Como a propaganda espacial elevava o moral dos cidadãos comuns na União Soviética

Estilo de vida
ALEKSANDRA GÚZEVA
A principal conquista da URSS na década de 1960 foi, com certeza, o envio do primeiro homem ao espaço. E os cidadãos ficarão imensamente orgulhosos disso –  não sem a ajuda de um pouco de publicidade estatal.

Depois que Gagárin fez a primeira viagem tripulada ao espaço, a vida na URSS mudou dramaticamente. Pôsteres de propaganda retratavam o primeiro cosmonauta como um semideus. 

Gagárin estampava cartões postais com tanta frequência que havia até uma terminologia especial usada entre os colecionadores de selos temáticas – “filatélica gagariana”, e algumas pessoas escreveram livros sobre selos da era espacial.

Em 1961, foi lançada a produção em massa dos relógios Raketa (Foguete); em 1980, a fábrica já produzia mais de 4 milhões desses relógios anualmente.

A propaganda soviética tentava aproveitar toda e qualquer vantagem da popularidade da exploração espacial, e as fábricas estatais de chocolate criaram inclusive doces dedicados ao tema, como “Odisseia Cósmica” e “Estratosfera”.

As crianças também tinham que aprender sobre as glórias espaciais desde cedo. Tanto é que, em diversas escolas e centros de educação e lazer da União Soviética, havia mosaicos representando o cenário espacial.

Por causa disso, era comum ver crianças sonhando em se tornar cosmonauta. Algumas costumavam usar trajes espaciais para as brincadeiras...

...e para os bailes de final de ano...

…e para apresentações amadores em escolas e acampamentos de verão. Esse fato é mostrado com humor no clássico soviético “Bem-vindo ou não invasor”.

Até os pontos de ônibus na União Soviética eram decorados com mosaicos temáticos espaciais.

E diversos playgrounds possuíam ônibus espaciais e foguetes.

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