Ulítskaia é uma das escritores russas mais aclamadas da atualidade e um verdadeira sucessora da tradição do romance russo clássico do século 19. Em suas obras, ela observa várias gerações de uma família contra o pano de fundo de eventos históricos, sondando simultaneamente a maneira como a política e o regime dominante afetam a vida e o destino de um indivíduo.
Recomendamos especialmente os livros “Kazus Kukotskogo” (ainda versão para o português; em tradução livre, “O Enigma Kukotski”; publicado em inglês como “The Kukotsky Enigma”); “Zeliôni Chatior” (em tradução livre, “Tenda Verde”; em inglês “The Big Green Tent”) e “Perevodtchik Daniel Chtain” (em tradução livre, “O tradutor Daniel Stein”, publicado em inglês como “Daniel Stein, interpreter”).
Pra saber mais sobre Ulítskaia e sua obra e por que ela merece o Prêmio Nobel de Literatura, clique aqui!
Os romances de Rúbina mergulham os leitores na atmosfera exótica de Tashkent e Jerusalém e os levam em jornadas pela ardente Espanha e pelas capitais russas Moscou (atual) e São Petersburgo (do passado), por vezes indo parar em alguma pequena cidade judaica ucraniana do pós-guerra.
Os romances de Rúbina são povoados por indivíduos extraordinários, entre eles, espiões, artistas e trapaceiros. Seus enredos são sempre fabulosamente intrincados, e sua linguagem é musical e sonora, cheia de descrições exuberantes.
Nossa lista de leituras imperdíveis de Rúbina inclui “Na solnetchnoi storone ulitsi” (ainda sem tradução para o português; publicado em italiano como “Il sole dolce dei ricordi”); “Na Verkhnei Maslovke” (ainda sem tradução para o português ou inglês); “Belaia Golubka Kordovi” (ainda sem tradução para o português ou inglês); e a triologia “Russkaia Kanareika” (idem).
Aliás, para quem vai se aventurar a ler sua produção em russo, recomendamos os audiolivros narrados pela própria Rúbina: uma verdadeira arte à parte!
Petruchévskaia é uma “one woman band”. Com mais de 80 anos de idade, ela ainda canta e dança em seu próprio show de cabaré, usa chapéus excêntricos e escreve roteiros para contos de fadas e peças de teatro.
Um de seus romances mais famosos é “Hora: Noite” (que saiu em Portugal pela editora Relógio D’Água): um retrato austero da vida de mulheres no final da União Soviética, cheio de horrores domésticos, memórias da vergonha da virgindade perdida e a total falta de espaço pessoal.
Petruchévskaia também tem várias coleções de histórias de família assustadoras (como, “Era uma vez uma mulher que tentou matar o bebê da vizinha: Histórias e contos de fadas assustadores”, que saiu no Brasil pela Cia das Letras) e um divertido livro autobiográfico sobre sua infância soviética, “A menininha do Hotel Metropol: Minha infância na Rússia comunista” (Cia das Letras).
Aliás, o filho de Petruchévskaia, o artista Fiódor Pávlov Andreevich é um habituè da cena alternativa paulistana e carioca e já realizou diversas performances por terras brasileiras.
Mais sobre Petruchévskaia aqui.
O primeiro romance desta parente distante de Lev Tolstói foi um grande sucesso. O distópico “Kis” (ainda sem tradução para o português; publicado em inglês sob o título “The Slynx”; mais sobre esta obra aqui) retrata um mundo pós-apocalíptico de pessoas deformadas e criaturas estranhas que parecem ter esquecido quase até como falar.
E, embora não tenha publicado grandes romances desde então, Tolstáia lançou várias coleções de sucesso de ensaios e contos, traduzidos para muitas línguas, como “Reká” (ainda sem tradução para o português); “Liogkie miri” (que saiu em espanhol como “Mundos Etéreos” e, em inglês, como “Aetherial Worlds”); e “Devuchka v tsvetu”. Cada conto cobre uma vida inteira, com memórias de amor e guerra e descrições em linguagem altamente figurativa repleta de metáforas.
O romance de estreia desta escritora do Tartaristão, “Zuleikha otkrivaet glaza” (ainda sem tradução para o português; a obra saiu em italiano como “Zuleika apre gli occhi” e em espanhol como “Zuleijá abre los ojos”), conquistou a cena literária russa em 2015.
O livro arrebatou vários prêmios e vendeu como água contando a história comovente de uma menina muçulmana enviada a um campo stalinista depois que a família é desapropriada. Já foi adaptado para uma série de televisão com Tchulpan Khamatova no papel principal.
Seu segundo livro, “Deti moi” (ainda sem tradução para o português ou inglês) saiu recentemente e trata dos alemães do Volga, novamente nos anos de Stálin.
Mesmo antes de a versão russa aparecer, editoras estrangeiras faziam fila pelos direitos de tradução. Portanto, se você quer uma vívida cor local unida a uma história emocionante a pedida é Iákhina.
Mais sobre o romance “Zuleikha” aqui e aqui.
Esta jovem escritora do Daguestão escreve romances nada cor-de-rosa sobre a colisão entre modernidade e tradição no Cáucaso. O modo de vida dos jovens, casamentos e encontros são descritos com tons vivos.
Ganieva estreou com uma novela assinada sob pseudônimo masculino: “Salam tebie, Dalgat” (publicada sob o pseudônimo de Gulla Khiratchev). Nela, a escritora descrevia um dia na vida de um jovem em Makhatchkalá, a capital do Daguestão.
Sua visão abrasadora e inabalável do mundo masculino foi uma revelação. Desde então, vários livros de Ganieva foram traduzidos para línguas estrangeiras, como “Jenikh i nevesta” (que foi publicado em inglês como “Bride and Groom”), “Praznitchnaia gora” (publicado em inglês como “The Mountain and The Wall”; em espanhol como “La montaña festiva”; em italiano como “La montagna in festa”).
Ela se tornou uma habituè russa em feiras de livros ao redor do mundo.
Starobinets é descrita como a “Stephen King russa” e a “rainha do horror” por misturar o gênero de ficção adolescente e o horror, ambos pouco representados na literatura russa moderna.
O conto “Perekhodni vozrast” (publicado em espanhol como “Una edad difícil”), por exemplo, conta a história de um menino cujo cérebro e corpo são escravizados por uma formiga rainha que quer usá-lo para dominar o mundo.
Nas mãos de Starobinets, o horror assume a forma de misticismo, ficção científica e distopia futurista, como podemos ver no romance “Jivuschi” (publicado em espanhol como “El Vivo”; em inglês como “The Living”), que foi selecionado para o Prêmio Nacional de Best-sellers da Rússia.
As últimas publicações de Starobinets se tornaram best-sellers: “Zverski detektiv” (em tradução livre, “”Detetive brutal”), outro livro para adolescentes, assim como o romance documentário “Posmotri na nego” (que saiu em espanhol como “Tienes que mirar”), no qual Starobinets partilha sua trágica experiência pessoal de perder um filho.
Os livros de Olga Slavnikova não se parecem de maneira nenhuma uns com os outros, nem mesmo em questão de gênero. Por exemplo, seu romance “2017”, uma distopia, trata de um desastre ambiental e uma guerra civil sem sentido e encharcada de sangue em meio a paisagens pós-apocalípticas.
Já o romance “Bessmertni” (que foi publicado em inglês como “The Man Who Couldn't Die: The Tale of an Authentic Human Being”) mostra a esposa e a filha de um paralítico que criam uma nova realidade para ele, escondendo o fato de que a União Soviética caiu.
O protagonista do livro “Liogkaia golova” (em inglês, publicado como “Light-Headed”) encontra-se em uma situação kafkiana: alguns funcionários da Divisão de Investigação de Motivos dizem que ele pode salvar milhões de vidas, mas para tanto ele precisa se matar...
O último romance da autora, “Prijok v dlinu” (em tradução livre, “O Longo Salto”), é sobre um atleta que tem a capacidade de desaparecer e flutuar pelo ar.
Na tradução alemã, o título do romance de Tchijova “Vremia Jenschin” (em tradução livre, “O tempo das mulheres”), foi vertido como “O silencioso poder das mulheres”, um título que reflete com mais precisão sua essência.
As mulheres (mesmo as babushkas enfermas) são capazes de muito. As dificuldades que sofreram e suportaram certamente matariam a maioria dos homens, se não todos eles. No entanto, elas carregam sua cruz em silêncio.
As personagens femininas de Tchijova são retratadas com perfeição. O foco principal da escritora está na era soviética: ela retrata a vida durante a Revolução, a Guerra Civil Russa, a Segunda Guerra Mundial e a paz do pós-guerra — com, por exemplo, em “Krochki Tsakhes”.
Seus romances também retratam sua cidade natal, Leningrado (hoje, São Petersburgo), com uma enorme riqueza de detalhes. A cidade é homenageada ainda no último romance de Tchijova, “Gorod, napissanni po pamiati” em tradução livre, “A cidade descrita pela memporia”), em que conta a história de sua própria família e de seus ancestrais, relembrando sua infância em Leningrado.
A plataforma HBO ou Netflix certamente poderiam fazer uma série de sucesso baseada em “Dom, v kotorom...” (publicado em inglês como “The Gray House”; em italiano como “La casa del tempo sospeso”), obra de Mariam Petrossian. Imagine: um internato secreto para crianças deficientes onde as fronteiras entre o mundo real e o místico não existem... Praticamente um novo Hogwarts!
A história surgiu dos contos de ficção científica que a autora esboçou ainda na escola. Hoje, o best-seller foi traduzido para dez línguas estrangeiras e ganhou vários prêmios literários.
O escritor e comediante britânico Stephen Fry descreveu Petrossian como uma das escritoras mais interessantes da “Era Pútin”.
Formada em letras, Stepnova era proveniente de uma família de médicos e trabalhou como auxiliar de enfermeira, por isso ela “dissecava” a alma humana tão bem quanto outros médicos que eram escritores, como Anton Tchékhov e Mikhaíl Bulgákov. Seu primeiro romance, “Khirurg” (em tradução livre, “O Cirurgião”), chegou a ser comparado com “O Perfume”, de Patrick Suskind.
A obra mais conhecida de Stepnova, “Jenschini Lazaria” (publicada em inglês como “The Women of Lazarus”), detalha o amor de um homem por três mulheres de diferentes gerações e destinos, e até onde ele está preparado para ir por esses amores.
Como muitos jovens escritores russos, Bukcha, em seu romance mais famoso, “Zavod: ‘Svoboda’” (publicado em inglês como “The Freedom Factory”), remonta aos tempos soviéticos. Em 2014, com apenas 30 anos de idade, a escritora recebeu o prestigiado Prêmio Nacional de Bestsellers pela obra.
No romance, Bukcha aborda os primeiros anos de formação do poder soviético na forma de uma série de monólogos de trabalhadores simples em uma fábrica de Petrogrado. A autora mescla artisticamente a prosa estilística com o discurso autêntico da época, naquilo que poderia ser descrito como um romance “industrial”.
Bukcha também escreve poemas e contos, e compôs uma biografia do lendário artista de vanguarda Kazimír Maliêvich na popular série russa “As vidas de pessoas incríveis”.
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