Em uma conversa com jornalistas na última sexta (14), o campeão peso leve do UFC, Khabib Nurmagomedov, anunciou que está pronto para uma revanche contra Conor McGregor – mas com uma condição: que o irlandês vença Dustin Poirier no outono.
“Depois de Gaethje, estaria pronto para enfrentar qualquer adversário que vença Poirier. Tony [Ferguson] ou McGregor, não faz diferença”, disse. A próxima luta de Khabib com o norte-americano Justin Gaethje está agendada para 24 de outubro na misteriosa Ilha da Luta, nos Emirados Árabes Unidos.
Khabib, que nasceu na república russa do Daguestão destacou, porém, se tratar de um plano reserva, caso não consiga negociar o contrato da luta Georges St-Pierre em abril de 2021 – um potencial embate que promete enlouquecer os fãs.
“Pessoalmente, estou mais interessado em enfrentar Tony”, acrescentou Khabib.
McGregor, em quem Khabib encaixou um crossface (similar ao mata-leão, mas forçando o pescoço ao empurrar a cabeça para o lado) em 2018, foi o primeiro lutador internacional a prestar condolências após o falecimento do pai e técnico do adversário, Abdulmanap Nurmagomedov. O pai de Khabib faleceu em 3 de julho, após sofrer complicações associadas à covid-19.
“Além do esporte, também existem as relações humanas. Estou OK com [Conor]. Ficou para trás. Viver no passado e guardar rancor – este não sou eu. Meu pai não era assim, e não acho que sou muito diferente dele. Eu não tolero ataques pessoais. Mas quem não gostaria que alguém desejasse o melhor a seu pai”, continuou Khabib.
Cicatrizes do luto
O campeão peso leve do UFC também não escondeu o fato de que a morte do pai o tocou de maneira especialmente difícil. “O nosso relacionamento era diferente de um relacionamento comum entre pai e filho. Desde pequeno, ele foi meu treinador, professor e amigo. Podíamos conversar sobre qualquer coisa com ele, e seria bobeira negar que sua morte não deixou cicatrizes”, disse Khabib.
Khabib Nurmagomedov
Apesar da perda, o lutador projetou um ar de força durante a entrevista coletiva, com olhar firme e voz confiante, de acordo com as fontes presentes.
Próximo embate
Khabib falou com respeito sobre seu próximo adversário, Justin Gaethje, e revelou como o norte-americano o ajudou a treinar para uma de suas lutas em 2016.
“Não há animosidade ou desrespeito aqui. Gaethje realmente cresceu nos últimos anos e se tornou um lutador calculado. Seu [estilo de] boxe não é ofensivo, ele costuma trabalhar no banco de trás. Ele amadureceu como lutador e nocauteou alguns oponentes muito poderosos”, admitiu Khabib.
Apesar dos elogios – inclusive, de nomes do escalão de Joe Rogan –, ele não considera Justin uma espécie de “rival especial”. “Isso é o que dizem sobre todos os meus oponentes. Falaram do Barbosa, do Conor, do Johnson... Iaquinta foi a única exceção, pois anunciaram um dia antes da luta. Eles não tiveram tempo”, brincou.
Confronto com a UFC?
Khabib também falou sobre “pessoas da cena” que encontraram brechas em seu contrato com a UFC que permitiram uma luta europeia com Floyd Mayweather, driblando, assim, a obrigações existentes.
Floyd Mayweather
“Eles me disseram: ‘Sim, você será repreendido, multado. Mas nós cuidaremos de todas as multas’. Eu disse a eles que, para mim, um contrato é mais importante do que dinheiro e não podemos ter um acordo com a UFC se estivermos dispostos a quebrá-lo. Não estou ciente da posição da UFC sobre a luta de Mayweather. Por enquanto, apenas a luta com Gaethje importa”, declarou Khabib.
Futuro na política
Nos últimos anos, especulou-se um possível futuro para Khabib na política – nada menos que como presidente da República do Daguestão. Alguns jornais chegaram a chamá-lo de “candidato ideal para o trabalho”.
Khabib Nurmagomedov em reunião com Putin
Aleksêi NikólskI/SputnikEm resposta à pergunta sobre suas ambições políticas, o campeão de MMA simplesmente disse: “Todos devem atuar no que são bons”. “Eu ainda não estou totalmente desenvolvido como lutador. Quero levar minha jornada à sua conclusão lógica. Toda a minha força e energia são dedicadas ao esporte”, emendou.
Para Khabib, ele não precisa de um cargo político para ajudar as pessoas.
“Trabalhar pelo bem da comunidade também faz parte da minha vida. Comecei a fazer isso quando tinha 23, 24 anos. Acredite em mim – se você tem apenas 2 rublos, você sempre pode ajudar os outros doando um”, acrescentou.
Além do mais, Khabib acredita não ter a experiência política necessária para se tornar presidente de uma república, e que este cargo é mais adequado para alguém com formação nas áreas necessárias. “Se estamos falando sobre o principal problema da minha região, é o desemprego. Esse problema seria minha primeira tarefa [caso eu me tornasse o governante do Daguestão]”, arrematou.
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