Estudantes russos estão realizando aulas bizarras de matemática, com problemas que são, por vezes, ambientados em situações enervantes e controversas. A questão não é a complexidade matemática, mas os temas, que deixam qualquer um de boca aberta:
Contando lunáticos
Um dos problemas de matemática mais bizarros é assim: “Em um manicômio, há um médico-chefe e muitos loucos. Durante uma semana, cada doido morde alguém (inclusive ele mesmo) uma vez a cada dia. No final da semana, cada paciente tem duas mordidas, e o médico-chefe, 100 mordidas. Quantos lunáticos há no hospital?”
A tarefa foi passada a alunos da oitava série como parte de competições de matemática, e a resposta correta é 20.
O problema pode ser representado por uma equação simples: 7*x = 100+2*x, onde “x” é o número de “loucos”. Daí, tiramos 5*x = 100, e, portanto, x = 20.
Depois de 'Onde está Wally?'...
O próximo problema, para crianças pequenas, é muito mais simples. “Seriôja e Masha [diminutivos de Serguêi e Maria] estão fazendo enfeites de papel para a árvore de Natal. Masha fez quatro enfeites de papel, e Misha [apelido de Mikhaíl] dez seis mais a mais que ela. Quantos enfeites fez Misha? E quantas lanternas foram feitas no total?”
A resposta à primeira pergunta é 10, e à segunda, 14. O que não fica claro é o destino de Seriôja, que desaparece de repente. Na segunda parte do problema, Misha aparece do além. Mas o que aconteceu com Seriôja?
Drogas farmacêuticas
Nunca saberemos por que foi preciso uma experiência tão psicodélica para ensinar adição e subtração...
“Havia 27 pílulas em um kit de primeiros socorros. Dois meninos o abriram e começaram a experimentar as pílulas. Um experimentou cinco pílulas e caiu no chão. O outro experimentou três e saiu correndo e gritando. Quantas pílulas restaram no kit?”
O fazendeiro ganancioso e o trabalhador imigrante
Outro problema matemático que apareceu nos livros escolares é tão perturbador que diversos políticos o criticaram pelo modo como descreve trabalhadores imigrantes no país.
“Um fazendeiro emprega 10 trabalhadores. Cada um consome um filão de pão branco por dia, além de outros alimentos. O fazendeiro contratouum trabalhador de um país vizinho (um tadjique), que come tanto quanto quatro pessoas, mas trabalha tanto como sete. Então, o fazendeiro demitiu os trabalhadores desnecessários. Quantos filões de pão o fazendeiro economiza agora?”
A imagem de um fazendeiro astuto que, ao demitir seis pessoas, economiza três filões de pão (sim, esta é a resposta correta) foi recebida com raiva pelos membros do Partido Comunista, que não ficaram nada felizes com o retrato de um trabalhador imigrante sendo explorado e mal pago.
Eles ressaltaram que este é, realmente, o caso de muitos trabalhadores provenientes do Tadjiquistão, assim como de outros trabalhadores de repúblicas da Ásia Central que vão a Rússia para trabalhar.
Quer saber mais sobre a educação na Rússia? Leia "Uniforme escolar, um pesadelo (também) soviético".