeã olímpica na história do nado sincronizado

Svetlana Romashina e Svetlana Kolesnichenko, da seleção do ROC, na final de dueto do nado sincronizado, em rotina livre, nos Jogos Olímpicos de Tóquio, em 4 de agosto de 2021

Svetlana Romashina, de 31 anos, é mãe de uma criança de três anos e campeã mundial de nado sincronizado por 21 vezes. Romashina quebrou seu próprio recorde e o recorde mundial no último dia 4 de agosto, e com isso garantiu o ouro olímpico pela sétima vez - tornando-se a primeira atleta do nado sincronizado na história olímpica a atingir tal marca. 

Não foi à toa que a heptacampeã olímpica chorou na cerimônia de premiação. Segundo ela, foi difícil voltar ao esporte após o nascimento da filha. Agora Romashina está encerrando sua carreira como, talvez, a atleta de nado sincronizado de maior sucesso do mundo.

“Meu marido e minha filha estão me esperando em casa e eu quero muito um segundo filho. Não importa o quão difícil tenha sido este ano enquanto eu estava em casa em licença maternidade, ainda quero um segundo filho”, disse Romashina em entrevista à RIA Novosti.

2. O primeiro campeão absoluto de natação da história russa

Evgeny Rylov, do Comitê Olímpico Russo, posando com medalha de ouro após final masculina ​​nos 200m costas durante os Jogos Olímpicos de Tóquio, em 30 de julho de 2021

Natural de Oremburgo, o nadador Evgeny Rylov, de 24 anos, ganhou duas medalhas nas provas de natação, de 100m e 200m costas. Além de ser o primeiro russo a conquistar o ouro olímpico no esporte em 25 anos, Rylov também estabeleceu um novo recorde olímpico na prova de 200m costas, concluída em 1:53,27 minuto. Apesar da euforia e torcida dos comentaristas russos, o atleta mesmo não estava tão feliz com sua vitória.

“Estava muito cansado para nadar nos últimos 50 metros. (...) Tive um momento crítico nos últimos 25 metros, quando percebi que estava paralisado, minhas pernas ficaram com cãibras e mal conseguia ficar em pé até agora. Minhas pernas doeram muito”, disse Rylov.

Na cerimônia de premiação, os organizadores dos Jogos proibiram, sem explicação, Rylov de usar sua máscara da sorte com um gatinho, que ele havia usado em todas as eliminatórias. “Quero chorar. Eles não me deixaram usar a máscara de gato”, reclamou.

3. A primeira medalha de ouro feminina por equipes da Rússia 

Equipe de ginastas do ROC com medalhas de ouro no pódio, em 27 de julho de 2021. Da esq. para dir., Victoria Listunova, Lilya Akhaimova, Angelina Melnikova e Vladislava Urazova

As ginastas russas já haviam conquistado a medalha de ouro feminina por equipes em 1992. Mas, naquela época, a medalha de ouro foi conquistada pela Equipe Unificada, que consistia em atletas das ex-repúblicas soviéticas.

Vinte e nove anos depois, em 2021, a equipe de atletas russas, formada por Victoria Listunova, Lilya Akhaimova, Angelina Melnikova e Vladislava Urazova, levaram o ouro por conta própria pela primeira vez na história.

4. A primeira vitória dos ginastas russos em 25 anos

Artur Dalaloyan, do Comitê Olímpico Russo, na barra horizontal durante a final da equipe masculina dos Jogos Olímpicos de Tóquio, em 28 de julho de 2021

A tão esperada vitória na ginástica por equipe masculina foi conquistada com o grupo formado por Nikita Nagorny, Artur Dalaloyan, David Belyavsky, Denis Ablyazin, Alexander Kartsev e Vladislav Polyashov. O momento foi especialmente celebrado por Artur Dalonyan, de 25 anos, que rompeu o tendão de Aquiles três meses antes do início das Olimpíadas.

“Se você deixa isso tomar conta, te devora. Todo mundo tem problemas na vida e nossos corpos não são feitos de metal. (...) Após a cirurgia, quando meu tendão foi costurado, no dia seguinte, saí da anestesia e imediatamente comecei a trabalhar”, declarou Dalonyan.

5. Novo recorde olímpico no tiro esportivo feminino

Medalhista de ouro Vitalina Batsarashkina competindo na final de tiro esportivo feminino, categoria pistola de ar 25 metros, dos Jogos Olímpicos de Tóquio, em 30 de julho de 2021 

Vitalina Batsarashkina, de 24 anos, que pôde ser vista competindo em Tóquio com um medalhão da Escola do Gato, do universo “The Witcher” criado pelo autor polonês Andrzej Sapkowski, estabeleceu outro recorde olímpico para a Rússia.

Com a marca registrada de manter a mão no bolso enquanto atira, Vitalina conquistou a medalha de ouro no tiro esportivo feminino, categoria pistola de ar 25 metros, e, ao mesmo tempo, bateu o recorde olímpico ao somar 38 pontos.

Os desenvolvedores da série de jogos “The Witcher”, CD Projekt Red, também a parabenizaram por sua vitória e ela foi recebida em sua cidade natal por um coro russo ao som de ‘Toss a Coin to Your Witcher’, música-tema da série na Netflix.

6. Medalha de prata no tênis individual masculino

Karen Khachanov, do ROC, na final do tênis individual masculino contra o alemão Alexander Zverev, nos Jogos Olímpicos de Tóquio, em 1º de agosto de 2021 

Sim, a medalha de prata no tênis individual também é uma conquista importante para a Rússia, porque os tenistas russos não chegam à final do torneio olímpico desde 2000. Naquela época, Evgeniy Kafelnikov conquistou a primeira e única medalha de ouro para a Rússia na história das Olimpíadas ao derrotar o alemão Tommy Haas.

Desta vez, quem se deu melhor na disputa final foi o atleta alemão de origem russa Alexander Zverev. Ainda assim, o tenista moscovita Karen Khachanov garantiu a medalha de prata, após perder dois sets consecutivos, com um placar de 6 a 3 e 6 a 1.

“De qualquer modo, as Olimpíadas [de Tóquio] são um torneio de sucesso para mim, um torneio de sucesso para o país. Estou muito feliz por ter vindo para Tóquio. (...) É uma pena estar a um passo de ganhar o ouro. Há um quê de derrota; estou chateado agora. Mas isso faz parte dos esportes, é uma reação normal. Você não consegue perder e dizer: ‘OK, está tudo bem’”, declarou Khachanov sobre a partida.

7. A primeira medalha russa no tiro com arco

Elena Osipova, do ROC, nas eliminatórias do individual feminino do tiro com arco nos Jogos Olímpicos de Tóquio, em 30 de julho de 2021

Nascida na região de Kamtchatka, a arqueira Elena Osipova, de 28 anos, ganhou outra importante prata para a Rússia. Esta foi a primeira medalha da equipe olímpica russa em 29 anos nas competições do individual feminino de tiro com arco. Após a competição, Osipova falou sobre a chance de ganhar o ouro, que acabou ficando com a coreana Ahn San.

“Na tacada decisiva, meu coração pesou um pouco, por isso não aguentei tão bem quanto gostaria. (...) Eu estava perto demais. Não havia nada a ser feito. Em nosso esporte, uma falha pode resultar na derrota, mas um disparo bem sucedido leva à vitória”, disse Osipova.

A atleta também conquistou a medalha de prata na prova por equipes, que, segundo ela, tem mais significado do que o torneio individual.

8. O primeiro e único ouro olímpico russo no atletismo nos Jogos Olímpicos de Tóquio

Mariya Lasitskene, do ROC, celebrando a conquista do ouro na prova feminina de salto em altura dos Jogos Olímpicos de Tóquio, em 7 de agosto de 2021

O grande feito tem nome: Maria Lasitskene, uma saltadora de 28 anos oriunda da república russa de Kabardino-Balkária. A tricampeã mundial já teria ganhado uma medalha nas Olimpíadas do Rio, em 2016, se ela e outros representantes do atletismo não tivessem sido banidos das Olimpíadas devido ao escândalo de doping. Em 2019, pelo mesmo motivo, a atleta não foi autorizada a participar de um torneio em Glasgow, mesmo sob bandeira neutra.

A frustração de Maria não parou por aí: em maio de 2021, dois meses antes dos Jogos de Tóquio, ela sofreu uma lesão na coxa durante treinamento e se viu obrigada a se ausentar do Campeonato Russo de Atletismo em Tcheboksari.

Antes das Olimpíadas, Maria não havia conseguido saltar mais de dois metros, enquanto sua principal rival, a ucraniana Yaroslava Maguchikh, tinha atingido 2,03 metros e era considerada a favorita. Na competição, porém, Maria saltou 2,04 metros, superando os resultados de Maguchikh e da australiana Nicola McDermott e abocanhando o ouro.

“A terceira tentativa é sempre tudo e já havia pensamentos do tipo, ‘Como você chegou aqui e que direito você tem de estar aqui?’. Não me lembro de nada, de nada. Névoa. Olhando para a barra e pensando: ‘Deus, me ajude!’. O principal para mim é me concentrar antes de cada salto”, descreveu Maria após a vitória.

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