4 motivos para visitar o convento Novodévitchi de Moscou

Viagem
TOMMY O'CALLAGHAN
Este complexo monumental do século 16 no estilo barroco russo é um local de grande importância histórica e religiosa, assim como um belo local para descansar muito próximo do centro da movimentada capital.

1. Rico em história imperial russa

O convento Novodévitchi, localizado perto do centro da capital russa é um dos poucos lugares da cidade onde algumas das tradições pré-revolução bolchevique continuam bem preservadas.

O convento foi fundado no começo do século 16 por Vassíli Terceiro, pai de Ivan, o Terrível. 

Novodévitchi continua a funcionar como um mosteiro, profundamente imerso na história ortodoxa russa. O rico legado religioso remonta à conquista de cidade de Smolensk por Moscou e à subsequente construção da catedral de mesmo nome, em 1524.

Mais tarde, muitas russas da nobreza e da família real foram monjas neste convento. Entre elas, esteve Sofia, a irmã mais velha de Pedro, o Grande - que, depois de ali entrar passou o resto da vida presa após acusada de traição pelo irmão -, e a primeira mulher dele, Evdokia Lopukhina.

Durante os séculos 17 e 18, a pequena comunidade do convento Novodévitchi - que era, em sua maior parte, feminina - abriu um hospital, um abrigo para veteranos e um orfanato em seu território.

Este centro religioso foi tão significativo no nível espiritual e político que, durante a guerra contra a França, em 1812, Napoleão considerou que sua destruição fosse algo de vital importância. No entanto, o convento foi salvo por seus moradores.

O convento foi notavelmente bem preservado durante grande parte de sua existência, e poucos lugares em Moscou incorporam tanta espiritualidade ortodoxa no ar.

2. Um dos melhores exemplos da arquitetura russa clássica

Entre os 14 edifícios e 4 catedrais localizados dentro do convento, estão alguns dos exemplos mais impressionantes da arquitetura ortodoxa russa.

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O edifício principal é a catedral de Smolensk, com cinco cúpulas, construída para se parecer com a Catedral da Assunção do Kremlin, com paredes brancas e uma cúpula dourada. Em seu interior, encontra-se uma impressionante coleção de afrescos.

As outras catedrais do convento – principalmente a igreja do Portão da Intercessão, de cor vermelha - são consideradas os melhores exemplares do barroco russo do século 17.

Outro exemplo é a torre octogonal, com 72 metros de altura, e que, no século 18, foi o segundo edifício mais alto da cidade, atrás apenas do Campanário de Ivan 3°, o Grande, no Kremlin.

3. High society até depois da morte

Para a elite de Moscou, era muito prestigioso ser enterrado dentro dos muros do monastério. Mas, no final do século 19, o espaço para lápides ali se esgotou. Assim, inaugurou-se um novo cemitério atrás dos muros, que se fundiu a este.

O novo cemitério Novodévitchi foi o local de enterro mais prestigioso da era soviética. O terreno abriga as impressionantes lápides de oficiais soviéticos e personalidades proeminentes, desenhadas por escultores soviéticos renomados.

Algumas delas passaram por restaurações recentes. Vale a pena buscar as lápides de Nikolai Jembrovski e Nikolai Polikarpov, assim como o monumento a Nadiêjda Alillueva, a segunda mulher de Stálin. O primeiro presidente da Rússia pós-soviética, Borís Iéltsin, também está enterrado ali, e o monumento sobre seu túmulo lembra uma gigante bandeira russa.

Entre os túmulos pré-revolucionários, estão os de russos famosos nas artes e na literatura: Anton Tchékhov, Konstantín Stanislávski, Fiódor Chaliapin etc. Ali também foram enterrados os restos mortais de Nikolai Gógol, transferidos do cemitério do mosteiro Danílovski, em 1931, e enterrados sob nova lápide - a original foi enviada à oficina do Novodévitchi.

Após a morte do escritor Mikhail Bulgákov, aliás, sua mulher encontrou a lápide de Gógol e a colocou no túmulo do marido, também localizado no Novodévitchi.

4. A melhor coleção de ícones da capital

Embora o principal ícone do cemitério, de Nossa Senhora de Smolensk (em homenagem à qual foi construída a catedral de Smolensk) tenha sido destruído durante a Segunda Guerra Mundial, a catedral tem uma impressionante iconóstase.

Este mural de madeira de cinco fileiras foi criado no final do século 16, durante o governo do primeiro monarca russo não pertencente à Casa de Rurique, Borís Godunov.

Outro conjunto de ícones barrocos do século 17 conta com obras dos principais pintores da época: Simión Uchakov e Fiódor Zubov.