25 obras-primas do Museu Russo que você tem que conhecer (FOTOS)

Cultura
ALEKSANDRA GÚZEVA
Localizado em São Petersburgo, este museu abriga a maior coleção de arte russa do mundo. Selecionamos suas principais pinturas, motivo de inveja até da Galeria Tretiakov de Moscou.

O Museu Russo foi fundado em 1895 por decreto imperial do tsar Nicolau 2°. Inicialmente, ele demandou que se a instituição fosse batizada como “Museu Russo do Imperador Alexandre 3°”, em homenagem a seu pai.

O edifício principal do museu é o Palácio Mikhailovski, no centro de São Petersburgo, mas o amplo complexo inclui vários outros palácios e edifícios da cidade, assim como o Jardim de Verão e o Jardim Mikhailovski.

Inicialmente, a coleção era composta por pinturas transferidas do Hermitage e da Academia Imperial das Artes, assim como de residências de tsares fora da cidade. Após a Revolução de 1917, muitas obras de arte que tinham sido nacionalizadas foram transferidas para lá. Hoje, seu depóstio contém mais de 400 mil peças, desde ícones russos antigos a obras de vanguarda e do realismo socialista, assim como arte moderna. Eis algumas das joias do museu:

  1. Orést Kiprênski. Retrato de Evgráf Vladímirovitch Davídov. 1809

Kiprênski é conhecido como retratista, especialmente por sua emblemática pintura do poeta Aleksandr Púchkin. Mas sua pintura mais famosa no Museu Russo é o retrato de um hussardo, um herói da Guerra Patriótica contra Napoleão de 1812.

  1. Karl Briúllov. O Último Dia de Pompeia. 1833

O artista trabalhou nesta pintura por cerca de seis anos na Itália, visitando as escavações de Pompeia. A tela de 4,5 x 6,5 metros foi exposta inicialmente em Milão e, depois, no Hermitage, em São Petersburgo. A pintura das pessoas fugindo horrorizadas da erupção do Vesúvio causou uma impressão incrível no público. Ela foi transferida para o Museu Russo especialmente para sua  inauguração, em 1897.

  1. Ivan Aivazóvski. A Nona Onda. 1850

Esta pintura do mestre da paisagem marítima Aivazóvski é conhecida de todos os estudantes escolares russos. A tela de de 2 x 3 metros retrata sobreviventes naufragados que serão ou engolidos por outra enorme onda ou resgatados pela graça de Deus (acredita-se que os destroços em forma de cruz sejam uma metáfora cristã). Ela também é proveniente do Hermitage, e passou ao Museu Russo em 1897.

  1. Iliá Répin. Carregadores de Barcos no Volga. 1870-1873

Uma das obras mais famosas do artista membro dos “Itinerantes” Iliá Répin mostra a existência miserável do povo russo. A pintura representou o país na Feira Mundial de 1873, em Viena, e foi posteriormente adquirida por um membro da família imperial.

  1. Vassíli Vereschaguin. À Porta da Mesquita. 1873

Vereschaguin foi um militar que viajou ostensivamente pela Ásia Central, onde pintou sua série do Turquestão. A maioria dessas obras, entre elas a obra-prima A Apoteose da Guerra, se encontram na Galeria Tretiakov, em Moscou, mas “À Porta da Mesquita” é uma verdadeira joia do Museu Russo.

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  1. Arkhíp Kuíndji. Noite de Lua no Dniepre. 1880

Mestre da luz, Kuíndji procurou por muito tempo uma solução artística para retratar o grandioso Dniepre, e a encontrou: uma vereda iluminada pela lua refletida no rio com um brilho e poder sem iguais. A tela foi comprada ainda antes de finalizada por um grão-duque Romanov. Foi ela que, pela primeira vez na história da Rússia ganhou uma exposição de uma só pintura.

  1. Víktor Vasnetsóv. Cavaleiro na encruzilhada. 1882

Vasnetsóv era um mestre em retratar os heróis do folclore russo. A Galeria Tretiakóv detém sua famosa pintura “Bogatires”. Já a tela aqui apresentada mostra um cavaleiro triste não consegue decidir qual caminho seguir, pois a inscrição de pedra prediz apenas a morte, seja qual for o caminho percorrido.

Para ver mais pinturas folclóricas de Vasnetsóv, clique aqui.

  1. Vassíli Polênov. Cristo e a Pecadora (Quem não tem pecado?). 1888

Para pintar este quadro, o artista viajou para a Palestina e a Síria, onde produziu muitos esboços de rostos, paisagens e edifícios. O quadro resultante, de 3 x 6 metros, foi adquirido pessoalmente por Alexandre 3° e mantido no Hermitage antes de ser transferido para o Museu Russo, em 1897.

  1. Vassíli Súrikov. Suvôrov Atravessando os Alpes em 1799. 1899

Súrikov é famoso por suas pinturas históricas. Seu Boiarinia Morôzova, de grandes dimensões, enfeita os corredores da Galeria Tretiakóv, e esta pintura de 5 x 4 metros ocupa uma parede inteira no Museu Russo. A temática é retirada da história da campanha suíça do exército russo contra a França sob a liderança do comandante,Aleksandr Suvôrov.

  1. Iliá Répin. Resposta dos Cossacos de Zaporoj ao Sultão Mehmed 4° do Império Otomano. 1880-1891

Também conhecida como “Cossacos de Saporoj Redigindo Manifesto”, a obra retrata a camada militar dos animados, barulhentos e debochados cossacos. Em 1675, o sultão turco escreveu-lhes uma carta depreciativa exigindo sua rendição imediata. Em vez disso, eles montaram uma resposta de zombaria. A pintura foi comprada por Alexandre 3° e, mais tarde, transferida do Palácio de Inverno para o Museu Russo.

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  1. Nikolai Roerich. Convidados Ultramarinos. 1902

Conhecido mundo afora por suas paisagens dos Himalaias, Roerich também criou pinturas sobre temas folclóricos. Esta tela retrata os varegues (os vikings russos), que, segundo a lenda, foram chamados pelas tribos eslavas em guerra na Rússia para governar sobre eles. A pintura foi comprada por Nicolau 2°. Uma das versões dela feitas pelo pintor está em posse da Galeria Tretiakóv.

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  1. Valentín Seróv. Retrato da Princesa Zinaída Iussúpova. 1902

Autor da famosa “Garota com Pêssegos”, exposta na Galeria Tretiakóv, Seróv era muito popular por seus retratos e pintou muitos cortesãos e até o próprio Nicolau 2°. Zinaída Iussúpova era uma das senhoras mais na moda da época, proveniente de uma família riquíssima de príncipes.

O retrato exigiu quase 80 sessões no Palácio Moika, da família Iussúpov, em São Petersburgo, e provocou uma grande controvérsia: muitos o criticaram por pose supostamente pouco natural e composição fraca. Mas o próprio Seróv considerava-o um sucesso, e estava especialmente orgulhoso de como tinha capturado a sombra do sorriso dessa grande dama.  

  1. Iliá Répin. Sessão Cerimonial do Conselho de Estado em 7 de Maio de 1901, Marcando o Centenário da sua Fundação. 1903

Esta tela monumental, medindo 4 x 8,7 metros, foi encomendada por Nicolau 2°. O artista trabalhou nela durante três anos, com cada membro do Conselho posando individualmente para o retrato. Répin teve problemas na mão no período, recebendo auxílio assistido dos artistas Ivan Kulikóv e Borís Kustódiev.

  1. Mikhaíl Vrúbel. Serafim de seis asas. 1904

A Galeria Tretiakóv tem uma sala inteira dedicada a Vrúbel, repleta com seus demônios e criaturas místicas. Mas Museu Russo também exibe várias de suas obras-primas mais simbólicas. Este quadro pode ser consideradao uma ilustração do poema de Púchkin “O Profeta”. Ao pintar a sombria obra, Vrubel estava em depressão profunda e sofrendo com alucinações.

  1. Mikhaíl Nêsterov. Santa Rus. 1905

Nêsterov dedicou mais de 20 anos de vida a pintar temas religiosos e igrejas. O artista procurava a chave da alma russa e muitas das suas obras retratam padres e monges com uma paisagem russa despretensiosa como pano de fundo. O próprio Nêsterov considerava “Santa Rus” como o ápice de sua pintura religiosa.

  1. Léon Bakst. Terror Antigo (Terror Antiquus). 1908

Léon Bakst foi famoso em todo o mundo por suas obras na companhia de Serguei Diaghilev “Ballets Russes”. Ele foi também um ilustrador de livros de sucesso e altamente produtivo. “Terror Antiquus” era uma tentativa de Bakst de refletir a mentalidade apocalíptica tomava a sociedade no início do século 20.

  1. Valentín Seróv. Retrato de Ida Rubinstein. 1910

Este retrato é um exemplo marcante da arte moderna russa. Seróv pintou a famosa bailarina, que estrelou no balé “Scheherazade”, encenado pelo “Ballets Russes” de Diaghilev.

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  1. Natália Gontcharóva. O Ciclista. 1913

A amazona da vanguarda russa Natália Gontcharóva, que passou muitos anos em Paris, ficou apaixonada pelas diferentes tendências da pintura, do Impressionismo e do Fauvismo ao Cubismo. “O Ciclista” é uma das obras mais vívidas do futurismo russo.

  1. Kuzmá Petróv-Voódkin. Mãe. 1915

As obras do vanguardista Petróv-Vódkin têm raiz na pintura de ícones, ao mesmo tempo em que refletem cenas da vida do povo. Nesta obra, a referência à Virgem Maria aliada a motivos revolucionários é óbvia.

  1. Nathan Altman. Retrato de Akhmátova. 1915

A própria poetisa Anna Akhmátova disse sobre esta obra ao estilo cubista: "É como se eu estivesse olhando para o espelho". Este é um dos mais famosos retratos do maior poeta russa (que, aliás, não gostava de ser chamada “poetisa”, em russo, “poetessa”, preferindo “poet”, ou seja, “poeta”) do século 20.

  1. Kazimír Maliêvitch. Suprematismo. 1915-1916

O Museu Russo abriga sua própria versão do famoso Quadrado Negro. A obra é a quintessência da teoria da arte suprematista de Maliêvitch.

  1. Wassily Kandinsky. Crista Azul. 1917

Esta obra é um manifesto da "pintura absoluta" e da liberdade de concepção artística. O museu tem mais de 20 obras do início da carreira deste famoso abstracionista, produzidas antes mesmo de ele deixar a Rússia e partir para a Alemanha.

  1. Borís Kustódiev. A Mulher do Comerciante no Chá. 1918

Kustódiev é um trovador da vida mercantil e do estilo russo ornamentado que se tornou popular na virada do século 20. As festividades folclóricas, a Máslenitsa e a folia são traços distintivos da sua linguagem artística.

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  1. Marc Chagall. Passeio. 1917-18

A pintura profundamente simbólica de Chagall dá continuidade a seu ciclo de autorretratos com a sua amada esposa Bella. Nela, eles sobrevoam sua cidade natal, hoje Vitebsk, na Bielorússia moderna.

  1. Aleksandr Deinéka. A defesa de Sevastópol. 1942

Uma das pinturas de guerra mais famosas da arte soviética, esta monumental tela de 2 x 4 metros afasta-se dos cânones tanto do realismo socialista como da perspectiva, apesar de a intensidade e o simbolismo dos meios expressivos serem o que mais importa aqui.

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