Como a União Soviética deixou entrar 35.000 estrangeiros através da Cortina de Ferro

História
EKATERINA SINELSCHIKOVA
Há exatos 67 anos, a União Soviética sediava o 6º Festival Mundial da Juventude e dos Estudantes, que mudou o país e seus cidadãos para sempre. Este registro histórico mostra como tudo aconteceu.

Era verão de 1957, o auge do degelo de Khruschov. O 6º Festival Mundial da Juventude e dos Estudantes teve início em Moscou, levantando brevemente a Cortina de Ferro entre a União Soviética e o Ocidente pela primeira vez desde a guerra. Durante duas semanas, de 28 de julho a 11 de agosto, cerca de 35.000 pessoas de 131 países visitaram Moscou.

Essas duas semanas foram um tempo de descoberta não apenas para o povo soviético, mas também para os turistas estrangeiros: da mesma forma que as pessoas na URSS foram isoladas da influência capitalista durante todo esse tempo, os próprios estrangeiros não faziam ideia do que estava acontecendo na União Soviética. Mais de 800 shows, apresentações teatrais, palestras, seminários científicos e culturais, competições esportivas e outros eventos foram realizados na capital soviética durante o festival.

No entanto, o principal fator em meio a tudo isso foi a oportunidade de contatos desimpedidos. Os convidados do festival foram autorizados a socializar com os moradores de Moscou – uma abertura sem precedentes para os padrões soviéticos. Foi então que a União Soviética aprendeu sobre rock'n'roll, jeans, Coca-Cola e tênis. E foi então que uma nova profissão clandestina – a de fartsovschik – nasceu no país. Eram pessoas que compravam coisas que não estavam disponíveis na União Soviética de estrangeiros e as revendiam a seus compatriotas por um preço maior.

Enquanto isso, vamos dar uma olhada nessas imagens históricas:

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