Na última segunda-feira (13), o governo de Moscou, epicentro da epidemia de coronavírus na Rússia, adotou um sistema de permissões digitais para as pessoas que precisem se deslocar por meio de veículos ou nos meios de transporte público.
A nova medida abarca todos os tipos de transporte público e privado: carros, motocicletas, táxis, metrô, trens suburbanos e até bicicletas.
Qualquer pessoa que atualmente more em Moscou, inclusive estrangeiros, refugiados e outras categorias de pessoas, pode solicitar a permissão pela internet, no site da prefeitura.
O governo aprovou três justificativas para que o cidadão receba a permissão: necessidade de viajar ao trabalho, de visitar uma instituição médica e de viajar por outros motivos.
A prefeitura pode se recusar a emitir a autorização caso a razão não seja considerada válida. Nesta terça-feira (14), as autoridades de Moscou já haviam anulado cerca de 900 mil permissões que continham dados errôneos.
Sem a autorização, os moscovitas ainda podem caminhar até o supermercado mais próximo de sua residência ou passear com o cachorro a uma distância de até 100 metros.
Crianças de até 14 anos, funcionários públicos, militares, juízes, advogados, tabeliões e jornalistas estão isentos das permissões para deslocamentos profissionais.
O deslocamento sem permissão pode resultar em um aviso ou até em multa, cujo valor varia entre os 1.000 e os 30.000 rublos (R$ 70 e R$ 2.090) para passageiros do transporte público e 5.000 rublos (R$ 350) para motoristas.
No último final de semana, antes de introdução das permissões, a polícia de Moscou já havia multado 5 mil pessoas por violação da quarentena, segundo chefe da Direção Principal de Controle de Moscou, Evguêni Dántchikov.
"Cerca de 5 mil moscovitas já receberam avisos e multas pela violação, ou seja, eles caminharam, foram fazer churrasco e se comportaram de maneira inadequada", disse Dántchikov à agência de notícias russa Ria Nóvosti.