No início da União Soviética, ilustradores talentosos criaram maneiras atraentes e chamativas de persuadir as crianças a se unirem à luta dos trabalhadores...
Este poema ilustrado narra a luta travada em um bosque entre um "ouriço trabalhador" e um "brutal javali tsarista". O tirânico javali, que impede os companheiros do ouriço de jogar futebol, é punido quando os animais (liderados pelo valente ouriço) marcham pela floresta cantando "Liberdade eterna para o povo selvagem" e depois depõem seu opressor.
Depois de acordar em uma manhã quente e arar com entusiasmo sua fazenda coletiva, os irmãos Fedka e Aliôchka têm a oportunidade de fazer algo com que a maioria das crianças só podia sonhar: ir ao desfile dos trabalhadores no 1º de maio na Praça Vermelha. Seja quanto a trens ou aviões, as crianças expressam o tempo todo sua surpresa com os avanços tecnológicos soviéticos e depois vão conversar com as crianças da Organização Pioneira sobre a vida de Lênin. Ah, a infância!
“O que são cidades?”, pensa Kolka, olhando pela janela para os trens que passam. Você sabe que as cidades têm prédios do tamanho de fábricas e bondes que podem resistir a qualquer clima, mas a quem agradecer por tudo isso? "A Lênin, o bom velhinho que nos levou à vitória", lê em seu livro.
Naquela noite, como por mágica, Kolka conhece o velho sábio, que lhe mostra o mundo (ou mais especificamente, o impressionante sistema ferroviário soviético). Mas, em uma reviravolta sombria, Kolka percebe que foi tudo um sonho, quando acorda e lê no jornal: "Lênin morreu". Entende-se, portanto, que as crianças precisarão dar continuidade a sua luta no futuro.
Nem todos os heróis usam capas. Na verdade, muitos podem até ser encontrados nos postinhos de saúde local — algo que todos vimos durante a pandemia, aliás.
É assim que o menino Iacha é descrito neste livro dos anos 1930: seus esforços no município para obter uma melhor higiene e sua capacidade de dirigir tratores fazem com que todos os outros meninos queiram ser como ele.
Mas, mais importante, ele, que é judeu, deseja se misturar com os camponeses (algo que os judeus não podiam fazer sob o regime tsarista) e mostrar que os judeus podem usar o arado. Os esforços de Iacha não passam despercebidos, pois suas maçãs e pepinos logo são admirados por todas as fazendas vizinhas!
O primeiro plano quinquenal anos de Stálin é o tema deste livrinho, que concentrou esforços para tornar o projeto o mais esteticamente interessante possível. Com cores brilhantes e gráficos atraentes, o livro glorifica as novas indústrias, fazendo com que tudo pareça simples e emocionante.
Na União Soviética, era importante que as crianças soubessem de onde vinha a comida e conhecessem a extraordinária maquinaria agrícola do país. Não há contos de fadas neste volume: ele é literalmente um relato de como a beterraba é plantada, extraída do solo, transformada em suco e depois em açúcar. Não parece nada de mais — exceto, quiçá, para as crianças da cidade, que imaginam sacos de açúcar nascendo de árvores!
Esta é mais uma obra enaltecendo a figura de Lênin — e não especificamente explicando os princípios do bolchevismo. Nela, o líder do proletariado compra um barquinho para uma criança, leva comida pessoalmente a um jardim de infância e até redistribui caviar (um produto muito mais popularizado no país) e cacau às crianças merecedoras — basicamente um Papai Noel, mas com barba e bigodes menos bastos.
Um dos livros infantis soviéticos mais abstratos, “O desfile do Exército Vermelho” usa vermelhos claros e claros para fazer parecer que a Revolução está em um estado constante de quase verão caribenho. Os participantes do desfile são pombas eternamente abençoadas e sóis radiantes, enquanto a multidão é retratada como um lugar acolhedor, inclusivo e não ameaçador. Certamente uma maneira engenhosa de incutir na mentalidade das crianças a ideia de futuramente se alistar no exército.
Os dois temas mais comuns da literatura infantil soviética são o realismo e a participação dos leitores. “Subbotnik”, que trata de um assunto aparentemente banal como o funcionamento de uma locomotiva, é um bom exemplo disso, pois torna o leitor participante ativo na construção do comunismo.
Ao final do poema, o protagonista (representado como um menino sem rosto) recebe ordens diretas do patrão, que precisa de uma ajuda extra para descarregar as batatas: “Não olhe para os lados! Ande direito! Peito cheio! Mais alegre!".
Por seu trabalho duro, ele é recompensado podendo chegar em casa a tempo do jantar, onde um grande prato de batatas o espera. Bom trabalho, camarada!
Nem a Cidade Esmeralda ou o castelo da Bela Adormecida podem competir com a usina hidrelétrica de Volkhovskaia! Ela foi a primeira usina hidrelétrica da Rússia, localizada no rio Nievá, e foi imortalizada por este poema rítmico que, com a ajuda de algum revisionismo histórico, capitaliza a grandeza da usina para mostrar como "Leningrado emergiu da água". O poema “80.000 cavalos” não tem nada a ver com o mundo animal, mas com o poder das turbinas.
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