Anton Tchékhov em 10 frases de contemporâneos

Anton Tchékhov

Anton Tchékhov

Domínio público
O principal dramaturgo e autor de contos da Rússia teve uma vida curta. Médico por profissão e pedante por caráter, Tchékhov era, em geral, uma pessoa bastante reservada. Vejamos então o que aqueles que o conheceram pessoalmente diziam sobre ele.

Um grande número de pessoas deixou lembranças de encontros com Anton Tchékhov. Em uma nova biografia intitulada ‘Chekhov in Life’ (Tchékhov em vida, ed. Kolibri, 2024), o autor Igor Sukhikh sugere um olhar para a personalidade do grande escritor com base em centenas de frases proferidas por contemporâneos do dramaturgo. Vejamos algumas das mais vívidas:

1. Semblante

Tchékhov

“Positivo, sóbrio, saudável, ele me lembrava o Bazárov [do livro “Pais e Filhos”] de Turguêniev. (…) Uma reflexão sutil, inexorável e puramente russa prevalecia em seus olhos sobre toda a sua expressão facial. Inimigo do sentimento e dos hobbies pomposos, ele parecia agir como porta-voz da fria ironia e gostava de sentir o toque da coragem.” — pintor Iliá Répin

2. Vida particular

“Nenhuma das pessoas mais próximas o viam vestido casualmente; nem ele gostava das diferentes liberdades domésticas, como chinelos, roupões e jaquetas. Às oito ou nove horas [da manhã], já era possível encontrá-lo andando pelo escritório ou em sua mesa, como sempre impecavelmente elegante e modestamente vestido.” — escritor Aleksandr Kuprin

3. Sinceridade

Tchékhov

“Vou ser franco, conheci pessoas não menos sinceras que Tchékhov, mas não me lembro de pessoas com tamanha simplicidade, alheias a qualquer afetação. Isso não era fingimento, como em tantos outros casos, mas uma exigência da alma, para a qual qualquer falsidade era insuportável.” — crítico Mikhail Ménchikov

4. Sorriso

“Seus olhos eram lindos quando ele sorria — de certo modo, femininos e ternamente suaves. E sua risada, quase silenciosa, era de algum modo especialmente boa.” — escritor Maksim Górki

5. Faculdade de Medicina

“Tchékhov era um aluno exemplar e, apesar das distrações com a escrita desde os primeiros anos, estudou ciências médicas com sucesso: assistia a seminários, visitava tanto clínicas como laboratórios. Depois de se formar na faculdade, ele não desistiu da medicina: trabalhou como médico local em Voskresensk e Zvenigorod, na província de Moscou, e, sete ou oito anos após a formatura, tornou-se responsável pelo distrito de Melikhovo, na província de Moscou, durante a epidemia de cólera. Trabalhava com amor e consciência, como dizem as lendas.” - Grigóri Rossolimo, médico, amigo íntimo e colega de profissão de Tchékhov.

6. Inspiração

Tchékhov

“- Você sabe como eu escrevo meus contos...? Eis aqui.”

Ele olhou ao redor da mesa, pegou a primeira coisa que viu — um cinzeiro —, colocou-o na minha frente e disse:

- Se você quiser, amanhã terá uma história.... O título é ‘O Cinzeiro’.

E seus olhos brilharam de alegria. Parecia que algumas imagens vagas, situações, aventuras já haviam começado a germinar sobre o cinzeiro, ainda sem encontrar suas formas, mas já com um espírito humorístico pronto.” — escritor Vladimir Korolenko.

7. Ofício

“Ele geralmente trabalhava aos trancos e barrancos quando havia convidados por perto, mas, ainda assim, escrevia todos os dias; ele escrevia um pouco, depois se afastava do trabalho, ia conversar com os convidados e depois sentava-se para escrever de novo. Às vezes, durante o almoço, levantava-se repentinamente da mesa, ia para seu escritório, anotava algumas linhas e, voltando para a sala de jantar, continuava a conversa à mesa.” — escritor e jornalista Vladímir Guiliaróvski

8. Talento

Tchékhov e Tolstói na Crimeia.

“Tchékhov... Tchékhov, você vê, era um artista incomparável... Sim, sim. Exatamente incomparável. Um artista da vida. A dignidade de seu trabalho está no fato de ser compreensível (…) não apenas a todos os russos, mas a todos, em geral.” — Lev Tolstói (gravado pelo jornalista Aleksêi Zenguer)

9. Sucesso entre as mulheres

“Já testemunhei mais de uma vez a admiração entusiástica que Tchékhov evocava entre garotas encantadoras. (….) Era perceptível que Tchékhov, assim como Turguêniev, achava o amor difícil.” — crítico Mikhail Ménchikov.

10. Amor

Tchékhov e sua esposa Olga Knipper.

“A vida íntima de Tchékhov é quase desconhecida. As cartas publicadas não revelam muito. Mas não há dúvida de que era [uma vida] complexa. Sem dúvida, antes de seu casamento tardio com [a atriz Olga] Knipper, Tchékhov não apenas se apaixonou muitas vezes, mas também amou ‘com tristeza e dificuldade’.” — jornalista Vladímir Posse.

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