Líderes e personalidades estrangeiras que subiram no Mausoléu de Lênin (FOTOS)

Fidel Castro e Nikita Khruschov, 1963

Fidel Castro e Nikita Khruschov, 1963

Anatóli Garánin/Sputnik
Era comum que os líderes soviéticos aparecessem na tribuna da Praça Vermelha, mas a quem mais eles deram a ‘honra’ de escalar o ‘Olimpo soviético’?

O mausoléu do primeiro líder soviético, Vladimir Lênin, é o local mais famoso da Praça Vermelha que data da época comunista. A estrutura costumava atuar como tribuna para os principais líderes e heróis do Partido Comunista. Assim como deuses escalando o Olimpo, a elite soviética subia as escadas e saudava a multidão nos principais feriados e manifestações. Às vezes, porém, pessoas não relacionadas à elite do Partido ou à política ganhavam um espacinho ali, como heróis nacionais, cosmonautas e escritores aclamados. Poucos convidados de honra do exterior foram convidados a estar no topo, e o Russia Beyond compilou uma lista com alguns deles:

Dwight Eisenhower, Estados Unidos

Dwight Eisenhower (segundo à esq.) com Stálin

O então futuro presidente dos EUA foi convidado a visitar Moscou para o Desfile da Vitória em junho de 1945, enquanto ainda era general do Exército. No entanto, ele não pôde comparecer, embora no final de julho de 1945 tenha se juntado a Stálin para dar as boas-vindas ao Desfile de Atletas e se tornado o primeiro oficial americano a subir no Mausoléu. Logo depois disso, as relações soviético-americanas entraram na Guerra Fria, e os líderes ocidentais não eram mais bem-vindos na URSS; pelo menos, com certeza, não no principal altar da fé comunista.

Gueórgui Dimitrov, Bulgária

Dimitrov e sua mãe

Membro do Comintern, Dimitrov foi condenado em Berlim e acusado de incendiar o Reichstag. Enquanto estava em julgamento no tribunal, fez um discurso apaixonado em apoio ao comunismo contra o Nacional-Socialismo; por isso, foi convidado à URSS e recebeu a cidadania soviética. Passou a ser chamado de “Lênin búlgaro” e reviu a Parada do Dia do Trabalho na Praça Vermelha. Na foto, ele está com sua mãe. Curiosamente, após sua morte, um mausoléu foi construído para ele na Bulgária.

Romain Rolland, França

Romain Rolland (segundo à esq), e Górki (à dir.)

Romain Rolland era um dos melhores amigos da URSS. Em 1935, esteve em Moscou a convite de Maksim Górki. O escritor francês ficou um mês na casa de Górki em Moscou e até teve uma reunião com Stálin – e ficou absolutamente encantado com o líder da URSS. Sendo o autor mais amado do proletariado soviético, Górki era convidado frequente na tribuna do Mausoléu, e ali esteve com Rolland para assistir ao Desfile de Atletas. Na ocasião, Rolland (retratado de chapéu) ficou impressionado com a espetacular procissão de atletas seminus.

André Gide, França

André Gide, à direita, com Stálin

Outro amigo da União Soviética, o famoso escritor francês André Gide visitou Moscou em 1936. Ele esteve no funeral de Maksim Górki e fez um discurso em cima do mausoléu. Viajando pela URSS, Gide perdeu sua percepção romântica do novo regime e de Stálin e, ao retornar à França, escreveu um relato negativo em seu livro de não ficção, “De volta da URSS”. Eventualmente, todos os seus trabalhos não tiveram publicação permitida na União Soviética.

Mao Tsé-Tung, China

Mao Tsé-Tung, terceiro à esq.

O comunista chinês Mao Tsé-Tung viajou para o exterior apenas duas vezes – e ambas as vezes para a URSS. A primeira vez foi em 1949, quando participou do 70º aniversário de Stálin. E depois voltou em 1957, juntando-se a Khruschov para as comemorações do aniversário da Revolução na tribuna do Mausoléu. Cabe lembrar que, após sua morte, ganhou seu próprio mausoléu – e ainda maior que o de Lênin.

Fidel Castro, Cuba

Nikita Khruschov e Fidel Castro

O revolucionário cubano era uma lenda viva e convidado de honra na URSS. Tanto é que visitou a União Soviética e esteve na tribuna do Mausoléu por diversas vezes. Em 1963, Castro passou um mês na União Soviética e assistiu ao desfile do 1º de maio a partir do mausoléu, ombro a ombro com Khruschov. Já em 23 de maio, Fidel fez um discurso de duas horas no mesmo local. Em 1987, Fidel subiu novamente no Mausoléu para ver o desfile de aniversário da Revolução com Mikhail Gorbatchov.

Walter Ulbricht, República Democrática Alemã

Walter Ulbricht, à esquerda

Walter Ulbricht foi um dos fundadores do Partido Comunista na Alemanha e político da Alemanha Oriental. Em 1969, como presidente do Conselho de Estado da Alemanha Oriental, esteve na URSS para celebrar o 50º aniversário da Revolução.

Zhou Enlai, China

Zhou Enlai, à direita

O comunista chinês Zhou Enlai teve uma longa história de relações com a Rússia soviética. Na década de 1930, ele recrutava estudantes chineses para a Universidade Comunista dos Trabalhadores do Oriente, em Moscou.

Em 1964, já como primeiro-ministro da República Popular da China, Zhou Enlai subiu no mausoléu para comemorar o aniversário da Revolução em Moscou.

Alois Indra e Vasiľ Biľak, República Tcheca

Leonid Brejnev, Alois Indra e Vasiľ Biľak

Esses dois políticos comunistas eram bastante pró-soviéticos e agiram contra a liberalização da República da Tchecoslováquia (a chamada Primavera de Praga), pedindo inclusive a “assistência fraterna” de Moscou – apoiando a invasão de tanques soviéticos na Tchecoslováquia. Sua lealdade era apreciada, e ambos foram convidados a Moscou para comemorar o aniversário da Revolução em 1968.

Jaafar Nimeiry, Sudão, eNguyen Huu Tho, Vietnã

Nguyen Huu Tho (esq.) e Jaafar Nimeiry (segundo à esquerda)

Em 1969, outra celebração da Revolução em Moscou reuniu dois líderes aliados da União Soviética. O primeiro-ministro do Sudão, Jaafar Nimeiry, que na época havia organizado um golpe de Estado no Sudão, conduzindo o país à esquerda política e aproximando-o da URSS. Outro convidado de honra foi Nguyen Huu Tho, presidente do Governo Revolucionário Provisório do Vietnã do Sul, que era socialista e, no momento, uma oposição exilada ao governo dominante.

Lê Duẩn, Vietnã

Lê Duẩn (à esquerda)

Os líderes vietnamitas eram convidados frequentes na União Soviética. Em 1978, o Secretário-Geral do Partido Comunista do Vietnã, Lê Duẩn, foi convidado a celebrar o 61º aniversário da Revolução e assistir ao desfile em um dia frio de novembro.

Lê Duẩn (à esquerda)

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