Um passeio pela residência de verão dos tsares em Tsárskoie Selô

A 20 quilômetros de São Petersburgo, propriedade imperial é patrimônio mundial da arquitetura e importante atração turística.

A origem do conjunto de palácios e do parque de Tsárskoie Selô está relacionada com a libertação das terras de Novgorod das mãos do Reino da Suécia e com a própria construção de São Petersburgo.

Durante dois séculos, esta foi a residência de verão da corte imperial. O conjunto de construções, junto com o parque, constituem patrimônio mundial da arquitetura  e uma obra de arte paisagística do final do século 18 ao início do século 20.

Em uma área de 300 hectares estão espalhados mais de uma centena de monumentos na forma de palácios e pavilhões, pontes e estátuas de mármore, assim como exóticas construções de estilo gótico e outras inspiradas nas arquiteturas turca ou chinesa.

Depois da Revolução de Outubro, todo o conjunto de palacetes e parques foi transformado em museu, e as autoridades entregaram as melhores construções da vila para instituições de ensino e de saúde infantil. Em 1918, foi rebatizada de Povoado das Crianças.

“Os bosques onde eu amei, onde os sentimentos cresceram, / Onde, a meninice se / fundiu com a primeira mocidade / E onde, pela natureza acalentada e pelo sonho, / Eu descobri a poesia, a alegria e a paz...”, escreveu um dos principais poetas russos, Aleksandr Púchkin, que passou a juventude no Liceu Imperial de Tsárskoie Selô.

A melhor hora do dia para visitar Tsárskoie Selô é bem cedo, de preferência antes do amanhecer, para conseguir se esgueirar por entre os portões sem levantar suspeita dos vigias. E não se trata tanto de economizar uns duzentos rublos, mas porque toda a beleza do parque está precisamente em seu silêncio e pouca agitação. Entre as 9 e 10 da manhã começam a chegar os primeiros ônibus e, em pouco tempo, o parque fica lotado de turistas barulhentos.

Nos últimos anos, o inverno na região central da Rússia tem trazido menos neve do que o habitual. Mas, se pegar um dia de nevasca, vale a pena superar a preguiça e o sono, munir-se de uma garrafa térmica com chá e esquis, e seguir para lá – afinal, no parque, além da bela arquitetura, também há espaço para realizar algumas manobras.

Na área que compreende a antiga propriedade, há dois palácios principais - o Palácio de Alexandre (neoclássico) e o Palácio de Catarina (rococó). O Grande Salão do Palácio de Catarina tem mais de 800 metros quadrados e foi concebido como local para recepções oficiais, festas, banquetes e bailes.

A partir do Salão dos Retratos pode-se chegar à Sala de Âmbar, a joia do Palácio de Catarina. Este espaço de valor inestimável foi saqueado pelos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial.

Em janeiro de 1983, os palacetes e parques da vila Púchkin – assim rebatizada em homenagem ao poeta – se tornaram uma reserva natural. Hoje, são um dos destinos mais procurados em “passeios de um dia” entre visitantes e moradores de São Petersburgo.

É difícil imaginar esse conjunto palaciano em sua época de glória, se até mesmo hoje, depois de restaurado, causa admiração com tanta beleza. 

A propósito, os moradores de São Petersburgo ficam ofendidos ao ouvir que Tsárskoie Selô fica na região de Leningrado, já que, oficialmente, também faz parte de São Petersburgo. Para quem visita, porém, fica a sensação de ser longe da cidade, principalmente se a viagem para lá for feita de trem.

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