4 lugares no meio do nada siberiano batizados com nomes ingleses!

Apesar de estarem em absoluta obscuridade, estes povoados pitorescos estiveram, de alguma forma, ligados aos modos de se nomear coisas anglófonos.

Billings, região autônoma da Tchukotka (6.000 quilômetros a nordeste de Moscou)

Parece incrível que a remota comunidade de Billings tenha sido descoberta, ainda mais por um marinheiro inglês. Esta minúscula estação polar, habitada por 191 pessoas tchuktchi, deve seu nome anglicizado a seu fundador, Joseph Billings.

Talvez o expatriado mais hardcore da história da Rússia, este inglês passou dez anos em uma expedição no extremo nordeste da Sibéria, buscando a Passagem do Nordeste e produtos de peles lucrativos.

O marinheiro, que passou o início da carreira a bordo do “Discovery”, do Capitão Cook, foi transformado em tenente da Marinha Russa por Catarina, a Grande, em 1783, passando a década seguinte explorando Tchukotka com suas renas.

LEIA TAMBÉM: Anomalia geográfica permite ‘entrar’ da Estônia para a Rússia sem visto nem passaporte

Billings e sua equipe construíram casas com mandíbulas de baleia perto de um assentamento de Tchuktchi no lado ártico da região, e a área, como resultado, levou seu sobrenome. Apenas esperamos que ele tenha encontrado suas peles e se mantido aquecido: a temperatura média em Billings fica acima dos zero graus Celsius apenas durante três meses por ano.

Lago Jack London, região de Magadan (6.000 quilômetros a leste de Moscou)

A história por trás do nome deste deslumbrante lago montanhês não está longe de ser um milagre. A lenda remonta a 1932, quando o geólogo russo Pitor Korniakov descobriu, de alguma forma, uma cópia do romance “Martin Eden”, do escritor americano Jack London, nas margens do lago.

A história chegou a Moscou e, como ativista socialista e sindicalista, o nome de London tocou no assunto certo para a época. Assim, o lago foi logo rebatizado em sua homenagem.

Ninguém sabe até que ponto a história é verdadeira ou como o livro chegou ali. Mas, ser tão comovente, queremos todos acreditar nela. Aliás, o lago de tirar o fôlego agora tem sua própria conta no Instagram.

Dickson, região de Krasnoyarsk (2.700 quilômetros a norte de Moscou)

Frequentemente chamada de "Capital do Ártico" e "a última cidade da Terra", Dickson (com uma população de 676 habitantes), é um dos assentamentos mais setentrionais do mundo. Mas, apesar de ostentar nome anglófono, o barão que rendeu nome à cidade, Oscar Dickson, era na verdade sueco.

Há uma explicação simples para isto. O magnata dos transportes marítimos, que já foi o homem mais rico da Suécia no século 19, tinha avós escoceses, de onde veio seu sobrenome.

Os dispendiosos gastos do Barão Oscar com a exploração do norte da Sibéria foram tão apreciados por sucessivos tsares que, em 1915, Nikolai 2° nomeou o rincão em sua homenagem.

Ilha Graham Bell e arquipélago Franz Josef (3.000 quilômetros a norte de Moscou)

Sempre foi costume dos exploradores nomear seu novo território em homenagem a reis e rainhas de seus países de origem. Mas, quando o arquipélago de Franz Josef foi visitado pelo explorador norte-americano Evelyn Baldwin, em 1899, ele não tinha soberania para dar nome à ilha, e escolheu o engenheiro escocês Alexander Graham Bell (mais conhecido por inventar o telefone) para homenagear.

Apesar de o arquipélago ser reivindicado como território soviético em 1926, os novos colonizadores também tinham em alta estima as conquistas do inventor, e a Ilha Graham Bell manteve seu nome.

A ilha passou a funcionar desde então como um posto avançado de comunicações militares, com carga e aviões de combate russos também pousando lá nos anos 1950.

Autorizamos a reprodução de todos os nossos textos sob a condição de que se publique juntamente o link ativo para o original do Russia Beyond.

Leia mais

Este site utiliza cookies. Clique aqui para saber mais.

Aceitar cookies