6 belos templos budistas para visitar na Rússia

Viagem
KSÊNIA ZUBATCHEVA
Um deles tem a mais alta estátua banhada a ouro de Buda na Europa, enquanto outro guarda o cadáver sagrado de um monge mumificado.

Embora o budismo não seja a religião mais popular entre os diversos grupos étnicos da Rússia, estima-se que existam 1 milhão de seguidores da doutrina e mais de 200 organizações budistas no país. Para a maioria desses seguidores, o budismo é sua religião tradicional nativa, e foi historicamente difundido nas repúblicas de Calmúquia (sul da Rússia), Buriátia (leste da Sibéria) e Tuva (sul da Sibéria). Não é a toa, portanto, que essas regiões têm alguns dos templos mais impressionantes.

1. Ivolguinski Datsan (Buriátia)

Localizado a 38,5 km da cidade de Ulan Ude, na Buriátia, Ivolguinski Datsan é considerado o centro do budismo russo, lar do Sangha Tradicional Budista da Rússia e do Pandido Khambo Lama, líder de todos os lamas russos. Fundado em 1945, após a permissão oficial das autoridades soviéticas, cresceu de uma pequena casa de madeira para um grande complexo composto por 10 edifícios.

Um dos mistérios de Ivolguinski Datsan é o cadáver preservado de Dachi-Dorjo Itiguilov, o ex-líder dos budistas da Buriátia que morreu em uma meditação em 1927. Embora décadas tenham se passado, seu corpo ainda está preservado sem sinais de decomposição – um milagre que atrai peregrinos de todo o mundo. 

2. A morada de ouro do Buda Sakiamuni (Calmúquia)

A morada de ouro do Buda Sakiamuni (ou Burkhan Bakshin Altan Sume, como é chamado na Calmúquia) está localizada no coração de Elistá, a capital da República da Calmúquia. Inaugurado em 2005 como um símbolo do renascimento cultural e religioso da Calmúquia, pode ser visto de qualquer lugar da cidade.

Possui sete andares que abrigam não apenas salas para orações e meditações, mas também uma biblioteca, um museu e uma sala de conferências. A característica mais interessante deste templo é a estátua banhada a ouro de Buda com nove metros de altura – supostamente, a estátua mais alta de Buda na Europa.

3. Datsan Gunzétchoinei (São Petersburgo)

O templo budista mais ao norte da Rússia, o Datsan Gunzétchoinei, foi também o primeiro construído na parte europeia do país. Fundado em 1909, após acordo entre o tsar Nicolau 2º e o enviado do Dalai Lama 18 Agvan Dorjiev, é um dos mais caros templos budistas da Europa. Erguido em granito triturado, foi decorado com uma peças luxuosas e possui vitrais criados pelo pintor russo Nikolai Roerich.

Após a Revolução de 1917, o templo foi fechado e depois nacionalizado em 1938. Somente em 1990 que o templo foi reaberto como um centro religioso administrado pela Sangha Tradicional Budista da Rússia. Segundo relatos, 300 a 500 pessoas visitam o templo diariamente, e o número total estimado de seguidores budistas em São Petersburgo chega a mais de 15 mil pessoas.

4. Atsagatski Datsan (Buriátia)

Fundado em 1825, Atsagatski Datsan (anteriormente conhecido como Kurbinski Datsan) está localizada na aldeia de Narin-Atsagat, na República da Buriátia. Foi também um local por onde passaram muitas figuras-chave no budismo russo, incluindo o supramencionado Agvan Dorjiev, que nasceu em uma aldeia próxima.

Até a década de 1930, era um dos centros da medicina tibetana e um ponto de encontro para os budistas de todo o país. Em 1936, foi fechado pelas autoridades, mas reaberto após a queda da União Soviética.

5. Sakusn-Siume Datsan (Calmúquia)

Localizada não muito longe da cidade de Elistá, Sakusn-Siume é bem recente. O grande complexo, que deveria se tornar centro de educação espiritual, foi inaugurado em 1996, sendo o principal centro do budismo na Calmúquia até a construção da Morada de Ouro do Buda Sakiamuni.

O Sakusn-Siume foi concebido com base nos templos budistas tibetanos e tem uma estátua banhada a ouro de Buda de 3,5 metros de altura. Embora não seja mais o principal centro budista da república, é visto como um importante local de adoração.

6. Ustuu-Khureé (Tuva)

Um dos maiores templos budistas da Rússia é o complexo Ustuu-Khureé, fundado em 1905. Construído com a ajuda do tibetano Lama Kuntana Rimpoche, o templo funcionou até 1930, quando foi fechado pelas autoridades, junto com vários outros.

Em 1999, o governo decidiu reavivar o Ustuu-Khureé e atrair a atenção pública e doações lançando o Festival Internacional de Música ao Vivo e Fé “Ustuu-Khureé”, que é realizado anualmente desde então.

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