A Força Aérea da Tchecoslováquia foi formada em outubro de 1918 e existiu até 31 de dezembro de 1992, quando surgiram a Força Aérea Tcheca e a Força Aérea Eslovaca. Por um curto período, contou ao mesmo tempo com aviões britânicos, soviéticos e até alguns herdados do Terceiro Reich.
Com o fim da Segunda Guerra Mundial, a atual República Tcheca, que tinha sido quase ocupada pelos nazistas, e a atual Eslováquia, ex-Estado-satélite do Terceiro Reich, ficaram sob a influência soviética. Assim, na Força Aérea Tchecoslovaca surgiu uma curiosa mistura de aviões, então sob as mesmas cores, mas que tinham sido inimigos nos céus durante a guerra.
Aviões alemães
S-199
Construído na Tchecoslováquia com peças que sobraram da produção dos Me-109 da Luftwaffe, o caça S-199 teve inúmeros problemas e geralmente não gozava de popularidade entre seus pilotos. Os pilotos tchecoslovacos apelidaram o avião de "Mezek ("Mula").
Seu motor era o mesmo usado pelo famoso bombardeiro alemão Heinkel-111. No total, foram produzidos mais de 500 aviões S-199. O primeiro voo aconteceu em março de 1947, e a produção terminou em 1949. As últimas unidades foram retiradas de serviço em 1957.
S-92
A Tchecoslováquia construiu cópias de uma das "super-armas" de Hitler, o lendário Me-262. Os aviões foram batizados S-92 e CS-92. Isso foi possível porque, durante a guerra, os alemães construíram uma série de fábricas de montagem na Tchecoslováquia para a produção desse revolucionário caça.
Os primeiros caças S-92 foram entregues à Força Aérea da Tchecoslováquia em 1947, embora um esquadrão completo tenha sido formado apenas em 1950. Mas logo a União Soviética começava a fornecer modernos caças e aeronaves de treinamento a jato, como o MiG-15 ou MiG-15UTI, que tinham motores incomparavelmente mais potentes que os de fluxo axial alemães.
Aviões britânicos
Supermarine Spitfire
Em agosto de 1945, quatro esquadrões com pilotos tchecoslovacos da Força Aérea Real britânica se tornaram parte da Força Aérea da Tchecoslováquia.
Os Spitfire foram os principais aviões de combate da Tchecoslováquia até o golpe de Estado de 1948, após o qual o Partido Comunista Tchecoslovaco purgou o pessoal das Força Aérea tchecoslovaca que havia servido em esquadrões da Força Aérea Real britânica.
No verão de 1948, a Tchecoslováquia foi um dos primeiros países do mundo a reconhecer o novo estado judeu na Palestina e forneceu seus Spitfires a Israel.
Aviões soviéticos
La-7
Desde 1945, a Força Aérea Tchecoslovaca tinha 56 caças Lavochkin La-7, de construção soviética, mais rápidos e eficientes que os Bf-109.
Yak-17
O Yakovlev Yak-17 (“Feather”, no código da Otan) foi o primeiro avião a jato soviético bem-sucedido. Os tchecoslovacos receberam apenas um avião de teste desse modelo, sob o nome S100.
Yak-23
O Yakovlev Yak-23 foi criado a partir dos modelos Yak-15 e Yak-17, tinha boa aceleração e boa capacidade de decolagem e subida. Cerca de 20 aviões desse tipo serviram na Tchecoslováquia desde 1949, onde foram denominados S-101.
MiG-15
A Tchecoslováquia produziu diversas modificações de MiG-15 sob licença em seu território. Esses aviões receberam os nomes S-102, S-103 e CS-102.
MiG-19
O MiG-19 foi o segundo caça supersônico do mundo, atrás apenas do norte-americano F-100. A Tchecoslováquia tinha em serviço 183 unidades de MiG-19S, MIG-19P, MIG-19PM e S-105, construídos sob licença.
MiG-21
Os primeiros caças MiG-21 na Tchecoslováquia foram os Avia S-106, ou seja, cópias do MiG-21F-13 produzidos no país. No total, foram construídos 194 unidades do S-106. Alguns aviões desse tipo foram convertidos em MiG-21FR, com capacidade de ataque nuclear, e serviram nas Forças Aéreas do país até 1991.