A primeira fotógrafa a capturar a beleza étnica do Extremo Oriente (FOTOS)

17 de setembro de 2021

Ekaterina Sinelschikova

Domínio público

Agnia Diness fotografou minas de ouro e povos aborígenes ainda na época dos tsares — quando ela mesma tinha mais de 50 anos. Apesar da fama das fotos, sua vida continua a ser um enigma até hoje.

Por muito tempo, ninguém sabia dizer quem era Agnia Diness. Para começar, seu nome era grafado de diversas formas: ela também era “Agnessa”, mas também “Aglaia”, além de Agnia — e muitos acreditavam que “A.P. Diness” era um nome masculino.

Afinal, era raro ver uma mulher, no final do século 19, em uma profissão que até então era exclusivamente masculina, já que era preciso uma enorme força física para exercê-la — carregar malas cheias de cartões fotográficos de vidro, um tripé e uma câmera enorme. Às vezes, era necessário levar todo o laboratório junto nas viagens. E o mais impressionante é que Diness fez tudo isso já com mais de 50 anos de idade.

Diness fotografou vistas panorâmicas de cidades em construção, povos aborígenes, navios russos diante de vulcões pitorescos, assim como o charme oriental de mosteiros e palácios chineses.

A geografia de suas fotos é impressionante: Diness cruzou todo o Extremo Oriente, incluindo várias cidades chinesas. Ela fez tudo isso por conta própria e com o uso de doações.

Mas pouco se sabe sobre sua vida. De acordo com os contemporâneos da fotógrafa, ela era mulher de um oficial do telégrafo e começou a se dedicar à fotografia após a morte dele. No inverno, ela trabalhava em seu próprio estúdio fotográfico, enquanto, no verão, viajava com o equipamento.

Em 1898, suas fotos chegaram à capital russa e surgiu um grande interesse por elas no exterior, em Paris. Depois disso, Diness começou a receber encomendas do governo e a filmar expedições para a Sociedade Geográfica Imperial Russa em São Petersburgo.

No entanto, nenhum retrato de Agnia foi mantido e ninguém sabe como sua vida terminou. Tudo o que existe hoje são suas fotografias exuberantes, porém sutis, do Extremo Oriente.

1. Ainu