7 curiosidades sobre o verão siberiano

Anastasia Gruzdeva
Praias de gelo, neve mesmo quando faz 30 graus Celsius e mosquitos insaciáveis!

A Sibéria é um vasto território que tem praticamente todo tipo de paisagem: taiga, tundra, montanhas e lagos. E verões muito breves, mas badalados, em que os animais selvagens deixam seu habitat natural e dão de cara com os humanos.

1. Mosquitos siberianos são inesquecíveis

Está vendo essa bela nuvem? Sim, é melhor não chegar muito perto, porque, apesar de parecer inocente, ela é um enxame de enormes mosquitos com sede de sangue. Via de regra, eles são os mosquitos mais atrevidos de que se tem notícia, e nem os melhores repelentes, nem roupas próprias para repelir mosquitos irão salvá-lo.

Esses mosquitos mordem através das roupas e, depois de um tempo, os visitantes têm que simplesmente desistir pensar neles como uma atração local.

“No início, cada mordida coça e incha, tomando um raio com 4 a 5 centímetros, mas, depois de alguns dias, você se acostuma e lida melhor com isso”, diz um morador local.

O vídeo abaixo foi filmado em Iakútia, onde se pode ver as paredes cheias de mosquitos esperando as vítimas voltarem para casa:

2. E não são só os pernilongos. Tem também mosquitos-pólvora e mutucas!

Em russo, enxames desses pequenos insetos são chamados de “gnus”, e é daí que vem o adjetivo “gnusni” (que significa “ignóbil”, “torpe”, “vil”). O que não é de todo surpreendente, já que esses insetos são realmente vis, especialmente quando atacam as pessoas na taiga. Suas picadas são ainda piores que as dos pernilongos, porque são várias espécies sugadoras de sangue atacando todos de uma vez.

“Parece que a cada vez que eles mordem, apontam para uma terminação nervosa. É muito doloroso. Não dá para se acostumar com isso – ou pelo menos leva mais tempo do que o verão nas regiões do norte”, diz um morador local.

3. Dá para tomar sol sobre uma geleira

Praia de gelo Buluus.

Os invernos na Sibéria são extremamente gelados, e a região possui áreas de permafrost, além de alguns dos lugares mais frios do mundo, como Oimiakon e Verkhoiansk. Mas os verões podem ser muito quentes, bem próximos do que é em Sôtchi, o balneário mais famoso do sul do país!

Isto acontece principalmente no sul da Sibéria (Krasnoiarsk, Abakan, Kemerovo), onde o calor pode durar semanas a fio. Mas, nas partes central e norte da Sibéria, o clima pode mudar muito rapidamente. Às vezes, o calor chega tão de repente que ainda nem derreteu toda a neve.

Na Iakútia, existem geleiras que não derretem, mesmo com o calor. Buluus é a mais famosa delas, e as pessoas vão até lá para relaxar e tomar banhos de sol. Durante o verão, esses lugares se transformam em áreas de lazer para turistas. Isso pode estar bem longe do que você imagina quando pensa em praia, mas por outro lado, é muito legal brincar com bolas de neve no calor!

4. Mesmo assim, você deve sempre levar um casaquinho

Praia em Krasnoiarsk.

O sul da Sibéria cobre um vasto território. Ali, o verão pode durar três meses e geralmente é muito quente. Isso torna possível o cultivo de grãos e muitas outras culturas. Mas, no norte da Sibéria, o verão é muito curto, e dura de um mês a, literalmente, apenas alguns dias.

Além disso, o clima ali muda rapidamente. Durante o dia, pode fazer 30 graus Celsius positivo e todo mundo ir à praia, mas, à noite pode cair para 10 graus Celsius. É por isso que os moradores locais aproveitam todas as oportunidades para se deleitar com os momentos fugazes do verão (e sempre levam consigo também roupas de frio).

Um moscovita fez o seguinte relato espirituoso de uma viagem a Iamal: “Cheguei a Iamal, partindo de Moscou, em 1º de junho, vestindo jaqueta, calça e sapatos. Enquanto eu estava no andar de cima, observando a vista e respirando o ar da Sibéria, um monte de neve voou no meu rosto. Meus dedos congelaram imediatamente e meu rosto ficou dormente de frio. Três horas depois, a neve nas ruas já tinha derretido, os pássaros estavam cantando e, enquanto eu dirigia, até peguei sol nas mãos e braços. Bem, pensei, hora de parar para esticar um pouco as pernas. Tirei minha jaqueta, saí do carro e estou lá, curtindo a vida, quando de repente ouço um zumbido e sinto que estou sendo mordido! Me mordiam inteiro, beberam uns 10 litros de sangue meu e devoraram uns cinco quilos da minha carne!”

5. Sem noite para dormir

Ponte em Krasnoiarsk à noite.

Todo mundo sabe que os dias ficam mais longos e as noites ficam mais curtas durante o verão. Mas quanto mais ao norte fica o local, mais longos são os dias no verão. Em latitudes de 60 graus, há até noites brancas, quando o sol se põe no horizonte por apenas algumas horas, mas nunca fica realmente escuro. Além do Círculo Polar Ártico, tem ainda os dias polares, 24 horas por dia, durante o verão.

6. Você pode pegar uma balsa para visitar os amigos!

Salekhard.

Um dos problemas da Sibéria é que ela tem muitos rios e poucas pontes. A questão é que os leitos dos rios da Sibéria dificultam a construção de fortes pontes rodoviárias sobre eles e, para chegar a uma cidade vizinha do outro lado do rio, muitas vezes é necessário fazer um desvio que pode acrescentar centenas de quilômetros ao trajeto. Algumas cidades, como Salekhard ou Iakutsk, por exemplo, têm o aeroporto de um lado do rio e a estação ferroviária, do outro. No inverno, os habitantes locais atravessam esses rios sobre o gelo e no verão, de balsa.

7. A vida selvagem dá de cara com a humana

Muitas cidades siberianas são cercadas por taiga ou tundra, e por isso os animais selvagens costumam passear por elas. Você já viu renas pisando no seu pé de tomate ou raposas árticas roubando um peixe que você acabou de pescar? Ali é assim!

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