Kaliningrado tem atrações para todos os gostos e bolsos

Viagem
EKATERINA SINÉLSCHIKOVA
‘Capital da cerveja na Rússia’, cidade é uma das sedes da Copa do Mundo de 2018.

Os visitantes que viajarem para Kaliningrado durante a Copa do Mundo terão muito mais o que conhecer além do estádio de futebol. Compilamos uma série de dicas para aproveitar um dia de passeio pela cidade.

  1. Para os econômicos

Você sabia que Kaliningrado é a capital da cerveja na Rússia? A cidade é conhecida pela bebida, boa e barata.

Na medieval Koenigsberg (nome original de Kaliningrado), todos – incluindo grávidas e bebês – bebiam cerveja. Ela era adicionada a sopas, massas de pães, cozidos etc. Muitos pubs locais e restaurantes ainda têm suas próprias cervejarias.

A Bretsel, por exemplo, oferece quatro variedades exclusivas de cerveja a 240 rublos (cerca de R$ 12) e uma degustação a 100 rublos (cerca de R$ 5). Para comer, peça o clássico pretzel salgado. A cervejaria é parte de um complexo no subúrbio da cidade chamado Residência dos Reis (uma imitação de um castelo medieval).

Outro lugar que produz cervejas é o Khmel, restaurante no centro de Kaliningrado que oferece uma bela vista da praça central da cidade e pratos da culinária russa (uma pedida certeira é o peixe defumado na própria casa). A cerveja é barata: custa cerca de R$ 5 por litro.

Ao lado do Khmel, o restaurante Borsch e Salo oferece pratos clássicos das cozinhas russa e ucraniana. Suas generosas e baratas porções são o grande diferencial, além de um delicioso arenque, um excelente borsch e uma pasta de cogumelos muito saborosa. A refeição sai, em média, por 600 rublos (cerca de R$ 30).

Se quiser caminhar, vá à orla. A famosa vila de pescadores Zelenogradsk fica a apenas 35 minutos de Kaliningrado, usando o transporte público. Além da infraestrutura turística, o local conta com uma praia de nudismo, uma floresta e o parque nacional Curonian Spit. No calçadão, é possível comprar milho cozido e, no inverno, vinho quente – ambos por menos de R$ 6.

De volta a Kaliningrado, visite o pub batizado em homenagem ao primeiro presidente da Rússia, Borís Iéltsin, que tem um retrato em tamanho real do político. O local tem um dos maiores cardápios de cerveja artesanal da cidade. Às quintas-feiras, fica repleto de fãs de futebol, que não se importam em acolher estrangeiros em suas mesas.

O que levar para casa: cerveja artesanal russa e peixe defumado do mercado da cidade.

  1. Para os luxuosos

Mesmo para um europeu, aproveitar os luxos de Kaliningrado é fácil, já que a taxa atual de câmbio do rublo torna os preços mais amigáveis.

Há um hotel Radisson com vista para a praça principal. Mas, para apreciar a estética prussiana, os visitantes geralmente se hospedam em uma construção do período pré-guerras restaurada chamada Vila dos Pescadores.

Ali fica o Kaiserhof, um dos melhores hotéis da cidade, além de spa e restaurantes com vista para o principal ponto turístico de Kaliningrado: a catedral do século 14 localizada na ilha de Kneiphof, local de descanso eterno do famoso filósofo alemão Immanuel Kant.

O andar térreo do restaurante Madame Boucher, na Vila dos Pescadores, tem um terraço de vidro de frente para uma fonte, e seus dois andares superiores ficam na torre de um pequeno farol.

Quase todos os objetos que decoram o restaurante têm valor histórico, e o deque de observação do farol oferece uma bela vista para a catedral e seus arredores.

Mas o melhor local para provar a culinária da região é o restaurante Hofburg, que faz pratos tradicionais com bacalhau, batatas e peixes locais e possui uma impressionante carta de vinhos.

A cidade não tem uma forte tradição em bares (sem contar as cervejarias), por isso um tour pelos principais bares não trará muitas surpresas.

Com exceção, talvez, do Ulitsi, que é frequentado pelos jovens da cidade. Os drinques são feitos pelos melhores bartenders da cidade, e o cardápio tem massas e bruschettas. Às quarta-feiras, é servida a “mesa russa”, um shot de vodca gelada vendido por 100 rublos (cerca de R$ 5), sanduíches típicos e pelmêni (espécie de capeletti russo).

O que levar para casa: antiguidades soviéticas e prussianas de lojas do centro da cidade. Muitas são objetos alemães que são praticamente grátis – de broches da Mercedes-Benz a medalhas do Terceiro Reich, passando por moedas e relógios. Endereços de algumas das lojas podem ser encontrados aqui.

  1. Para os artísticos

Para uma cidade pequena, Kaliningrado tem bastantes museus. Há, por exemplo, um museu histórico local, um museu de crânios e esqueletos e um bunker nazista que recria o cotidiano durante o Terceiro Reich.

Há ainda o Vítiaz, um navio histórico que fica atracado no rio. Ele pertencia à Marinha britânica e se tornou líder em uma frota expedicionária. Hoje, é aberto ao público.

São muitos museus para um único dia, por isso é melhor visitar o mais famoso e talvez escolher outro no caminho.

A região de Kaliningrado responde por 90% da produção mundial de âmbar, por isso quem quiser ver espécies raras deve ir ao Museu do Âmbar, localizado em uma torre do século 19.

Perto dali fica o museu Friedland Gate, que recria a vida de alemães durante o Terceiro Reich e conta a história da fabricação local de queijos e do sistema de esgoto (um dos mais desenvolvidos da Europa).

Na mesma rua fica o King’s Gate, uma pequena fortaleza muito visitada devido a sua estátua de gato em miniatura que, diz-se, traz boa sorte para aqueles que o tocarem. O presidente russo, Vladimir Putin, já tocou na estátua, o que contribuiu para aumentar a popularidade do gato.

Uma versão adaptada do almoço medieval pode ser provada no Café Blütgericht, que recria o mais famoso restaurante de Königsberg da segunda metade do século 19. Suas prateleiras são repletas de garrafas antigas, e seu cardápio tem Königsberger Klopse (carne moída frita com cebolas) e uma versão regional da clássica salada de batatas alemã, temperada com manjerona local.

O que levar para casa: âmbar, é claro. Itens de âmbar feitos à mão são vendidos em todas as lojas, mas os melhores preços são os dos pequenos vendedores locais. Eles podem ser encontrados em barraquinhas na parte externa do Museu do Âmbar e nos resorts de praia, como Zelenogradsk e Svetlogorsk.