A paisagem arquitetônica de Minsk, capital da Bielorrússia, ainda lembra a era soviética: grades praças, edifícios stalinistas imponentes, quase nenhuma publicidade ou barracas ao ar livre, e antigos nomes de ruas soviéticos.
Herança polaco-lituana
Historicamente, parte da Bielorrússia pertencia à Comunidade Polaco-Lituana, um dos países mais poderosos e populosos da Europa nos séculos 16 e 17. Esta página da história deixou um legado de fortalezas e igrejas católicas. Os limites definitivos da Bielorrússia soviética foram determinados somente após a Segunda Guerra Mundial, quando a importante cidade de Bialistok foi transferida de volta para a Polônia. A Constituição da República Soviética da Bielorrússia de 1927 foi publicada nas quatro línguas oficialmente reconhecidas pelo Estado: russo, bielorrusso, polonês e ídiche. Já a nova constituição de 1937, dispensou os idiomas polonês e ídiche.
Quanto ao Castelo de Lida (do século 14), virou palco de um estádio para o time de futebol polonês do início do século 20 até 1939,. Quando esse território se tornou parte da URSS, as ruínas do castelo foram deixadas em paz, e a equipe foi embora, embora crianças continuassem a chutar bolas de futebol contra as antigas muralhas.
Durante a Segunda Guerra, os alemães usaram o Castelo Mir (século 16) como um gueto judeu; depois da libertação, os soviéticos o transformaram em um espaço para cooperativa arte e artesanato.
Somente no final dos anos 1970 e início dos anos 80 que o castelo foi restaurado.
A Igreja Vermelha (Igreja dos Santos Simeão e Helena), em Minsk, foi erguida em 1905. Nos tempos soviéticos, acabou sendo convertida em estúdio de cinema, museu e centro cultural de cinema. Após a queda da URSS, voltou a funcionar como igreja.
Na era soviética, a Catedral do Santo Nome de Maria (construída em 1700), em Minsk, era a casa do clube esportivo Spartak e usada como campo de treinamento. As duas torres foram demolidas, mas restauradas após o colapso do regime.
Principal campo de batalha na frente oriental da Segunda Guerra
Talvez nenhuma outra república soviética tenha sofrido tanto quanto a Bielorrússia durante a Segunda Guerra Mundial. Além das perdas militares, o conflito custou a vida de mais de 2 milhões de civis. A república ficava no caminho de Heeresgruppe Mitte (Grupo de Exércitos Centro), a divisão alemã designada para tomar Moscou. Em junho de 1941, foi completamente capturada por tropas fascistas. Um dos primeiros ataques foi à Fortaleza de Brest, que os soldados soviéticos defenderam heroicamente por quase um mês.
Um destino particularmente devastador teve a vila de Khatin (que não deve ser confundida com Katin): quase toda a população foi massacrada, como parte de uma operação de represália. Em 1969, foi inaugurado ali um complexo memorial, que inclui a estátua do único sobrevivente adulto carregando seu filho morto.
Industrialização
As principais indústrias da Bielorrússia soviética eram construção de máquinas, metalurgia e energia. Um verdadeiro milagre da engenharia foi o caminhão basculante MAZ, fabricado pela fábrica de automóveis de Minsk, e seu sucessor BelAZ, fabricado pela Fábrica de Automóveis da Bielorrússia. Esses veículos foram usados para extração e mineração, bem como para construção de usinas hidrelétricas, represas e várias outras obras complexas. Também se tornaram populares no exterior e ainda são fabricadas e exportadas até os dias de hoje, inclusive para a Rússia. A Fábrica de Tratores de Minsk também teve grandes volumes de produção.
País da batata
Há muitas piadas sobre bielorrussos e batatas, que são cultivadas e consumidas em grandes quantidades no país devido às propriedades do solo nativo.
A batata salvou diversas vezes a população da fome quando outros cultivos fracassaram. Além disso, a culinária nacional possui vários pratos com o tubérculo, sendo o mais famoso draniki (panquecas de batata).
Vida cotidiana
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