Os 5 melhores filmes baseados em obras de Púchkin

Cultura
ALEKSANDRA GÚZEVA
Os poemas, peças e romances do escritor ainda agitam a imaginação de diretores do mundo todo. Selecionamos cinco obras-primas cinematográficas filmadas na URSS e já testadas pelo tempo,

1. ‘A Filha do Capitão’ (dirigido por Vladímir Kaplunovski, 1958)

O jovem nobre Piotr Grinev está a caminho de uma fortaleza remota para o serviço militar. Ele é pego por uma forte nevasca no caminho, mas um estranho o ajuda a se salvar. Como sinal de gratidão, ele lhe dá seu casaco de inverno. Logo, descobre-se que o estranho era ninguém menos que Emelian Pugatchov (também grafado como Pugachev em português), o líder da revolta camponesa.

A figura de Pugatchov foi magistralmente incorporada pelo astro do cinema soviético Serguêi Lukianov, que também havia interpretado o protagonista do icônico filme ‘Cossacos de Kuban’ (1950) anteriormente. O público também adorou Grinev, interpretado pelo jovem Oleg Strijenov. A versão do livro para as telonas transmitiu vividamente a atmosfera de turbulência e rebelião e, além da aclamação do público, ganhou prêmios internacionais de cinema.

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2. ‘ (dirigido por Aleksandr Ptuchko, 1972)

Ludmila, filha de um príncipe de Kiev, casa-se com o cavaleiro Ruslan, um “bogatir”. Mas, quando se encontram sozinhos após a festa, forças malignas sequestram a noiva — ela é aprisionada por um feiticeiro chamado Tchernomor. Inconsolável, Ruslan parte em busca de sua amada, superando os vários obstáculos do feiticeiro.

O filme de conto de fadas é uma adaptação do poema homônimo de Púchkin e seu principal triunfo é o fato de ter preservado o texto poético original. O longa-metragem em grande escala foi o último trabalho do diretor soviético Aleksandr Ptuchko e acabou sendo muito elogiado pela crítica.

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3. ‘O Chefe da Estação’ (dirigido por Serguêi Soloviev, 1972)

Samson Virin trabalha como guarda de estação e vive sozinho com a sua única filha em uma estrada remota. O ambiente familiar é perturbado por um belo “hussardo” (um cavaleiro de cavalaria ligeira), interpretado por Nikita Mikhalkov, com quem a filha foge.

Este é um dos primeiros filmes do diretor Serguêi Soloviev, mas no qual já se pode sentir o estilo do autor e sua linguagem cinematográfica inovadora. Ele escalou a esposa, a atriz Marianna Kuchnerova, para a protagonista feminina.

O filme é baseado na história em prosa homônima de Púchkin, mas também apresenta alguns de seus poemas. Este trabalho foi reconhecido no exterior: o filme ganhou o Grande Prêmio no Festival de Televisão de Veneza.

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4. ‘Pequenas Tragédias’ (dirigido por Mikhail Schweitzer, 1979)

Pupilo de Serguêi Eisenstein, Mikhail Schweitzer fez vários filmes baseados em clássicos russos. Sua filmografia inclui ‘Ressurreição’ (1960-1962) e ‘A Sonata a Kreutzer’ (1987), baseados em Tolstói; ‘Almas Mortas’ (1984), baseado em Gógol; e variações sobre os temas das histórias de Tchékhov.

‘Pequenas Tragédias’ é um destaque dessa lista. Ele não somente adaptou quatro das peças dramáticas de Púchkin em verso, mas também as processou criativamente, conectando-as com outra obra do autor, ‘Noites Egípcias’. Assim, as peças são apresentadas como fantasias de um poeta improvisado.

O filme de três partes é interessante tanto por sua proximidade com o texto de Púchkin quanto pelos atores icônicos, como Vladímir Vissótski.

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5. ‘O Conto do Czar Saltan’ (dirigido por Ivan Ivanov-Vano e Lev Miltchin, 1984)

Três irmãs fantasiam sobre o que fariam se se tornassem tsarinas. Duas delas têm sonhos materiais, enquanto a mais nova diz que daria à luz um filho para o tsar. O tsar, que descobre isso, casa-se com ela e então se desenvolve um drama no estilo de ‘Cinderela’, com direito a irmãs invejosas, calúnias e um resgate milagroso.

Esta animação foi adaptada do conto de fadas em versos de Púchkin de mesmo nome. O diretor de arte Ivanov-Vano já havia se tornado famoso antes com o filme de animação ‘O Cavalinho Corcunda’ (1947), que o próprio Walt Disney elogiou e mostrou aos seus artistas. Ele trouxe ‘Czar Saltan’ no mesmo estilo, usando elementos da arte popular russa.

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BÔNUS: A melhor adaptação cinematográfica pós-soviética

‘A Camponesa Aristocrática’ (dirigido por Aleksêi Sakharov, 1995)

Esta história de amor não os deixará indiferentes. O começo lembra ‘Romeu e Julieta’: dois proprietários de terras vizinhos estão em conflito muitos anos, mas a filha de um deles quer conhecer o filho de um dos outros. Vestida como uma simples camponesa, uma jovem aristocrática conhece o belo filho do vizinho sem que ele saiba quem ela é. Mas é então que os pais repentinamente se reconciliam e decidem casar seus filhos... E agora?

O filme é fiel ao texto de ‘A Filha do Escudeiro’ de Púchkin e é caracterizado pela atenção sutil ao cenário e aos figurinos históricos. Os protagonistas Elena Korikova e Dmítri Scherbina retratam seus personagens com maestria.

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