Cena de "Os Rapazes Felizes", 1934
Grigóri Aleksandrov/Moskinokombinat, 1934Após a Revolução e a Guerra Civil, o jovem Estado socialista teve que se confrontar com um número enorme de crianças sem família nem teto: entre 4 e 7 milhões no início dos anos 1920, segundo estimativas diversas. O Estado as tirava das ruas para orfanatos especiais, criando-as como novos cidadãos.
Primeiro filme soviético falado, “O Caminho de Vida” trata justamente desse processo. Narra a reeducação de uma gangue de adolescentes em uma comunidade operária — o que, no entanto, nem sempre era bem-sucedido.
Este longa foi dirigido pelo então pouco conhecido cineasta Nikolai Ekk, cujo nome verdadeiro é Iúri Ivakin. Graças a “O Caminho de Vida”, ganhou o prêmio de Melhor Diretor no Primeiro Festival Internacional de Cinema de Veneza em 1932. O filme acabou sendo exibido em mais de 100 países.
Este foi a primeira comédia musical soviética e o filme que revelou a jovem Liubov Orlova. “E aquele que caminha pela vida com uma canção nunca se perderá“ continua sendo uma das músicas mais famosas e favoritas da Rússia. O filme de Grigóri Aleksandrov retrata as aventuras de um pastor chamado Kóstia, que se torna líder de uma banda de jazz, e Anna, uma funcionária doméstica que se torna cantora. Kóstia foi interpretado por um dos melhores atores soviéticos da época, o cantor Leonid Utesov.
O filme de Gueórgui e Serguêi Vassiliev sobre o herói da Guerra Civil Vassíli Tchapáiev conquistou o principal prêmio no Primeiro Festival de Cinema de Moscou em 1935. Os irmãos Vassiliev se basearam no romance homônimo de Dmítri Fúrmanov, que serviu sob o comando de Tchapáiev.
O filme foi aclamado não apenas entre os círculos oficiais, mas também recebeu grande aprovação dos espectadores.
Este musical também é estrelado por Liubov Orlova. Depois de dar à luz uma criança negra, uma artista de circo dos EUA se muda para Moscou, onde encontra não apenas refúgio, mas também felicidade e amor. A música do filme, “Meu Grande País”, foi posteriormente usada como um jingle para a Rádio de Toda a União. E, após o desmantelamento da URSS, foi até proposto que se tornasse o hino da Rússia.
Nikolai Ekk ficou famoso não apenas por ser o diretor do primeiro filme soviético falado, mas também por fazer o primeiro em cores. Em sua trama, Grúnia Kornakova, a funcionária de uma fábrica de porcelana pré-revolucionária, exorta os companheiros a lutarem por seus direitos.
A tecnologia para imagens coloridas foi desenvolvida pelo diretor de fotografia soviético Fiódor Prôvorov: filmar em dois rolos (vermelho e verde-azulado), que foram combinados na pós-produção. Ná época, a cinematografia norte-americana também apresentava uma técnica de luz dividida por lentes em três cores, chamada “Technicolor”.
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