De desmanche a cemitério, o destino final dos trens russos; veja fotos

Ciência e Tecnologia
BORIS EGOROV
Máquinas aposentadas na Rússia passam por um processo de aproveitamento, ou levadas para as instalações de armazenamento de trem, também chamadas de “cemitérios de trem”. No entanto, para alguns desses veículos, esse não é o fim – em caso de emergência, eles podem ganhar sobrevida.

Quando a vida útil de vagões e locomotivas expira, eles seguem diferentes caminhos. A primeira opção é ocupar um lugar honrado em um museu ferroviário – mas esse é o destino de alguns poucos exemplares interessantes e exclusivos. 

O segundo destino, e o mais comum, é o desmanche. Em instalações de reaproveitamento, as locomotivas e os vagões são transformados em sucata metálica, muitas vezes fornecida a fábricas de construção de outros veículos.

O tempo necessário para desmantelar um vagão depende do tipo: uma carruagem aberta pode ser talhada em uma hora, mas um vagão tanque ou uma van refrigerada costumam exigir mais tempo, até dois dias.

O terceiro paradeiro de trens antigos na Rússia é repousar em uma das inúmeras instalações de armazenamento de trem, geralmente chamadas de “cemitérios”, onde exemplares de períodos e ocasiões diferentes ficam estacionados.

Durante a época da Guerra Fria, dava-se prioridades a esses cemitérios de trens. Acreditava-se que, em caso de guerra nuclear, toda a eletricidade seria cortada, e as locomotivas a vapor seriam o único meio de transporte nas ferrovias. Esses locais espalhados por todo o país eram constantemente monitorados e altamente protegidos.

Depois de 1991, essa estratégia nacional perdeu a importância anterior. Hoje, o monopólio estatal Russian Railways continua considerando os cemitérios de trens como objetos estratégicos e tentar manter as locomotivas a vapor em condições de trabalho adequadas, mas nada comparado aos tempos soviéticos.

O padrão de manutenção das locomotivas varia de um cemitério para outro. Em algumas instalações de armazenamento, recebem tratamento regular e poderiam ser colocados em serviço em poucos dias, caso necessário. Mas há outros locais em que as  estão em tão mau estado que jamais poderão ser restauradas.

Alguns modelos, porém, não precisam esperar um conflito para deixar o cemitério. Esse é o exemplo de uma locomotiva a vapor húngara MAVAG, fabricada em 1936, que ficou armazenada em um cemitério de trens na região de Perm por vários anos, antes de se tornar o orgulho local de um dos museus dos Urais.

Apesar de os cemitérios de trem serem principalmente zonas fechadas e seguras, muitas vezes se tornam alvos para saqueadores que tentam roubar faróis, sucata e qualquer outra peça com valor no mercado.

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