As joias e bijuteiras das mulheres soviéticas (FOTOS)

Kira Lisitskaya (Foto: Liudmila Pakhomova/TASS; livemaster.ru)
A URSS também nutria um amor por joias com pedras preciosas. O único problema é que todos os anéis, brincos e pulseiras eram quase iguais.

Nos anos 1970, bijuterias brilhantes com grandes pedras preciosas tornaram-se uma mercadoria de massa na URSS. As pedras eram sintéticas, mas, apesar disso, algumas famílias ainda as passam de geração em geração.

Hoje também se pode encontrar lojas que vendem joias e bijuterias soviéticas antigas. Curiosamente, eles estão em alta demanda não apenas entre colecionadores: ainda há quem considere o ouro soviético como tendo a mais alta qualidade e quem goste de design "de avó" e grandes pedras iridescentes!

Brincos

Com o aumento do padrão de vida na URSS a partir da década de 1960, joias de ouro com pedras preciosas tornaram-se populares. Elas eram, na verdade, produzidas artificialmente ou sintéticas, mas pareciam muito as verdadeiras - e, às vezes, até melhores.

Os cientistas soviéticos as sintetizavam em laboratórios, primeiramente, para suprir as necessidades da indústria. Acontece que a zircônia cúbica, um análogo do diamante, era usada em instrumentos óticos; a alexandrite sintética e o rubi eram empregados na produção de relógios e lasers. Depois, a invenção migrou para a produção de joias, de modo que quase todas as moças tinham joias com essas pedras.

Graças às pedras sintéticas, uma produção em massa de joias foi estabelecida no final dos anos 1970, mas a gama não era diversificada. Os modelos produzidos em diferentes fábricas se repetiam. 

Por exemplo, um modelo comum de design da zircônia cúbica era o "malinka", uma dispersão redonda de pedras do mesmo tamanho. Esses brincos eram produzidos nas fábricas de joias de Sverdlovsk, Ierevan, Kharkov e outras.

Moças jovens ganhavam brincos mais "clean" e menores. Um dos modelos mais populares era chamado de "tulipa", e era enfeitado com um rubi artificial ou alexandrita - quase todo mundo tinha um par desses brincos. Uma alternativa eram brincos de ouro sem pedras, decorados com facetas.

Entre os enfeites para as mulheres adultas, também havia modelos sem pedras. Por exemplo, os brincos "Sudarushka", na forma de um "kokoshnik" invertido, e brincos em formatos de esferas que eram muito populares.

Anéis

Os anéis eram feitos quase com os mesmos desenhos dos brincos, por isso combinavam facilmente com eles. Um anel largo com padrões era chamado de "turbante" - era possível encontrar o mesmo modelo sem os padrões, e eles eram frequentemente usados como anéis de casamento. Também havia um anel chamado de "centopeia" por causa das pequenas "pernas" ao redor das bordas.

O anel "marquês" era um modelo muito elegante na época, semelhante ao "centopeia", mas com uma pedra. O anel "aranha" competia com ele em termos de popularidade. Ambos eram feitos com pedras de cores diferentes.

Algo especialmente refinado na fabricação de joias em massa eram os anéis "chahinia" com trama aberta e uma pedra grande.

Hoje, essas joias não têm grande valor, mas em algumas famílias elas ainda são passadas de geração em geração: "Estou usando a aranha de rubi da minha mãe. Papai lhe deu este anel logo após o casamento, minha mãe cuidou muito bem dele, e, agora, que minha mãe não está mais aqui, meu pai me deu. Eu amo e uso essa peça de família", escreve a usuária "O.K." em um fórum sobre joias soviéticas.

Conjuntos de pedras semipreciosas

Além de joias com pedras artificiais, havia produtos feitos de pedras semipreciosas: malaquita, âmbar, turquesa, coral. O âmbar era especialmente comum, porque em Kaliningrado (exclave russo na Europa a 1.100 km de Moscou) ficam cerca de 90% das reservas mundiais desta resina, que era ali extraída industrialmente e fornecida a uma fábrica de joias.

O problema das peças feitas de âmbar era parecido com o das pedras sintéticas: eram muito parecidas. "Quando vim pela primeira vez à Polônia, após a queda da URSS, fiquei absolutamente impressionada com a incrível variedade e beleza dos produtos de âmbar. O âmbar era russo, mas pequenas oficinas polonesas faziam peças espetaculares e baratas", diz a moscovita Marina.

Pingentes e contas

Como os anéis, os pingentes eram fáceis de combinar com os brincos, e muitos dos desenhos eram duplicados em diferentes joias.

As contas eram mais criativas: eram feitas de vidro transparente e colorido, além de pedras naturais. Alguns fashionistas misturavam vários fios de uma só vez - uma espécie de "boho-chic" da época.

Pulseiras e broches

As pulseiras de prata eram decoradas com padrões esculpidos - em forma, eles se assemelhavam aos anéis largos e eram ajustados em tamanho.

Os broches soviéticos distinguiam-se pela enorme variedade. Eram feitos tanto com pedras, quanto com esmalte, mas, acima de tudo, eram uma sensação os broches de vidro da empresa tcheca "Jablonex". Strass multicoloridos imitavam pedras preciosas e, às vezes, tinham um revestimento especial aplicado, que lhes conferia brilhos furta-cor.

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