Descoberta de cientistas russos alerta para fenômeno que derrubaria a internet “por meses”

Serguêi Fomin/Global Look Press
Estudo de árvores fossilizadas revelou ocorrência de fortes erupções solares pré-históricas. Segundo acadêmicos, esta seria uma ameaça ainda presente.

Ao estudar os anéis de crescimento de lariços (gênero de coníferas) ancestrais na Península de Iamal, no noroeste da Rússia siberiana, cientistas russos descobriram a ocorrência de duas enormes erupções solares há vários milênios. 

“Este ano, a análise do carbono-14 em alguns anéis de crescimento revelou duas das mais poderosas explosões solares que ocorreram há muito tempo. Uma delas ocorreu em 5.259 a.C. [...] Outra explosão ocorreu há mais de nove mil anos”, disse Rachit Khantemirov, pesquisador sênior do Instituto de Ecologia Vegetal e Animal dos Urais da Academia Russa de Ciências, e também pesquisador da Universidade Federal dos Urais, citado pela Tass.

De acordo com Khantemirov, o fenômeno - imprevisível e mais frequente do que se pensa - constitui hoje uma grande ameaça.

“Se uma erupção solar semelhante ocorresse agora, tudo ficaria fora de controle e haveria um cataclismo global”, adverte. “É uma ameaça para a qual devemos estar preparados. Essas erupções acontecem a cada poucas centenas de anos.”

Uma tempestade solar particularmente intensa poderia causar a interrupção do sistema global de rede de internet e torná-lo inutilizável por semanas ou meses, deteriorando cabos submarinos que garantem a conectividade em nível mundial.

A Península de Iamal, agora reflorestada e coberta por tundra, abriga as maiores sepulturas de árvores subfósseis do mundo. A vegetação lenhosa do período Holocênico, iniciado há 12.000 anos e ainda em curso, é a mais adequada para o estudo da dinâmica climática, uma vez que cada anel preserva a memória das condições ambientais circundantes.

Diante desse imenso banco de dados natural, especialistas do Instituto de Ecologia Vegetal e Animal e da Universidade Federal dos Urais pretendem produzir uma cronologia completa com base nesses anéis que abranja os últimos 10.000 anos - uma meta perto da linha de chegada, tendo em vista que os cientistas já percorreram 8.768 anos (de 6.748 a.C. a 2019).

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