No início do conflito mais terrível da história da humanidade, a cavalaria como ramo das forças armadas já estava bastante desatualizada, mas não inútil.
As formações de cavalaria se distinguiam pela manobrabilidade, não precisavam de combustível e não estavam presas a estradas. Sob a liderança de comandantes qualificados, elas realizaram longos ataques atrás das linhas inimigas, causando-lhe muitos problemas.
Vejamos abaixo os mais famosos cavaleiros soviéticos:
Quando começou a guerra, o chefe do Estado-Maior da 36ª Divisão de Cavalaria, coronel Dovator, estava no hospital devido a um ataque agudo de radiculite. Por isso, ele se juntou às tropas apenas no final de agosto de 1941, quando o grupo de cavalaria operacional sob o seu comando realizou um ataque de dez dias às linhas de retaguarda inimigas na região de Smolensk. Durante essa operação bem-sucedida, os cavaleiros eliminaram 2.500 soldados e oficiais alemães, 9 tanques e 200 veículos.
Dovator era muito querido e respeitado pelos soldados e, segundo as memórias do comissário Serguêi Réznikov, “não havia nele um pingo de covardia, ele não tinha medo de morrer”.
No entanto, o desejo de estar sempre na vanguarda de suas tropas acabou matando Dovator. Em 19 de dezembro de 1941, o major-general foi morto por tiros de metralhadora alemã na região de Moscou. Dois dias depois, ele foi condecorado postumamente com o título de Herói da União Soviética.
Em julho de 1941, o 2º Corpo de Cavalaria do major-general Pável Belov lutou no território da Moldávia Soviética. Ele repeliu com sucesso um ataque conjunto da 50ª Divisão de Infantaria Alemã e da 5ª Divisão de Infantaria Romena e impediu a rápida captura de Chisinau pelo inimigo.
Em setembro e outubro de 1941, o corpo de Belov participou da defesa de Moscou e, em janeiro de 1942, rompeu as defesas inimigas e atacou a retaguarda alemã na região de Smolensk. Durante cinco meses, os cavaleiros, juntamente com unidades aerotransportadas e guerrilheiros, operaram em território ocupado pelo inimigo, imobilizando as suas forças.
“Movíamos principalmente à noite, durante o dia nos escondíamos das aeronaves inimigas em florestas densas. Ao longo do caminho, os cavaleiros destruíram diversas guarnições alemãs em nossas aldeias”, escreveu o líder militar em suas memórias.
Em 16 de junho de 1942, o grupo de Belov conseguiu sair da retaguarda do inimigo e voltar ao território controlado pela URSS. Mais tarde, foi nomeado comandante do 61º Exército, com o qual chegou a Berlim em 1945.
Em 6 de julho de 1941, o coronel Pliev foi nomeado comandante da 50ª Divisão de Cavalaria do Distrito Militar do Norte do Cáucaso. A unidade participou da Batalha de Smolensk, realizando diversas missões bem-sucedidas atrás das linhas inimigas.
“A ofensiva de Pliev foi tão assertiva e destrutiva que o comando das tropas fascistas acreditava que todo um exército de cavalaria estava realizando um ataque na retaguarda”, escreveu um dos cavaleiros de Pliev.
Durante a Batalha de Moscou, a 50ª Divisão de Cavalaria tornou-se parte do 2º Corpo de Cavalaria de Guardas de Dovator. Após a morte de Dovator, Pliev foi nomeado comandante do corpo.
Posteriormente, Pliev comandou corpos de cavalaria e grupos mecanizados e participou da Batalha de Kursk, da travessia do Dniepre, da libertação da Ucrânia, da tomada de Budapeste e Praga, bem como da derrota do Exército Japonês Kwantung. Não é à toa que recebeu duas vezes o título de Herói da União Soviética.
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