No final de novembro de 2021, a empresa privada de armamentos Lobaev Arms mostrou ao público seu mais novo fuzil de precisão, o DXL-5 Havoc, considerado o mais poderoso da Rússia.
A arma foi criada para disparar munições de calibre 50 BMG, popular entre os exércitos da Otan, e será usada para eliminar veículos blindados leves a até dois quilômetros de distância.
“Esse fuzil pode destruir, por exemplo, um Humvee a 2 km de diastância, e o franco-atirador precisa apenas acertar o motor com um projétil perfurante”, explica o engenheiro-chefe da Lobaev Arms, Iúri Sinítchkin.
“Acabamos de realizar nossos primeiros testes em um campo de tiro. A arma mostrou uma precisão inferior a 1 MOA (minutos de ângulo), o que significa que a dispersão entre três tiros a 100 metros de distância é inferior a 3 cm”, diz Sinítchkin.
A Lobaev Arms pretende criar uma modificação do DXL-5, que poderá atingir alvos a até 7 quilômetros de distância. Os testes dessa modificação começarão no início de 2022.
“Vamos modificar o fuzil para que possamos usar as novas munições hipersônicas que criamos especialmente para ele. Os testes começarão no primeiro trimestre de 2022, assim que terminarmos os fornecimentos da versão atual da arma para todos os clientes”, diz.
O DXL-5 recebeu um amortecedor especial na coronha que reduz muito o recuo da arma. Segundo os engenheiros, hoje o DXL-5 é a arma mais macia capaz de disparar munições 50 BMG no mercado.
A Lobaev Arms considera os exércitos estrangeiros como potenciais clientes do DXL-5. Um fuzil sem ótica custa cerca de US$ 25 mil.
Opinião de franco-atiradores
O instrutor das Forças Especiais da Rússia, Andrêi Piskunov, diz que o DXL-5 é um avanço significativo para os fabricantes de armas russos, mas duvida que a qualidade das armas produzidas por uma pequena empresa privada seja melhor que a das armas estrangeiras.
“É como se a Rússia tivesse criado seu próprio análogo do iPhone 11 em 2021: isso seria um salto tecnológico para o país, mas já existem modelos mais avançados no mercado”, explica Piskunov.
Segundo ele, hoje, as unidades das Forças Especiais russas estão usando o fuzil de precisão Barrett de calibre 50 BMG e não pretendem mudar para armas de fabricação nacional por diversos motivos.
Para Piskunov, em primeiro lugar, o DXL-5 é cru — a arma precisa passar por testes de combate, receber avaliações de profissionais, os fabricantes terão que consertar todos os potenciais problemas. Além disso, o preço é alto, e muitos fuzis de precisão americanos são mais baratos, mesmo com os custos de importação.
“Precisamos ter certeza, na prática, de que o DXL-5 vale esse dinheiro e que é muito melhor do que os rifles americanos. Até que isso aconteça, não vamos desistir do Barrett", completou.
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