10 curiosidades sobre o samovar, objeto que virou moda no Instagram

Comida
MARIA AFÓNINA
Em sua história de quase 300 anos, esta “chaleira” russa se transformou de um item doméstico caro, passados de pais para filhos, em objeto colocado para acumular pó na prateleira no período pós-soviético. Agora, ele ganha popularidade novamente nas reuniões russas em dátchas.

1. Os primeiros samovares foram feitos nos Urais em 1740

Junto com o priánik (pãozinho de mel e gengibre) de Tula, o samovar é considerado uma das marcas da cidade, localizada 180 quilômetros a sul de Moscou, onde ganhou produção em massa a partir do final do século 18.

Mas a primeira menção à “máquina de aquecer a água” foi encontrada por historiadores em documentos datados de 1740.

2. Usavam-se pinhas para aquecer a água

Os primeiros samovares aqueciam a brasa, com um cano e queimador. Para ferver a água usavam-se neles qualquer material combustível: carvão, madeira, pinha. É verdade que, diferentemente da madeira, as pinhas queimam bem rápido, mas elas também acrescentam aroma à água. Equipamentos similares ainda são usados na atualidade.

3. Samovares são polidos com tijolos

Um samovar só brilha quando está bem polido. No passado, os samovares eram limpos usando materiais abrasivos, como  areia fina úmida, cinzas ou até mesmo pó de tijolos. É preciso muito tempo para polir um samovar, por isso, normalmente, fazia-se isto às vésperas das festividades.

4. Existem dezenas de tipos

Os samovares se diferenciam não apenas pelo desenho das alças e torneiras, mas também pela forma. Os mais baratos e difundidos têm formato cilíndrico. Depois vêm as formas de “cálice”, “esfera”, “vaso” ou “ovo”. Na semana de Páscoa, eram colocados na mesa os samovares em forma de ovo.

5. Eram vendidos por peso

No início do século 19, o preço de um samovar dependia do peso e do material de que era feito. No início, eles eram feitos de cobre, mas logo paravam de funcionar depois de serem limpos. Por isto, os artesãos que os fabricavam passaram a utilizar o latão, liga de melchior e tombac.

6. Samovares para egoístas

O volume mais difundido de samovar é de 3 a 8 litros. Os menores são mais raros, pois são mais difíceis de fazer, e, consequentemente, mais caros.

Artesãos de Tula fizeram cinco samovares com volume de um copo para os filhos do imperador Nikolai 2° em 1909. Cada um tinha formato exclusivo. Eles estão dispostos na atualidade no museu “Samovares de Tula”.

7. Maior serve 2 mil pessoas

O maior samovar que funciona tem capacidade para 555 litros de água e pode fazer chá para 2.220 pessoas de uma só vez. Ele tem 2,5 metros de altura com o tubo e 1,72 metro sem ele.

8. O preço de um samovar chegou a 274.400 libras esterlinas

Este foi o valor pago em um leilão da Sotheby's em 2004 por um samovar Lechi feito pelo lendário joalheiro Carl Fabergé entre 1899 e 1908. Sua decoração recebeu prata e banho a ouro, e o corpo foi coberto com elementos fundidos, estampas e entalhes.

9. Recebeu diversos monumentos em sua homenagem

Há monumentos na terra natal do samovar, a cidade de Suksun, na região de Perm, e, claro, em Tula. Um belo exemplar de samovar de bronze com quatro metros de altura ap lado de pacote de “bublik”, os “bagels russos”, também foi erigido na antiga cidade mercantil de Elabuga.

10. Continua a ser bastante representado na arte hoje

Desde o momento de sua invenção, o samovar encontrou um lugar duradouro na arte russa: ele foi e continua a ser o objeto mais atraente de todos os tempos, uma espécie de símbolo de bem-estar e conforto doméstico. Ele também foi imortalizado nas telas de muitos artistas e, depois, pelas lentes de fotógrafos. Ainda hoje ele é usado ativamente por usuários do Instagram em busca de “likes”.

Quer receber as principais notícias sobre a Rússia em seu e-mail? 
Então assine nossa newsletter semanal ou diária.