No início de outubro, a UralVagonZavod (UVZ), maior fábrica estatal russa de veículos blindados e tanques, apresentou um novo modelo de exportação do veículo de combate de infantaria (VCI) "Manul".
Segundo os engenheiros, a máquina é uma profunda modernização do VCI russo de terceira geração BMP-3M, que foi incorporado ao exército russo no ano passado.
"O novo veículo recebeu uma rampa para o desembarque pela parte de trás do carro, uma maior proteção nas laterais e um novo motor turbo de 660 cavalos", explica Vadim Koziúlin, professor da Academia das Ciências Militares da Rússia.
No entanto, segundo ele, a principal inovação em comparação com o BMP-3M é o mais recente sistema de controle de fogo. O computador de bordo pode reconhecer, capturar e atacar alvos automaticamente a até quatro quilômetros de distância.
A principal arma do "Manul" é a metralhadora 2A42 de calibre de 30 mm com 500 balas que podem perfurar blindagem de veículos blindados leves e até danificar tanques com blindagem pesada.
Além disso, o VCI é armado com metralhadora PKT de calibre de 7,62x54mm com 2000 balas.
"O sistema de controle de fogo do 'Manul' pode detectar alvos camuflados em diferentes faixas espectrais nos modos passivo e ativo. O computador pode atirar automaticamente na direção do movimento do alvo ou quando receber o comando e tem uma função de controle remoto", diz Koziúlin.
Além das metralhadoras, o "Manul" pode ser armado com mísseis guiados "Kornet". Esses mísseis anti-tanque têm um alcance efetivo de até oito quilômetros e podem queimar blindagem homogênea de tanques de até 14 cm de espessura.
"No mercado internacional, o 'Manul' competirá com os VCI americanos M2 Bradley. O veículo russo tem armas melhores, enquanto o americano tem apenas uma arma automática de 25mm e um sistema anti-tanque TOW desatualizado. O nível de proteção é equiparável: ambos são resistentes a cartuchos de 25 e 30 milímetros e até a um projétil de RPG", diz.
Um M2 Bradley com armadura dinâmica pesa cerca de 30 toneladas, ou seja, muito mais do que um "Manul". Além disso, o veículo americano pode levar até seis soldados e o russo, até dez.
"Quando a pandemia terminar e os mercados voltarem ao normal, saberemos quem serão os compradores do 'Manul'. Os maiores interessados, no momento, são, em primeiro lugar, a América Latina, a África e o sudeste asiático", completa.
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