Como sobreviver na Rússia: um guia com dicas de expatriados para expatriados

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Nem todo mundo que se muda para o país consegue lidar com a cultura e a atmosfera completamente diferentes – e às vezes se sentem completamente perdidos. Como saber se você é bem-vindo, se os russos nunca sorriem? O que fazer nos longos e frios invernos? Reunimos 4 dicas de estrangeiros que vivem e trabalham no país.

Quer amigos russos? Fale com o coração!

Participantes do 19º Festival Mundial de Jovens e Estudantes, em Sochi

Quase todos os estrangeiros pensam que os russos parecem fechados nas ruas, mas, na verdade, são pessoas muito agradáveis ​​e hospitaleiras, que se importam com os amigos. Megan Hanrahan, da Austrália, ficou surpresa quando, certa vez, ouviu de um amigo russo: “Eu gosto de você agora, mas eu não gostava de você quando nos conhecemos, você parecia malvada!”. Mas Megan percebeu então que as pessoas na Rússia sempre falam “com o coração”. “”Na verdade, os russos não sorriem muito em público, mas aquele comportamento reservado de início, uma vez superado, revela pessoas maravilhosamente engraçadas, de mente aberta e curiosas”, diz a australiana.

A norte-americana Victoria Hendersen mora em São Petersburgo e diz ter ficado “impressionada” com a rapidez com que os russos a aceitaram como amiga. “Na festa que dei ao me mudar, quatro pessoas que eu nem havia convidado me ofereceram ajuda para encontrar emprego depois de eu reclamar que não estava achando. E os amigos largaram tudo o que estavam fazendo para visitar um apartamento comigo e garantir que eu não estava sendo enganada no processo.”

Não tenha medo de distâncias

Para os russos, especialmente os que vivem na Sibéria ou no Extremo Oriente, as distâncias não significam nada. “Viajar na Rússia mudou minha vida”, diz Aurélia Crémoux, que estudou recentemente no Instituto de Arquitetura de Moscou. “Descobri paisagens que nunca esperei ver na vida, sobretudo ao redor do Baikal!”

“Meus amigos russos às vezes me convidam para viajar com eles no fim de semana. Quando pergunto se iremos para perto de Moscou, eles respondem: ‘Ah, não é tão longe, uns 500 km’”, conta o italiano Axel Grieco. “O comprimento total do meu país é de cerca de 1.185 km, então, para mim, ainda é muito estranho ouvir isso.”

Mesmo assim, para quem não curte trajetos longos, basta visitar cidades próximas. “Pegue qualquer trem interurbano (elektritchka) até a última parada e explore o interior”, escreve o usuário Bento XVI em um fórum de expatriados. O internauta também aconselha a evitar armadilhas para turistas e “suas matriochkas fajutas”.

A vida não para no inverno

“A Sibéria foi um lugar de descobertas para mim”, admite Manuel Gomez, da Espanha, que passou dois anos em Krasnoiarsk. “A -40 graus Celsius, fomos dar um passeio na Reserva Natural Stolby: subimos ao topo das rochas, onde meus amigos abriram uma garrafa térmica, pegaram um fogão a gás e esquentaram a carne enlatada. E isso foi pura felicidade. E que vista!”, recorda Manuel.

“Os russos tomam sorvete por todo canto, em todos os momentos, mesmo quando está -15°C”, diz Aurélia. “Algumas pessoas até dizem que é muito saudável.”

“Os russos me ensinaram que, não importa quão frio esteja na rua, está sempre calor o suficiente para uma xícara de chá”, diz Grieco, que atualmente mora em Moscou.

Na Rússia, faça como os russos

O britânico Andrew Byron, que também vive na capital russa, admite se tornar uma “outra pessoa” quando fala russo. “Se eu for à casa dos meus amigos russos e eles me virem andando de meia, vão me dizer para colocar chinelo”, diz. Com o tempo, porém, Byron confessa que começou a fazer o mesmo com as visitas em sua casa.

Transformação semelhante aconteceu com Chiaki Hirai, do Japão, quando fazia estágio em Moscou. Certa vez, percebeu que estava totalmente adaptada à tradição russa de guardar um lugar na fila. “Eu me vi perguntando às pessoas: ‘Vou comprar um envelope, mas volto logo, então, por favor, guarde meu lugar’. Ainda acho difícil acreditar que estou dizendo coisas assim. Mas na Rússia, isso é comum”, diz.

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