Até 1929, a necrópole feminina estava localizada no Mosteiro da Ascensão do Kremlin. A residência, fundada em 1386 pela esposa de Demétrio Donskoi, Evdokia Dmítrievna, ficava perto do Portão Spasskie e era dedicada à Batalha de Kulikovo. Nela, viviam governantes viúvas, e noivas principescas e reais aguardavam seus casamentos. Por exemplo, Marina Mnichek viveu lá antes de se casar com o Falso Demétrio 1º.
Durante 300 anos, as esposas, filhas e mães dos governantes russos encontraram descanso no mosteiro. Entre os sepultados estavam Sofia Vitovtovna (da Lituânia), esposa do grão-duque Basílio 1º; Sofia Paleóloga, esposa de Ivan 3º; Elena Glínskaia, mãe de Ivan, o Terrível, e suas esposas — Anastassia Románovna, Maria Temriúkovna, Marfa Sobákina e Maria Nagaia; Irina Godunova, a escolhida do tsar Teodoro 1º; e Natalia Kiríllovna Naríchkina, mãe de Pedro 1º. O último sepultamento no mosteiro aconteceu em 1731: Praskovia Ivánovna, filha de Ivan 5º e sobrinha de Pedro, o Grande. No total, havia mais de 60 sepulturas.
Em 1917, projéteis de artilharia danificaram as cúpulas e paredes das igrejas do mosteiro e os seus moradores foram, assim, expulsos. Em 1929, o mosteiro foi implodido. O jovem governo soviético queria abrir espaço para uma nova Escola Militar, livrando-se dos “restos do passado”. Os sarcófagos das governantes russas, porém, foram milagrosamente salvos — e acabaram sendo transferidos para a Catedral do Arcanjo, onde permanecem até hoje.
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