Livro reúne pôsteres de cinema da vanguarda russa; veja fotos

Cultura
ALEKSANDRA GÚZEVA
Desenhos gráficos mostram estética revolucionária do período anterior a Stálin.

Os cartazes soviéticos, sejam de propaganda, publicidade ou cinema, são muito populares. Ainda hoje são exibidos em todo o mundo e vendidos frequentemente em casas de leilões.

Susan Pack, que vive na Califórnia, coleciona cartazes de filmes raros desde a década de 1970 e possui uma das coleções mais impressionantes do mundo.

O livro “Pôsteres de Cinema da Vanguarda Russa”, da edita Taschen, está disponível em inglês, alemão e francês.

A obra inclui 250 cartazes soviéticos dos anos 1920 e 1930, todos selecionados da coleção de Pack. “Eles capturam a energia cultural da era pré-Stalin”, descrevem os responsáveis. A seleção inclui obras de 27 artistas diferentes.

O editor responsável pela publicação ressalta que os artistas cujas obras estão expostas no livro “rejeitaram coletivamente o glamour de Hollywood e optaram por imagens mais sóbrias e impactantes, até mesmo desafiadoras, que, muitas vezes, contêm ângulos inesperados, composições dinâmicas e close-ups surpreendentes”.

Os movimentos vanguardistas russos e soviéticos, que criaram um estilo artístico próprio, começaram a se desenvolver no início do século 20. Essas novas e revolucionárias formas artísticas rejeitavam a tradição clássica, e os artistas que lideraram o movimento louvavam a liberdade em todos os seus significados.

Os artistas de vanguarda reconsideraram todas as formas de expressão artísticas, incluindo poesia, arquitetura, cinema, artes plásticas e teatro. Entre as várias tendências, as que mais tiveram destaque foram futurismo, cubismo-futurismo, suprematismo e construtivismo – embora fizessem parte de um único movimento.

As exposições de arte soviética de vanguarda são muito populares em todo o mundo, embora existam diversas obras falsas. Exemplo disso foi a polêmica recente no Museu de Belas Artes de Ghent, na Bélgica.

Os nomes mais representativos da vanguarda russo no cinema são os diretores Dziga Vértov, Serguêi Eisenstein, Aleksandr Dovjenko e Liev Kulechov, entre outros.

Os últimos anos da década de 1920 são considerados a era de ouro da arte soviética. Após assumir a liderança, Stálin classificou a arte modernista como “perniciosa para o povo” e estabeleceu o realismo socialista como a nova ideologia cultural.


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