Love The Harlequin
Domínio públicoKonstantín Sômov (1869-1939) era membro da família do administrador do museu Hermitage, em São Petersburgo. Assim, não é de se estranhar que ele tenha passado a infância rodeado de arte. Em seguida, Sômov frequentou a Academia de Belas Artes.
"Apaixonados. Noite" (1910).
Galeria Nacional da ArmêniaSômov teve a sorte de estudar com o mestre russo Iliá Répin, que, porém, não esperava grandes resultados do primeiro: ele ficava irritado, na realidade, com “a estupidez infantil das cores” e “as composições insensatas” de seu aluno.
"Manhã de verão" (1920)
Museu RussoMas o surgimento do simbolismo na pintura russa do início do século 20 e a influência dos impressionistas franceses colocaram tudo em seu devido lugar, e Sômov direcionou suas obras nesta direção. Sua “Jovem moça dormindo sob as plantas” não lembra a escandalosa “O piquenique no bosque”, de Edouard Manet?
"Moça adormecida na relva" (1913).
Domínio públicoSômov foi um dos criadores da revista literária “Mir iskússtva” (em português, “Mundo da Arte”), a principal publicação dos simbolistas russos e precursores das vanguardas.
Manhã de verão.
Domínio públicoAlém disso, seu estilo se adaptava perfeitamente a ilustrações de livros. Sômov fez, por exemplo, as imagens que ilustram o poema de Aleksandr Púchkin “Conde Nulin” e do antigo romance grego “Pastorais-Daphnis e Chloé".
"Daphnis e Chloe" (1930).
Domínio públicoA obra erótica mais famosa de Sômov é, provavelmente, “O livro da marquesa”, que ele ilustrou.
Capa do "Livro do Marquês".
Museu russoAlgumas pinturas são realmente tão francas que não é possível sequer publicá-las.
Naquela época, Sômov frequentava os principais expoentes da boemia do início do século 20, como o artista Aleksandr Benois, o empresário Serguêi Diaghilev e o poeta e compositor Mikhaíl Kuzmín.
Autorretrato (1898)
Museu russoKuzmín foi o primeiro a levantar a temática do erotismo homossexual na literatura russa, enquanto Sômov foi o primeiro a pintar o corpo masculino nu poeticamente.
"Jovem nu" (1937)
Domínio públicoEm 1923, Sômov, junto com seu namorado de longa data Metódio Lukiánov, foi para os Estados Unidos para montar uma exposição individual. Após isso, ele nunca mais retornou à Rússia bolchevique. Alguns anos mais tarde, ele se estabeleceu na França, onde continuou a trabalhar em ilustrações de livros.
"Banhistas ao sol" (1930).
Domínio públicoSômov viveu em Paris até o fim da vida, em 1939. Ele foi enterrado no cemitério russo de Sainte-Geneviève-des-Bois, junto a muitos outros russos emigrados de épocas diversas (entre os mais famosos deles, o escritor Ivan Búnin, o dançarino Rudolf Nureyev e o cineasta Andrêi Tarkóvski).
"Reflexo íntimo na penteadeira" (1934).
Domínio públicoNo 150° aniversário de seu nascimento, o Museu Russo de São Petersburgo abriu uma exposição dedicada a suas obras, que está em cartaz até 4 de novembro de 2019.
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