Dois soldados soviéticos mostrando primeira bandeira nazista capturada em batalhas perto de Kalinin, 1941
Aleksandr Glitchev/SputnikAntes que os nazistas profanassem esse antigo símbolo gráfico, a suástica era um elemento comum em todo o mundo. Entre outros lugares, era possível vê-lo estampado nos aviões de combate letões e finlandeses (certamente, sem qualquer relação com a Luftwaffe), no emblema da 45ª Divisão de Infantaria do Exército dos EUA, ou até mesmo nas garrafas de cerveja Carlsberg e da Coca-Cola.
Nos anos anteriores à Revolução Russa, a suástica era comum em ícones, roupas e pratos, bem como nos carros da dinastia Romanov. Nos tempos antigos, também apareceu várias vezes nas culturas do Cáucaso. Não é à toa que, em 1917, a Rússia soviética tornou-se a próxima na fila a fazer uso do símbolo.
Notas soviéticas
Quando a Revolução de 1917, em fevereiro, destronou a monarquia autocrática do Império Russo, uma das primeiras decisões do então Governo Provisório foi imprimir dinheiro novo – e a suástica podia ser vista nas notas.
O novo regime foi derrubado em novembro do mesmo ano, como resultado da Revolução de Outubro que levou Vladímir Lênin e os bolcheviques ao poder. No caos da guerra civil que se seguiu, havia tinham tempo nem capacidade técnica para projetar e imprimir novas notas de banco; desse modo o dinheiro do Governo Provisório continuou sendo usado. Com isso, as notas com a suástica ficaram em circulação por quase cinco anos, até 1922.
Exército Vermelho
No decorrer da Guerra Civil, mais precisamente em novembro de 1919, Vassíli Chorin, comandante da frente do sudeste, emitiu a Ordem 213, ordenando que todas as divisões de Kalmíquia (de fé budista) usassem uma braçadeira com a suástica.
A suástica era referida no documento como o “liungtn” – um erro de ortografia do termo budista “lungta” (cavalo de vento), simbolizando a força da vida humana.
Proibição
A suástica apareceu com frequência em documentos soviéticos na década de 1920. Vários pintores soviéticos costumavam usá-la em suas obras. No entanto, a extrema direita norte-americana começou a utilizá-lo como um símbolo unificador, e a suástica gradualmente caiu em desuso na União Soviética.
Quando, em 1933, o Partido Nacional-Socialista de Adolf Hitler chegou ao poder na Alemanha, a suástica rapidamente começou a carregar conotações negativas na União Soviética. Documentos, livros, obras de arte e outros itens que a continham foram destruídos ou enviados para armazéns, longe dos olhos do público. O símbolo passou então a ser usado publica e exclusivamente a serviço da propaganda antinazista.
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