Qual é a diferença entre TUNDRA e TAIGA?

Viagem
ELEONORA GOLDMAN
Ainda confunde essas duas populares paisagens russas? Descubra por que o verão não é a melhor época para visitar a taiga e como não se perder na tundra.

Existem oito ecossistemas na Rússia, de florestas impenetráveis ​​a desertos. Mas os maiores são a taiga e a tundra, que se espalham por todo o país. Qual a diferença entre eles?

Taiga de densas florestas de coníferas

Taiga é a maior zona da Rússia em comprimento e largura. Abrange o território de Pskov a Magadan. Este ecossistema consiste principalmente de árvores coníferas e pântanos: a taiga do norte do país tem mais pinheiros, enquanto a parte sul da floresta é ocupada por abetos. É aqui que vivem urso-pardos, veados, cervos-almiscarados-siberianos e o tigre-de-Amur. Mas, quem visita a taiga no verão, definitivamente encontra o representante mais assustador da vida selvagem russa: ácaros, mutucas e mosquitos gigantes chamados ‘gnoos’ na Rússia. 

Muitas cidades famosas da Sibéria e dos Urais são cercadas por taiga, incluindo Kemerovo, Krasnoiarsk, Perm e Tobolsk. Mas é melhor não ir muito à fundo na floresta, sobretudo quando se está sozinho.

No entanto, em diferentes partes da Rússia, existem muitos parques nacionais para os entusiastas da natureza e para aqueles que gostam de se distanciar um pouco da civilização.

Acampamento, pescaria, passeios de barco, conversas na fogueira da noite – é assim que muitos russos passam as férias.

Tundra é um nada sem fim

A zona da tundra está localizada no norte da taiga – aproximadamente onde o Ártico começa. Existem poucas árvores na região, e elas são em sua maioria de pequeno porte. Mais ao norte, essas árvores são substituídas por arbustos, musgos e líquenes.

Mas isso não significa que não existam lugares bonitos na tundra. Os diversos cânions, morros, cachoeiras e lagos fazem os visitantes se apaixonarem à primeira vista. O Planalto de Putorana e a Península de Kola são o sonho de muitos viajantes.

E não é porque não existem árvores que não seja difícil se perder na tundra. Isso é uma ilusão. O terreno plano sem fim que se estende por centenas de quilômetros é desorientador, especialmente pela primeira vez.

Na tundra, a luz é difusa e há uma característica óptica curiosa: objetos longínquos parecem próximos, mas pequenas folhas e montículos se apresentam grandes e distantes. Tempestades magnéticas são frequentes, o que dificulta o uso não apenas de aparelhos modernos, mas também de bússolas magnéticas mais antigas. Além disso, durante os dias e noites polares do Ártico, é impossível navegar se guiando pelas estrelas e pelo Sol. Por outro lado, durante os dias polares, é possível caminhar o tempo todo sem lanternas.

Turistas experientes e moradores locais podem seguir as trilhas, pois elas persistem mesmo depois da tempestade. Existem poucas ruas e estradas nessas áreas – apenas direções.

A agricultura na tundra é um processo complexo, mas os humanos se adaptam a qualquer coisa. Há cidades maiores como Norilsk, Dudinka, Murmansk, Salekhard, Narian-Mar, Vorkuta, onde milhares de pessoas vivem e trabalham. Na tundra, existem muitos minerais, incluindo minério de ferro, carvão e metais não ferrosos.

A tundra também é habitada fora das cidades – via de regra, os povos indígenas que historicamente se envolveram na criação de renas vivem nessa região da Rússia: evenques, khanti, mansi, tchuktchi, nenets, dolgans.

As renas são os animais mais populosos da tundra, assim como as raposas-do-Ártico, que costumam entrar em áreas residenciais, como vira-latas do norte.

Tundra florestal, uma fronteira entre os ecossistemas

Não há contraste nítido na natureza separando um ecossistema de outro. Assim, as florestas de taiga não são imediatamente substituídas por líquenes. Isso acontece gradualmente: quanto mais ao norte, mais baixas vão ficando as árvores, há menos pântanos e mais solo pedregoso.

Esta faixa de fronteira é chamada de tundra florestal. Parece uma floresta de coníferas, com pântanos e lagos e uma abundante quantidade de musgo. Estende-se por 20 a 100 quilômetros ao longo do norte da Rússia e resulta numa paisagem pitoresca.

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